Oi meninas, que saudade de vocês! Como estão por aí? Por aqui estamos entrando nos eixos, e por isso quero muito falar sobre saúde mental na pandemia, sobre esse período de quarentena e isolamento social.
Logo no início vim aqui e compartilhei com vocês (veja o post aqui) que havia passado por um período de “pânico controlado” até que entendi que precisava focar na minha saúde mental.
E racionalmente entendi.
Fui colocando várias coisas em prática e acreditei que conseguiria manter o equilíbrio, afinal moro sozinha em local isolado, com muita área e muito verde.
Ou seja, viver “isolada” era algo que, ingenuamente acreditei, não seria um problema.
Me enganei. Na verdade, subestimei não só o isolamento, mas todo o contexto e os reflexos de tudo isso.
O fato de minha mãe e o esposo estarem aqui desde o início faz uma diferença absurda em todos os níveis, embora no início não tenha sido fácil fazê-la entender a real dimensão da coisa.
Mas a questão vai muito além disso.
Realmente parei de olhar notícias sobre a Covid-19, evito conversar sobre ou focar nisso, inventei um monte de coisas pra fazer e segui todas as dicas que acreditei que ajudariam.
E ajudaram. Só que nada disso foi o bastante e os últimos meses foram de uma montanha russa emocional.
Antes da Pandemia: Miguelzinho
Pra começar, quando a pandemia começou eu estava imensamente fragilizada.
Do dia pra noite, sem “aviso”, sem que eu pudesse fazer quase nada, perdi meu Miguelzinho e isso me estraçalhou por dentro.
Pra muita gente “é só mais um gato”, mas pra mim ele era a mais pura expressão do amor, a minha cura pra um mundo de coisas.
Eu olhava pra Miguelzinho e via, naquela bolinha de amor, a face de Deus. Isso foi arrancado de mim de uma hora pra outra e até hoje não consigo falar sobre…
O máximo que consegui tá aqui, nesses dois posts do instagram: aqui e aqui.
O início da Pandemia
No início, passado o primeiro momento de pânico seguido de um período aparentemente equilibrado, começou a montanha russa.
Pra começar, a situação da minha cidade me desestabilizava dia após dia.
São 19 leitos de UTI pra atender 27 cidades e 850 mil habitantes.
Centenas de pessoas que não foram testadas (até hoje a questão dos testes é um problema imenso), monitoramento ineficaz, fiscalização inexistente.
E nada a ser feito. Nada. Porque a maioria absoluta achava que era histeria.
Aí os casos começaram a ter nomes, as mortes começaram a ter rostos e tudo começou a ficar muito próximo.
E eu não entendia porque as pessoas não entendiam.
Não as pessoas que precisam sair pra trabalhar, mas todas as outras, sabe?
Com pouco mais de 150 mil habitantes e sem testar a imensa maioria, temos 6054 casos suspeitos, 4573 “em quarentena”, 3126 casos confirmados e uma média de mais ou menos 100 novos casos por dia.
As pessoas? Andando nas ruas normalmente, mesmo com o comércio teoricamente fechado, a maioria sem máscaras, lotando mercados e praças, fazendo festas, se aglomerando de todas as formas possíveis.
Minha saúde mental na Pandemia
Diante desse quadro, passei meses brigando, e isso tava me acabando.
Comecei, com minha mãe, a fazer máscaras pra doar pra população carente, assim como kits de higiene e cestas básicas (até mostrei como tava montando nesse post aqui).
Nisso, até Pedro, esposo de minha mãe, começou a ajudar.
E esse foi um momento que me emocionou e fragilizou muito, porque o filho dele mora em Fortaleza, testou positivo logo no início, quando estava um caos, não tinha leito e ele não tinha o que fazer.
Mas foi costurar máscaras pra ajudar.
Esse “não ter o que fazer” me baqueou imensamente…
Mais e mais pessoas conhecidas começaram a testar positivo, algumas infelizmente faleceram e não segurei a onda.
