Eu achei que já tinha visto muita coisa bizarra nesse mundo, mas depois das selfies no enterro do Eduardo Campos (com o caixão, com a viúva…) compreendi que a falta de bom senso do ser humano ultrapassa qualquer limite.
Quando comentei isso no na fan page uma pessoa mandou mensagem dizendo que não via nada demais, que aquilo era um evento de grande porte e que ele era uma pessoa pública, então a esposa tinha que estar também a disposição do público.
Oi? Como assim gente? Quando foi mesmo que as coisas se inverteram dessa forma? Evento de grande porte? Aquilo era a despedida do pai, do filho, do esposo, do amigo, do irmão de alguém, de um ser humano assim como eu e você. Aquilo era um momento de luto, de dor pela perda de uma pessoa amada, e esse momento precisa ser respeitado e preservado, sendo pessoa pública ou não, porque no momento do luto somos todos iguais.
É difícil entender? Então se coloque no lugar da mãe dele, dos filhos dele, da esposa dele. Se fosse com você, você gostaria?
E que palhaçada é essa de justificar todo tipo de absurdo com a afirmação de que é “uma pessoa pública”? Pública ou não, é um ser humano como qualquer outro, que tem sentimentos, que merece respeito. Não reconhecer isso é a mais absoluta falta de bom senso, de educação, de humanidade.
As pessoas perderem sim todos os limites, e basta dar uma olhadinha nos comentários das redes sociais pra notar isso… O que não falta é gente que passa o dia “entrando” nas redes sociais alheias pra atacar com ferocidade. E o que mais se vê é o “ah, você é feia, é muito magra, é muito gorda, tem a boca torta, tem o nariz de pato…”
Tá, a pessoa é feia… E aí, você quer que ela faça o quê, arranque o rosto? Quer que ela faça o favor de nascer de novo? Quer que ela faça trocentas plásticas pra agradar o gosto alheio?
Sabe, não é bonito e muito menos “corajoso” criticar ninguém publicamente, apontar “defeitos” ou características físicas. É grosseiro, é mal educado, é feio… E sim, você pode estar certo e a pessoa realmente ter o nariz de panela ou o pé de pato, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Você gostaria que fizessem isso com você, com sua mãe, com sua filha? Pois é…
Gente, não importa o quanto a pessoa é famosa, não importa o quanto ela é “importante”, não importa quanto poder ou dinheiro ela tenha, porque por trás de tudo isso existe uma pessoa exatamente como você. Uma pessoa que tem medos, inseguranças, que sofre, que comete erros, que mete os pés pelas mãos, que se arrepende… Um ser humano, só e apenas isso.
E é preciso que a gente enxergue isso, que antes de abrirmos a boca ou apertarmos o enter nos coloquemos no lugar do outro. Se imagine sendo aquela pessoa, passando pelo que ela passa, sendo alvo de tudo que ela é, sentindo as suas dores, e só depois disso, de uma avaliação criteriosa com boas doses de gentileza e educação de alma, abra a boca ou aperte a tecla.
Fica a dica! E fica a dica pra mim, pra você, pra A, pra B e pra todo o resto.
Beijos
Ju