Essa semana aconteceu um fato curioso aqui no blog…Uma leitora enviou um e-mail sobre o Biocale e encaminhei como resposta um e-mail padrão, que envio sempre que alguém quer saber mais sobre o produto. O e-mail diz o seguinte:
Flor, todassss as informações sobre o Bio estão no link abaixo, tá? Beijos
Recebi um e-mail resposta da leitora dizendo que eu havia sido extremamente irônica na resposta e que ela, que sempre seguiu o blog, estava decepcionada.
Juro que fiquei sem entender, porque o e-mail era exatamente o mesmo que envio pra todo mundo e não vi onde poderia ter dado margem para que a interpretação sugerisse ironia. Reli o e-mail dela, porque o meu já tenho decorado, e notei que o problema foi o “flor”, que ela repetiu várias vezes.
Comentei isso no Face e foi um avalanche de opiniões, até que uma outra leitora falou que, na região dela, flor (assim como querida e amada) era um “tipo” de ironia, e que ela mesma achou estranho quando, tempos atrás, me enviou um e-mail e respondi com um “flor”, mas viu que era a forma como eu tratava todo mundo. E eu realmente trato todo mundo assim, e é, pra mim, uma forma carinhosa de falar.
Tô contando a historinha não pra expor a pessoa, mas pra que a gente pare pra analisar o seguinte: eu (nem você nem ninguém) não tenho como adivinhar o que você vai interpretar do eu falei, porque a minha responsabilidade é com o que eu falo/escrevo, a sua interpretação está muito além da minha alçada.
Como é que eu vou saber que na cidade tal, a palavra “flor” é uma ofensa? Como é que eu vou saber que uma determinada palavra é, pra uma pessoa, um xingamento? Isso é interpretação, e interpretação é muito pessoal, porque “flor é flor”, o significado que você dá a ela é, me desculpe, problema inteiramente seu, assim como o significado que dou é problema meu.
É bom falar sobre isso porque sempre interpretamos as coisas da forma como vemos o mundo, mas a forma que a gente vê pode (e vai) ser muito diferente de como o outro enxerga, porque, como já dizia o velho e bom Leonardo Boff, “cada ponto de vista é o ponto de vista de um ponto”. Assim, uma mesma palavra pode ter significados completamente diferentes pra cada pessoa, mas o que não pode é você julgar o outro a partir da sua interpretação do que ele falou.
Tipo assim ó: “João” disse que a flor é bonita. Isso é um fato, e João quis dizer somente que a flor era bonita. Mas se José acha que “bonito é primo de feio“, a coisa começa a complicar, porque ele vai achar que “João” tava querendo dizer que a flor era feia, então disse que era bonita de forma irônica e pejorativa. O problema aí não tá com João, mas sim com a interpretação de José, é ou não é?
É importante ficar atento porque é nisso que começam as confusões, não só na vida virtual, mas também, e principalmente, na vida real, porque muitas vezes a gente julga e condena o outro com base na nossa interpretação e não nos fatos em si, o que, claro, é um absurdo.
Flor, querida, amada, fofa, amiga e afins são só palavras, quem dá o sentido a cada uma delas é você, e você não pode exigir do outro que ele saiba o sentido que você deu, simples assim. Flor, pra mim, é uma palavra que denota carinho, cuidado, e como é dessa forma que tento tratar todas as pessoas, é dessa forma que vou continuar falando, porque no meu “universo” isso é bom.
Eu não me incomodo de jeito nenhum com esse tipo de coisa e jamais ficaria chateada, nervosa ou responderia de forma grosseira a coisas assim, porque isso não é da minha personalidade (mas já foi!), até porque acredito firmemente que educação e gentileza desarmam qualquer pessoa, porque ser grosso todo mundo pode, só que ser educado e gentil é pra poucos, mas trouxe o assunto porque acho que é um debate válido, sabe?
Portanto, antes de julgar, muitas vezes de forma errada, analise com cuidado. Antes de condenar, seja gentil com o outro, com suas supostas imperfeições e erros, porque, afinal, um tiquinho de gentileza, ao falar/escrever e ao ouvir/ler, não faz mal pra ninguém!
Beijos
Ju