18.08.2016

Sobre Aceitar o Próprio Corpo

Desde que comecei a falar por aqui sobre dieta, várias meninas estão sugerindo que eu fale mais sobre aceitar o próprio corpo, bem como sobre o excesso de peso, a dificuldade em encontrar roupas em qualquer loja e coisas do tipo, e já respondi tantas coisas sobre isso que resolvi fazer um post.

Talvez esse post não seja exatamente o que a maioria queira ler, porque não estou aqui pra falar o que as pessoas querem ouvir. Estou aqui pra falar sobre o que eu, como indivíduo, penso, sinto e vivo. E, talvez, a minha forma de pensar seja um pouco diferente.

A verdade é que quando decidi criar o blog foi pra falar com e para mulheres, com todas elas, sobre todos os assuntos que viessem a minha cabeça.

aceitar o próprio corpo juro valendo ju lopes

E, nesse caso, não vejo razão em diferenciar as mulheres por causa do peso, da cor da pele, da altura, do tipo de cabelo ou de qualquer outra coisa, porque, afinal, uma mulher não deixa de ser mulher porque é gorda ou magra, porque tem cabelo liso ou cacheado e por aí vai.

Isso não significa, contudo, que não ache válido a criação de blogs de nicho, voltados especificamente pra o público plus size, por exemplo.  Ao contrário, acho extremamente importante, aplaudo de pé, e tem muita gente por aí fazendo um trabalho lindo, como a Paulinha Bastos e a Ju Romano, que inspiram, arrasam demais, postam looks lindos e textos incríveis.

Só que esse é o foco delas, elas têm o dom de falar sobre isso, eu não tenho, até porque as nossas realidades são muito diferentes.

Claro que poderia falar mais sobre isso por aqui, até porque os muitos anos de efeito sanfona e excesso de peso me deram uma “bagagem” enorme, e eu ainda tô longe do peso que considero ideal pra mim, mas a minha vontade sempre foi falar “com todo mundo”, falar sobre muitas coisas, falar do que vem na minha cabeça quando sento e começo a digitar, simples assim.

Então, no dia que algum texto sobre isso “brotar”, no dia que a vontade surgir, como aconteceu hoje, ele vai aparecer por aqui, mas eu não seria eu se me obrigasse a postar sobre um determinado assunto, porque a verdade é que nunca sei o que vou escrever até sentar em frente ao computador, entende?

Sobre aceitar o próprio corpo…

E pra quem acha que eu deveria levantar bandeiras, bom, a única bandeira que levanto é a da aceitação, porque não importa qual o seu peso, a sua cor, o seu tipo de cabelo ou qualquer outra coisa: você precisa se aceitar, se respeitar e se amar.

aceitar o próprio corpo juro valendo ju lopes

A não aceitação, a falta de amor e de respeito por si mesma, pela pessoa que se é, é uma doença, assim como a obesidade, só que muito mais profunda e destrutiva, porque é emocional e não tem dieta, exercício ou remédio que cure.

E se engana quem acha que “ficar” magra vai resolver o problema da autoestima porque, sinto informar, a coisa não é exatamente por aí, até porque, se assim fosse, pessoas magras não teriam esse tipo de problema, né?

Eu, Ju, tenho um amor profundo por mim e, não importa o que digam ou façam, isso não vai mudar.  Mas não festejo o excesso de peso porque, no meu caso, ele é uma doença e me fez e faz muito mal.

Tenho resistência a insulina, fadiga adrenal crônica, reponho uma quantidade enorme de hormônios todos os dias e já tive esteatose hepática, então não vou chegar aqui e falar que não tem nada demais estar acima do peso porque estaria mentindo.

Tem sim. Tem porque me limita de muitas formas, me faz gastar horrores com remédios e hormônios ( eu sou pão dura, gente! rs), porque me estressa ter que explicar para as donas das lojas que as roupas que elas vendem são inadequadas pra meus 118 cm de quadril (era 115, aumentou! hahaha) e por aí vai.

Ah, e faço questão de falar isso: ninguém tem que se sentir inadequado por causa do excesso de peso. Ninguém tem que ficar constrangido por que uma roupa não cabe. Ninguém. Inadequadas são as marcas que não fabricam roupas para todas as mulheres. Constrangidas deveriam ficar as mulheres, donas de lojas,  que se recusam a vender roupas acima do 44, isso sim.

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Não me sinto inadequada e não permito, de forma alguma, que quem quer que seja tente me constranger por causa do tamanho do meu manequim.

Não tenho  raiva ou vergonha de mim por causa do meu peso. Gosto de mim, da pessoa que  me tornei, e me aceito como sou, independente do peso, mas não me sinto bem com ele porque não quero estar doente, porque quero ser saudável, quero subir e descer montanha sem morrer de cansaço, quero ter fôlego pra fazer trilha, pra viver a vida que sempre gostei de viver.

E não, gente, não existe contradição entre se aceitar e querer emagrecer, porque uma coisa não tem nada a ver com a outra, ao menos pra mim.

