11.12.2015

Ei, Revista Glamour: Vem Cá, Vamos Conversar!

Porque tem horas que a gente não aguenta!

Não é de hoje que a revista Glamour vem protagonizando algumas polêmicas na rede, mas acho que isso faz parte, que revistas são feitas por pessoas e que elas erram, então nunca me dei ao trabalho de ficar comentando. Mas, diante da carta editorial da Mônica Salgado na última edição da revista e, sobretudo, das palavras da Kariny Grativol, produtora-executiva da revista, resolvi sentar aqui e escrever um post.

Sabe, eu também acho que o mundo anda chato, que tem conversinha demais e que tudo é motivo pra polêmica. E concordo que essa patrulha chata do politicamente correto tem calado vozes que não deveriam se calar, mas existe uma linha muito tênue que, creio eu, a Kariny, a Mônica e a Glamour não conseguiram entender ainda, mas deveriam.

Tem um livro bonitinho e simples, chamado a Águia e a Galinha, que diz, logo no início, que cada ponto de vista é o ponto de vista de um ponto. Traduzindo: cada cabeça é um mundo, e o que é verdade pra você não é, necessariamente, para o outro. As suas verdades são válidas pra você, porque fruto das suas experiências e, a menos que você se julgue “o rei sol”, é muita arrogância, pra dizer o mínimo, querer impor um tiquinho que seja delas a quem quer que seja, que dirá a um público enorme, de mulheres de todos os tipos.

revista-glamourQuando você, Kariny, diz que não é ok ser gorda, você pode dizer isso em relação a você,  de acordo com as experiências que você viveu, com o que você sentiu, com a sua realidade, mas não pode, jamais, afirmar isso como se verdade absoluta fosse, porque não é, como se isso valesse para todas as pessoas, porque não vale. Você, sinto informar, não é o mundo, e ele não gira ao seu redor.

Ao dizer que “não é ok ser gorda, não é possível se sentir bem…”, o que você faz é simplesmente dizer pra milhares de mulheres, e veja bem o peso disso, que “o seu ponto de vista é o ponto de vista de todo e qualquer ponto”.

Pode parecer complicado, eu sei, mas seria diferente se, por exemplo, você dissesse que você não se sentia bem com a sua obesidade e que, por isso, você gorda não era ok… Aí seria a sua experiência, uma contribuição de como você, ao vivenciar esse problema, se sentia, e não a imposição da sua verdade como absoluta, entende a diferença? Espero que sim, porque você tem todo o direito do mundo de falar o que acha, mas não pode, com base apenas na sua experiência, dizer como outra pessoa que esteja passando pela mesma situação deve ou não se sentir.

É raso, é falacioso, é ditatorial, é manipulador e carece, definitivamente, de glamour.

E agora vamos conversar, dona Glamour? Menina, como uma revista feita para mulheres, você deveria se preocupar em, também, disponibilizar matérias que ajudassem, de alguma forma, a amenizar a epidemia de baixa autoestima, de falta de aceitação e de autoamor do seu público, mulheres reais, com silhuetas reais, salários reais e vidas que, na grande maioria dos casos, não são de capa de revista. Deveria, ao invés de dizer como as pessoas devem ou não se sentir, com jornalistas que mais parecem  sensores das sensações e dos sentimentos alheios, investir no positivo e tentar plantar a sementinha no empoderamento na cabeça das suas leitoras.

Mas, se isso não for possível, pelo menos não atrapalhe, porque não atrapalhar já é de grande ajuda, viu?

E antes que venham com conversa fiada, já digo logo: eu faço tratamento para emagrecer e isso nunca foi segredo para ninguém. Obesidade, no meu caso, é uma doença, e tem consequências sérias, mas eu nunca tratei a minha realidade como se ela fosse a de todo mundo, eu nunca, de forma direta ou indireta, oprimi quem está acima ou abaixo do peso, dando a entender que se você está acima do peso você não é ok, você não pode me sentir bem.

Eu, aliás, tô me sentindo ótima, viu, Kariny? Tô amando muito, tô sendo muito amada, tenho as leitoras mais incríveis da vida, tô construindo um monte de coisas  maravilhosas, vivo rodeada de gente do bem e, como se diz por aqui, “tô feliz, tô legal, tô de bem com a vida, amor”. E, olha só que maravilha: nada disso depende do tamanho do meu manequim!

Falando nisso, e só pra finalizar, eu acredito, e sempre vou acreditar, que aceitação é de dentro pra fora, e que a gente tem que se amar muito e tem que se respeitar muito, porque o que não é ok, mas não é mesmo, é depender do peso pra se amar do último fiozinho de cabelo até a dedinho do pé.

Porque eu, bom, eu me amo pelo que eu sou, não pelo que eu “estou”… E o que eu sou é mais, muito mais do que qualquer um pode ver!

Beijos, Ju♥

 

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