Idôle, Lancôme: feito de elegância e delicadeza

Feito de elegância e delicadeza, Idôle é a prova do quanto um chypre floral pode ser leve, feminino e arrojado, e ainda assim rico e austero. Régio, afinal.

Tecido delicado, vestido bem cortado e cheio de frescor. Bolsa estruturada, daquelas que cabem tudo e a gente não encontra nada. Cabelo solto, as vezes, quem sabe, vaporoso. 

Sorriso de quem acorda bonita sem fazer esforço…

Idôle é assim: naturalmente sofisticado, nada pretensioso.

Zero óbvio, tampouco arrebatador, abre com uma pêra úmida, macia e caudalosa, quase licorosa, que vai ao êxtase com vapores de uma bergamota luminosa, festiva e cheia de vida...

...desvelando-se em camadas e mais camadas de rosas frescas, recém abertas e aveludadas, mas nada empoadas.

E eis que surge, assim do nada, um tapete orvalhado do jasmim mais suntuoso e delicado envolto a uma profusão de almíscares, daqueles limpos e poderosos.

Suaves pitadas de uma baunilha cremosa chegam pra trazer o conforto de quem abraça de leve e pega no colo gostoso, e a gente se sente acarinhado em braços ternos de amor.

Uma ode ao acolhimento, ao tradicional que reescreve a sua história e revela-se contemporâneo, o Idôle bebe na fonte dos clássicos...

...com uma leitura muito similar do jasmim e do almíscar do 5th Avenue, de Elizabeth Arden, notas adoravelmente moduladas e cheiro que mais parece um convite ao luxo despretensioso.

Apenas delicioso. Muito bem construído, linear e durável, tem excelente fixação e projeção.