Porque, raciocinem comigo, se você tem uma doença, e no meu caso são várias doenças, é lógico que você quer se livrar dela, né? Mas o fato de ter uma doença vai impedir que você goste de si mesma? Que se aceite? Que se ame, que se ache o máximo? Eu acho que não…

Sabe, tenho amigas que são gordinhas, saudáveis e nem pensam em emagrecer, assim como tenho amigas magras que têm vários problemas de saúde, só que eu sou gordinha e tenho problema de saúde pra dar, vender e emprestar, então tenho sim que resolver meu peso, que é um problema, só que isso não tem nada a ver com me aceitar ou não.

A coisa é bem mais simples: problemas existem para serem resolvidos, ponto final.

Beijos, Ju♥

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10 comentários
  1. Kerry  18/08/2016 - 11h56

    Mulher, tu merece ser aplaudida de pé… Vc é maravilhosa, linda, inteligente e escreve muito bem! Concordo com cada vírgula do que vc escreveu. Parabéns por esse blog lindooooo, que é meu novo vício Hahaha

    • Ju  18/08/2016 - 12h07

      Kerry, minha linda, obrigada! <3 <3 <3

  2. Carla  18/08/2016 - 14h43

    Ju, tu é maravilhosa e me representa em cada palavra! Lov U, loirinha!

    • Ju  18/08/2016 - 16h04

      Carlinha, obrigada! :)

  3. Renata  19/08/2016 - 21h26

    Excelente Ju !
    Amei o post :)
    Você me representa !

    letra

  4. mirellydarlen  23/08/2016 - 13h05

    Nossa Ju eu também sou assim rsrs eu tenho uma facilidade em escrever , eu nem sei o que vou escrever ai quando me sento vai saindo tudo e vou digitando rsrs. Enfim quem está acima do peso tem sim que procurar emagrecer por uma questão de saúde mais não deve ficar fazendo regimes exagerados e ficar em depressão por querer seguir um “padrão” e sim fazer isso porque vai fazer um bem a sí mesma. Aprender a se amar e se aceitar é uma tarefa difícil quando se tem uma baixa estima e não tem autoconfiança mais somente através do amor próprio conseguimos vencer s “padrões e passamos a ser felizes com nós mesmas. Então se alguém quiser mudar , seja qual for a mudança de corpo,cabelo , e etc começe a praticar o amor próprio , diga que é linda , tire umtempo para se olhar no espelho , não para procurar defeitos mais sim ver as qualidades , parar de se comparar e ver o que se pode melhorar .Enfim não sei se passei aqui o que eu queria passar mais amei o texto e como alguém que hoje se aceita e que por muito tempo viveu cheia de complexos , algúem que não se amava , não gostava do cabelo, da boca , do pé … eu apenas quero dizer se valorizem, se amem e muita coisa boa vai acontecer.

  5. Sandrinha  25/08/2016 - 10h39

    Ju! Acabei de ler está postagem e amei tudo o que Vc falou com precisão, respeito, dignidade e amor próprio.
    Vivo tentando me aceitar e ser feliz com meu corpo, confesso que a tarefa é bem difícil.
    Más penso como vc, temos q nos dedicar ao que nos faz bem, pois estaremos no caminho certo.
    Muito obrigada por tanta coisa boa que posta pra gente.
    Bjos no seu coraçao

  6. Uêdna Reis  05/09/2016 - 21h53

    Ju não canso de dizer como amo esse blog! Estava eu justamente pensando nesse assunto hoje, quando dei de cara com vc compartilhando esse link! Eu sou magra igual tábua e tenho muito peito, isso faz com que a maioria das roupas não caibam em mim, e biquíni então sempre foi um sofrimento. Comecei a fazer e vender biquínis artesanais sob medida, pensando justamente em quem era magra como eu. Só que sempre negava encomenda de meninas gordinhas, por que não sabia fazer além do P e M (digo fazer algo que valorizasse, não só uma peça que a pessoa nunca ia conseguir usar como acontece) e comecei a perceber como o peso (o excesso e a falta) afeta tanta gente, inclusive mulheres que eu considerava corpão “perfeito”. Já vendi peças a pessoas que guardaram meses, esperando que a barriguinha ou a gordurinha sumisse pra usar. Isso me incomoda muito! Como mulher eu gostaria de oferecer um produto que a sensação do prazer não esteja só na compra, mas também na hora de usar e se achar maravilhosa! Comecei a pesquisar, ouvir as meninas que compravam, deixo elas opinarem na confecção e hoje recebi minha primeira encomenda tamanho 46, a primeira que eu sinto que posso fazer algo fora dos “moldes tradicionais”!

  7. Liliane  10/09/2016 - 17h15

    Vocês falam tanto de aceitar as diferentes formas de corpo e etnias e não tem nenhuma negra nesse post…porque será? Rs.. .pura hipocrisia…

    • Ju  23/09/2016 - 21h21

      Oi Li, tudo bem? Falei sobre auto-aceitação, sobre aceitar a si mesmo, você tá vendo pelo em casca de ovo… Quanto as fotos, bom, elas são do http://www.shutterstock.com/home, eu compro, pra ter imagens de mais qualidade no blog, eu não tirei as fotos, são pacotes por período e eu escolho mensalmente as que acredito que irei usar mais, em mais posts.
      Beijos

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