Quando você era criança, o que você “queria ser quando fosse adulta”? A pergunta parece fora do contexto, eu sei, mas é que eu quero saber se você anda fazendo o que te faz feliz, aquilo que você sempre quis fazer, aquilo que você mais desejou.
Parece besteira, parece coisa de criança, mas não é. É pressuposto básico pra felicidade. Mas quando a gente “cresce”, esquece disso…
Eu já quis ser tanta coisa que não faço nem ideia do que, na verdade, queria ser. Já quis ser antropóloga, socióloga, historiadora (eu amo história!), cientista, astronauta… Já quis muito cuidar de planta, de idoso, de índio… Mas acabei fazendo Direito, porque o campo de atuação é muito amplo e eu poderia fazer várias coisas.
Eu adorei a faculdade. Amei a grande parte das matérias, achei algumas desnecessárias, e entendi que a prática não é pra mim. Não bate, não combina, não “dá liga”. Amo a teoria, mas como na prática a teoria é outra, virei a página, mas não totalmente.
Só que a faculdade me trouxe uma coisa bem boa, porque foi durante a faculdade, mais precisamente no último ano, que tive um “estalo” do que eu realmente gostava de fazer…
É que enquanto todo mundo surtava com a monografia, eu amava tudo aquilo. Lia durante horas seguidas, escrevia por muitas outras horas, mas morria de vergonha de mostrar pro professor de metodologia, acredita? Só fui mostrar na apresentação final, e, por causa disso, passei 3 unidades tomando bomba, simplesmente porque tinha vergonha, porque acreditava que não era boa o bastante.
E só entendi que escrevia bem quando, mesmo tendo tremido durante toda a apresentação da monografia (apresentei sentada porque não tinha a menor condição de ficar de pé!rs), tirei 10, por unanimidade e com indicação pra publicação (guardo o papel até hoje! huahuahua).
O fato é que me senti bem perdida quando saí da faculdade e muitas vezes me peguei pensando no que eu “queria ser quando crescesse”… Pensei, pensei, pensei e notei que seja o que for que eu faça, eu preciso escrever. Não sei me comunicar de outra forma, nunca soube. Eu sou infinitamente melhor escrevendo que fazendo qualquer outra coisa, qualquer outra. Sou capaz de escrever por horas e horas, sobre qualquer assunto (já perdi a conta de quantas monografias fiz pras amigas! rsrs Tá errado, eu sei, mas sempre aprendo alguma coisa…), e não faço ideia de como a coisa brota, de como a coisa acontece.
Não sei ao certo o que fazer com isso, mas tenho certeza de que é isso que vou fazer a vida toda, de uma forma ou de outra.
Sabe gente, não é fácil “sair da caixinha”, do que é programado, do que esperam da gente, mas se tem uma coisa que aprendi é que não dá pra viver de acordo com as expectativas alheias. Não dá, é tiro no pé.
A gente só é bom mesmo fazendo o que gosta. A gente só faz diferente quando faz com paixão, não tem outro jeito. Claro que, muitas vezes, pra chegar ao pondo de chutar o balde e fazer só o que a gente gosta, a gente tem que, antes, fazer o que é necessário, e não tem nada demais nisso. A gente faz o que é preciso fazer justamente pra, mais tarde, fazer o que quiser fazer. É simples, mas não é fácil, claro.
E uma coisa é certa: fazer o que a gente não gosta exige um esforço muito grande! Pra mim, então, é mais difícil ainda… É que, tendo TDAH, não consigo focar em uma coisa que não desperte meu interesse. Incapacidade mesmo, e das grandes.
Então, já que demanda muito esforço fazer o que não gosta, porque não investir no que você gosta, no que realmente te faz feliz? Comece de leve, comece aos poucos, como uma brincadeira até, mas não deixe isso morrer, não sufoque seus sonhos, não esqueça das suas vontades. Não importa “quantos anos” você tem, porque sempre é hora de fazer o que nos faz bem… Toda hora é hora de realizar sonhos, e sempre é tempo de ser feliz!
Beijos
Ju