Me concentrei em dar conta das coisas da casa, dos meus bichinhos, de minha mãe e só.
Não conseguia produzir conteúdo, não conseguia fazer outras coisas, não conseguia cuidar de mim.
Sentia (e sinto) uma falta enorme de poder abraçar pessoas que amo. De viver sem medo, angústia e ansiedade.
Montanha Russa Emocional
E passei semanas nessa montanha russa, as vezes um pouco melhor, as vezes pior.
Até que não só entendi, mas decidi que não poderia continuar como estava.
Primeiro porque a gente não faz ideia de quando tudo isso vai passar, de por quanto tempo mais vamos viver esse “novo normal“.
Segundo que tem coisas que a gente não tem como controlar, não tem jeito.
Então é focar no que a gente pode fazer e encontrar meios de se reinventar, de continuar vivendo pra sair disso mentalmente sã, na medida do possível.
Saúde Mental na Pandemia
Listei algumas coisas que tinha vontade fazer e achei que seria uma forma de, primeiro, sair do estado de inércia e angústia.
Fiz um trato comigo de me dar todo tempo que fosse preciso.
Aí quis fazer um arco de ferro pro jardim. Fiz.
Depois quis fazer um pergolado de madeira no jardim, porque sabia que era uma coisa que exigiria tempo, concentração, trabalho físico, pesquisa e conversa com amigo engenheiro pra me orientar.
Lembro quando postei no Instagram que ia começar e fiz uma enquete. A imensa maioria votou que eu não conseguiria fazer. E isso foi ótimo!
Levou semanas, mas o pergolado tá pronto, perfeito, seguro e ficando lindo.
Comecei a fazer comedouros e bebedouros de passarinhos, logo inventei de construir uma fonte com energia solar pra eles, fui cuidando das plantas fazendo mudinhas, cuidando das coisas de casa e me curando.
Nesse período intensifiquei a apometria com a Thais (já faço um post sobre isso!), o reiki, a meditação, orações, banhos de ervas e uso de óleos essenciais.
Consegui trazer Tapis (minha gatinha) de volta pra casa, arrumei o quartinho dela e tô me esforçando muito pra que ela não saia de casa (e ela não saiu nenhum dia).
No meio disso, minha mãe teve um problema de saúde, eu tive alguns e Tapis ficou bem ruim umas duas semanas atrás.
Só que eu já estava muito mais fortalecida e consegui lidar com tudo isso da melhor maneira possível.
Como estão as coisas agora
Nesse momento, além do “Spa de passarinhos” hahaha, das plantas, do pergolado, da casa, do Instagram, dos meus bichinhos e da minha saúde mental e emocional, tô me dedicando a pintar e a voltar a escrever aqui no blog todos os dias.
Sempre quis pintar e vinha treinando e mostrando no Instagram sempre, mas nunca fiz curso nem sei nenhuma técnica. Ou seja, só dava ruim.
Mas continuei tentando todo dia até que resolvi deixar a coisa ir na intuição mesmo e finalmente consegui pintar alguns quadros que gostei.
Tô bestinha! hahahaha
Coloquei muito sentimento pra fora pintando. E, talvez por isso, hoje consegui sentar aqui e conversar (e que conversaaaa longa! rs) com vocês.
Fiquei feliz.
E agora começa a fase de voltar a escrever aqui no blog, produzir mais conteúdo, continuar cuidando das outras coisas e olhar mais pra mim, cuidar do meu físico, da minha alimentação e me fortalecer cada vez mais.
E vocês, como estão por aí? Como anda a saúde mental na pandemia? Querem conversar mais sobre isso?
Saudade de vocês. Saudade de estar aqui com vocês!
Ah, fiquem tranquilas que vou compartilhar o passo a passo de tudo com vocês, tá?
Um beijo enorme e um abraço bem quentinho, Ju♥
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