Vou aproveitar que no domingo faço posts que fogem um pouco da nossa “programação normal” pra falar do meu Painel de Leitores Protótipo, que já falei lá no Face algumas vezes e muita gente, sobretudo outras blogueiras, perguntam como funciona.
Apesar de blog ser algo pessoal, sempre tive em mente que blog se faz para o leitor, e eu escrevo pra ser lida. E, se quero ser lida, tenho que conhecer muito bem os meus leitores.
Quero conhecer a ponto de conseguir cumprir, todos os dias, a promessa de que em cada post vocês vão encontrar aqui o que é importante pra vocês, o que é útil para as suas vidas, o que vai fazer diferença no seu dia a dia.
Por isso, cada post que eu faço, cada produto que escolho testar, cada tema que abordo leva em conta não só os meus, mas os interesses, necessidades e desejos de vocês, porque isso aqui não é feito pra mim, é feito pra nós.
Portanto, conhecer e, mais que isso, compreender os meus leitores sempre foi o ponto central aqui do blog, mas as pesquisas anuais, com perguntas prontas, não me davam o que eu queria, que era a acesso a realidade e ao dia a dia de vocês.
Painel de leitores protótipo
Foi aí que, pesquisando como as emissoras de TV conseguiam analisar o comportamento dos telespectadores pra “antecipar” seus desejos, cheguei no Homero Icaza Sánches, que foi considerado o “bruxo” da TV Globo, justamente por que conseguia entender o público de tal forma que sabia, antecipadamente, quanto cada programa da emissora teria de audiência.
Depois disso conversei com amigos que trabalham com publicidade e com pesquisa de produtos e conheci o painel de leitores protótipo, e aí, metódica que sou (Mércurio em Virgem, né mores? rs), coloquei no papel tudo o que achei relevante nos métodos de pesquisa que tive acesso e montei o meu próprio painel.
Primeiro a gente faz o óbvio: pega os dados estatísticos primários (no Analytics tem muita coisa!), como idade, sexo, cidades, etc, cruza essas informações e determina, com base nos resultados desse cruzamento, 10 tipos básicos (aqui eu tenho como base o 100%).
Com base nesse cruzamento eu sei, por exemplo, que 60% das minhas leitoras estão em capitais, mas a leitora que está numa capital do Sudeste é, a princípio, diferente da que está numa capital do Nordeste. Que a leitora que está em uma capital do Nordeste, mas é da classe B, tem expectativas, desejos e realidade diversa da que, estando na mesma capital, é classe C.
E mesmo que as duas sejam classe C e estejam na mesma capital, e aí já entra a parte de observação da realidade dos meus protótipos, elas não fazem parte do mesmo grupo se, por exemplo, uma é casada, tem filhos e trabalha fora e a outra estuda, é solteira e não trabalha.
Mas não fazem parte não porque uma é casada e a outra é solteira. Não fazem parte porque, por causa disso, muitos dos seus interesses diários, escolhas e desejos são diferentes.
Essa parte de estatística é, pra mim, a pior, porque sou de humanas, né? rs Mas, conversei com um professor do curso de Matemática da Uesb (a universidade daqui) e ele me ajudou.
Quando consigo os resultados da parte estatística e transformo isso nos 10 tipos básicos, chega na parte que mais gosto: transformar isso em bonecas e, depois, “em gente”.
Compro 10 bonecas (no meu caso são 9 bonecas e 1 boneco) e transformo-as com base naqueles dados estatísticos. Cada uma tem uma idade média diferente, uma cidade, uma classe social e por aí vai.
Feito isso, procuro entre as minhas leitoras, nas redes sociais (é por isso, também, que sempre tô futucando e curtindo o Face e o Instagram de vocês! rs), as que se encaixam em cada um dos perfis que estabeleci, porque não existe “um leitor”, existe um grupo de leitores diferentes unidos por interesses em comum, e eu não posso, se quiser atingir a todos, focar em apenas um.
Depois de encontrar os meus leitores protótipo, converso com eles e estabelecemos uma parceria, onde tenho acesso total a seus perfis nas redes sociais, pra que eu possa acompanhar o que eles dizem e, assim, entender o que querem e, mais ainda, o que não querem, assim como observar o que não dizem, que é o que me diz muita coisa, por mais louco que pareça.
Tenho, com todos, um encontro mensal (por skype, whatsapp, etc), onde a gente conversa sobre o que está acontecendo em suas vidas, quais são seus novos interesses, quais os produtos que estão usando, o que estão gostando ou não, e todos eles têm acesso total a mim o tempo todo pelo whatsapp, e aí a gente fala de tudo, de todas as besteiras do dia a dia, das neuras, das impressões sobre vários assuntos e produtos e por aí vai.
