As redes sociais mudaram as nossas vidas, e uma coisa que surgiu disso foram as tais das “amizades virtuais”, coisa que não acreditava muito, porque, pra mim, amizade sempre foi coisa de “pele”, de ter contato, de compartilhar, de “sentir” a pessoa.
Mas a vida adora chegar de voadora nas nossas certezas, né? E numa dessas voadoras acabei conhecendo uma das minhas melhores amigas… Ainda bem!
Vou contar a história porque é bem engraçada…
Eu sou muito possessiva com meus amigos. Não é ciúme, é possessividade mesmo, porque não tenho ciúme das pessoas que eles convivem, desde que eu continue recebendo toda a atenção do mundo. É coisa de leonino, sabe? Leonino acha que tudo é dele, só dele e só pra ele. Ridículo, eu sei, mas é real!
Pois um dos meus melhores amigos da época do colégio era amigo da Mila, que mora em Goiânia, e via a movimentação dos dois nas redes sociais, e aquilo começou a me irritar, porque a atenção estava dividida (juro que era só amizade, sempre foi). A coisa foi ficando esquisita de tal forma que a gente começou a se detestar, mas detestar mesmo, de viver em “pé de guerra”, porque ela é tão possessiva quanto eu.
O amigo, coitado, ficava no meio desse circo sem saber o que fazer, até que um dia uma de nós, e eu não lembro se fui eu ou ela, foi falar com outra, e desde então a Mila ganhou meu coração!
A gente só se viu uma vez, lá em Salvador, mas em muitas épocas ela foi a pessoa mais presente na minha vida, mesmo distante, e a gente conversava todos os dias, às vezes por horas. Hoje a gente não se fala tanto quanto antes, porque são duas pessoas mega ocupadas, mas o carinho é o mesmo, e ela é uma das pessoas que mais gosto, que mais quero bem.
Mesmo sem ter um contato diário, desses que eu achava que sustentavam uma amizade, Mila me conhece mais que a grande maioria. Nunca caiu nas minhas birras, meus bicos e minhas manipulações baratas, sempre me “deu a real”, sempre falou o “ó, isso tá errado, para que tá feio”, nunca passou a mão na minha cabeça e sempre falou as verdades que eu não queria ouvir.
Mais que isso, ela nunca vendeu a imagem de perfeição, ao contrário, sempre foi humana, sempre foi real, e sempre mostrou isso quando a grande maioria faz exatamente o contrário, mostrando o que é bom e camuflando o que é ruim. E talvez por isso eu, que sempre fui “fechada”, tenha me “aberto” tanto e tantas vezes com ela.
Sabe quando a gente se sente tão à vontade com a outra pessoa que a gente consegue ser exatamente o que a gente é, sem defesas ou coisas do tipo? É desse jeito!
E é por isso que tenho certeza que sim, que amizades virtuais existem, porque mais que estar perto, pra ser amigo é preciso estar “do lado de dentro”. É preciso se doar de verdade, sem medo, é preciso respeitar, gostar, cuidar, querer bem, apoiar e compreender mesmo quando o outro faz algo que não entendemos. É preciso, enfim, “ser” pela outra pessoa.
E ó, mesmo distante, eu super sou pela Mila, que é, com certeza, uma das pessoas mais lindas que já conheci na vida!
Beijos
Ju