Mulher é um negócio complicado… Não são poucas as que “pegam” os caras mais imaturos, malas, inconsequentes e sacanas do mundo (quem nunca?) e acreditam que eles vão mudar, amadurecer, serem mais responsáveis, mais isso ou mais aquilo. Como o milagre vai acontecer? Acreditam elas que tudo isso é porque eles não encontraram a mulher certa (que são elas, claro) e que o amor muda qualquer pessoa. Quanta ilusão!

Ninguém muda ninguém. Ninguém muda porque o outro quer, porque o outro sonha, porque o outro espera,  porque o outro faz e acontece. A gente só muda quando quer, é fato, e, no fundo, todo mundo sabe disso, mas finge não saber. Porque? Porque é mais cômodo continuar acreditando no mundinho de “faz de conta” do que encarar a realidade.

Tenho uma amiga que passou anos com um que, a princípio, era um verdadeiro príncipe. O problema é que o príncipe, aos poucos, foi colocando as garrinhas de fora, e, sem que ela ao menos notasse, controlando toda a vida dela, para “protegê-la”, é claro. Ela sempre justificava que ele só estava “cuidando” dela. Até que ela descobriu as traições, que foram muitas, e ele, obviamente, a culpou. Ela não dava atenção suficiente, nunca tinha tempo e, pasmem, o deixava inseguro (como, se ela vivia “vigiada”?).  A culpa, claro, era dela. E ela, como uma “pata”, acreditou, se desculpou, perdoou e prometeu “melhorar” (oi?). Daí em diante tudo piorou, e escândalos, críticas, humilhações e xingamentos, inclusive em público, era o que se via.

E ela continuava justificando… Ele estava nervoso, inseguro, com problemas no trabalho, com problemas na família, com isso e com aquilo. Até que ele a agrediu… Uma, duas, três, várias vezes… E mesmo assim ela acreditava (será?) que ele iria mudar, que a culpa não era dele. Por sorte, uma intervenção drástica aconteceu, ela conseguiu se “libertar” e, após três longos anos de terapia, ela finalmente  entendeu que o que ele era não era responsabilidade ou culpa dela, e que ela jamais poderia mudá-lo, porque a gente só muda quando quer, e isso é tarefa de cada um, não do outro.

Além desse, já vi vários casos similares e, em maior ou menor grau, as justificativas eram sempre as mesmas… São os amigos que influenciam, é a “piriguete” que não os deixa em paz, são os problemas em casa, é o trabalho, é a família, é a idade… E o engraçado é que  a cada conselho a resposta era sempre a mesma : ahhh, mas ele já mudou tanto, já melhorou tanto…

O mesmo disco, a mesma música arranhada tocando repetidamente na vida de milhares de pessoas, e a gente sempre achando que com a gente é diferente, que o nosso amor é tão grande que será capaz de transformar o outro e que ele, um dia, será aquilo que a gente sonhou.

Mas, o  que acontece, na absoluta maioria das vezes, não é isso, porque o outro não muda, e só nos damos conta disso após  perdemos anos de nossas vidas  vivendo no eterno e confortável mundo do  “faz de conta”.

Quem já passou por isso?

Beijos

Ju