Esse acompanhamento é fundamental, porque todos nós mudamos todos os dias, e assim mudam as necessidades, os gostos e a própria vida, então é essencial prestar atenção nessas mudanças pra entender os novos desejos e as novas fases na vida de cada um e, assim, não repetir velhas fórmulas.
Acompanho e observo meus leitores protótipos todos os dias, de muitos já sou amiga mesmo, e isso me dá uma visão muito mais ampla do que cada um quer, porque consigo ter acesso a informações que nenhuma pesquisa me daria.
Sei onde moram, como moram, como querem morar, o que e quando leem, o que compram, querem ou não querem comprar, como se comportam nas mais diversas situações, quais são seus hábitos, suas expectativas, seus desejos latentes e por aí vai.
Tenho centenas de milhares de prints de cada reclamação que vocês fazem nas redes, e aqui é de todo mundo, de cada elogio, de tudo o que vocês falam e que pode, de alguma forma, me ajudar a melhorar e deixar o blog como vocês querem.
Já até mostrei por aqui uma vez (veja aqui) muitos prints de comentários fofos de vocês desde que criei o blog, lembram? Pois é, eu faço isso com tudo, com cada comentário, em todos os lugares, porque sozinha não consigo responder todos eles, mas guardo e levo cada comentário comigo pra entregar exatamente o que vocês querem.
Com base em todas essas informações, cada boneca, que representa um grupo de leitor, ganha “vida”. Cada uma é caracterizada de forma diferente, com corte, cor de cabelo, maquiagem, roupa, sapato, acessório, produtos que usa, etc. É tipo “brincar” de boneca, sabe?
Pra agrupar mais informações, cada uma tem um caderninho, que fica ao seu lado aqui na minha estante de leitoras protótipo, e esse caderninho, escrito a lápis, ganha novas informações todos os dias.
Cada mudança é anotada, cada compra, cada detalhe do que é falado e postado vai pro caderninho.
Dá um trabalho danado, um trabalho que nunca acaba, mas dá também uma satisfação imensa de ver que consigo, de alguma forma, conhecer vocês a tal ponto que, como leio por aqui quase todos os dias, a gente mais parece amiga de infância.
Vocês sempre falam que “adivinho” o que vocês querem, mas não é adivinhação, é observação mesmo (culpa de Escorpião, que manda no meu mapa! rs), só.
E isso também faz TODA a diferença no crescimento do blog, toda, porque, afinal, qual a probabilidade de um blog do interior da Bahia, de uma cidade super pequena, onde não tem sequer um shopping, onde não tenho acesso a quase nada, crescer na velocidade que a gente cresce? E, mais que isso, crescer quando a grande maioria dos blogs estão diminuindo e perdendo espaço pro YouTube?
Nós crescemos todos os meses, sem exceções, temos mais de 5 milhões de visualizações de páginas por mês, e de um público que não é, via de regra, o público comum dos blogs de beleza, já que a imensa maioria desse público tem mais de 30 anos.
Além de ser essencial para o crescimento, vem aí o mais importante: meu público é extremamente fiel. São pessoas que, desde que começaram a acompanhar o blog, continuam acessando regularmente, são pessoas que estão aqui o tempo todo.
Isso faz com que esse crescimento, que é sim maravilhoso, não seja vazio. Existe uma relação de confiança por trás desse crescimento, existe a reafirmação diária daquele “contrato” que falei no início do texto, que aqui vocês vão encontrar o que procuram, da forma que procuram, na linguagem que gostam.
Tudo isso pode parecer muito complicado ou calculado, mas não é. É simples, e é, pra mim, a melhor forma de conhecer cada vez mais as necessidades de vocês, porque eu, Ju, faço o blog pra vocês, eu quero ser lida, e pra ser lida preciso alinhar o que quero escrever com o que vocês querem ler.
Claro que preciso melhorar em muitas coisas, mas tenham certeza que, todos os dias, faço o meu melhor!
Espero que vocês tenham conseguido entender direitinho, e pras amigas blogueiras que queriam saber um pouco mais sobre isso, sobre como fazer e tal, o que posso dizer é que o que funciona pra mim é bem diferente do que vai funcionar para você, porque não existe uma fórmula, mas uma coisa é certa: o leitor é rei (quem disse isso foi o Google! rs) e você precisa conhecê-lo, precisa.
Beijos e bom domingo, Ju♥
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