Algumas coisas no universo materno são realmente assustadoras! Algumas grávidas e outras mães podem ser tão agressivas e cruéis!
Na era das redes sociais, assim que descobrimos a gravidez é quase automático procurarmos um grupo virtual de pessoas que estejam no mesmo período de gravidez que o nosso para trocarmos experiências. Quando o bebê nasce, procuramos grupos de amamentação, depois grupos de introdução alimentar, criação e uma infinidade de outros assuntos para dividir essa experiência única na vida.
Todavia, juntamente com estes grupos, encontramos pessoas que mais tendem a julgar do que ajudar. E por estarmos tão fragilizadas, acabamos nos machucando muito.
Os grupos virtuais de maternagem são ótimos e ajudam muito quem precisa de dicas, independente de ser mãe de primeira viagem. Tive muita ajuda neste tipo de mídia social, mas vi muita agressividade nesse meio.
Não bastasse os hormônios da gravidez que bagunçam sim todo nosso equilíbrio emocional, ainda temos que lidar com diversos julgamentos alheios e crueldade.
Sempre achei que a guerra parto normal x parto humanizado x cesárea seria o grande embate da maternagem, mas estava completamente enganada!
Passando a época dos partos, começa a guerra da amamentação, depois amamentação exclusiva até o 6º mês, dar ou não chupeta, introdução alimentar, o que pode dar, modo de educar, creche, babá, parar de trabalhar. Ufa! Enfim, o julgamento nunca acaba! As verdades são absolutas e é muito mais fácil apontar o dedo do que tentar respirar e entender as escolhas de uma mãe, ainda que não seja a nossa própria escolha.
O que quero dizer com tudo isso é que, quando uma mãe faz uma escolha consciente e bem estudada, cabe às demais mães respeitar esta escolha e não julgar e apontar o que deveria ser feito.
Ninguém vive pelo outro. Cada um tem sua própria vida, sua carga de experiências e seu direito de escolha e isso deve ser respeitado!
O que cabe a nós é dividir respeitosamente nossa experiência e incentivar a busca de informações para que a outra pessoa possa fazer uma escolha tranquila e consciente.
A minha experiência de maternagem sempre foi carregada de julgamentos. Independente do que eu faça, sempre há uma opinião contrária e muitas vezes agressiva a respeito, mesmo quando não pedi (e quase nunca peço).
Cesárea eletiva: eu escolhi, meu médico apontou as vantagens do parto normal, minha capacidade fisiológica de parir e mesmo assim eu escolhi cesárea, realizada em uma segunda-feira logo após um feriado prolongado. Não fui forçada e meu médico tinha certeza de que eu apareceria na maternidade no feriado para um parto normal, o que não aconteceu. Como já contei, Daniel nasceu de 39 semanas e 5 dias de gestação. Poderia ter esperado até 42 semanas? Sim. Mas não quis. Estudei e mesmo reconhecendo os benefícios do parto normal, optei pela cesárea e não me arrependo. Fui julgada? Muito!
Chupeta: não dei, até tentei, confesso, mas ele não quis. Fui julgada? Muito!
Amamentação exclusiva até 6 meses sem uso de complemento: Os questionamentos acerca da qualidade do meu leite eram enormes, mas maior que toda opinião era meu bebê que sempre ganhou mais de 1kg por mês e cresceu mais de 20 centímetros. E até hoje com 11 meses e um bebê de 78 centímetros me perguntam porque ele ainda mama!
Introdução alimentar respeitosa e saudável: É difícil, mas muito gratificante! Aqui não tem chocolate, danoninho, nem industrializados para bebê. Fui questionada? Sim. Questionei mães que fizeram ao contrário? Infelizmente.
Eu julguei mães que fizeram escolhas diferentes das minhas até me lembrar daquelas que me julgaram e como me senti com estes julgamentos. Senti vergonha da minha atitude e hoje, embora não concorde com muitas coisas, procuro acolher e entender minhas amigas mamães.
Quando nasce um bebê, independente de ser a primeira ou a quinta gestação, nasce uma nova mãe, uma nova mulher e essa mulher, acima de tudo, precisa de um abraço, uma troca de olhares e um ombro amigo para chorar porque ser mãe não é fácil não. É lindo, emocionante e muito gratificante, mas muitas vezes, como diz uma amiga, é solitário.
Mamães, não vamos julgar, vamos acolher. Ensinar e dividir conhecimento é muito diferente de apontar medos, encontrar falhas e usar de ironia para defender uma verdade absoluta. Entre o certo e o errado existe uma linha muito tênue chamada respeito.
Um beijo, Dani.