Eu sou uma sonhadora incurável, do tipo que, mesmo que chova canivete, vai atrás dos próprios sonhos, acredita e luta por eles. Mas, nem sempre foi assim… Já fui insegura e tive medos demais, já me vi contaminada muitas vezes pelo mosquitinho “do que os outros vão pensar” e já fingi pra mim mesma que queria uma coisa quando, na verdade, “não sabia” ou não tinha coragem de assumir que queria outra.
E tudo isso me fez tão infeliz, vazia, perdida e triste que um belo dia eu tive certeza de que o que eu realmente gostava de fazer era escrever (só lembro de Jorge dizendo : “escrever, pra mim, é o mesmo que viver…”), e aí eu “joguei tudo pro ar” e fui, na cega, fazer o que eu gostava. Eu não fazia a menor ideia de como “viveria disso”, mas fiz o que faço quando não sei o que fazer: eu começo a fazer!
Claro que, no início, precisei conciliar as coisas, porque tinha contas e responsabilidades, mas é aquela velha história de que a gente se programa, fazendo o que precisa fazer, pra depois de um tempo fazer o que quer fazer.
É fácil? Não. Fácil é seguir caminhos já trilhados, conhecidos. Na verdade, a coisa foi (e às vezes ainda é) extremamente difícil de muitas formas, mas pensava muito numa frase do Steve Jobs e continuava seguindo em frente. A frase, aliás, é essa:
“Você tem que encontrar o que você gosta. E isso é verdade tanto para o seu trabalho quanto para seus companheiros. Seu trabalho vai ocupar uma grande parte da sua vida, e a única maneira de estar verdadeiramente satisfeito é fazendo aquilo que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um ótimo trabalho é fazendo o que você ama fazer. Se você ainda não encontrou, continue procurando. Não se contente. Assim como com as coisas do coração, você saberá quando encontrar. E, como qualquer ótimo relacionamento, fica melhor e melhor com o passar dos anos. Então continue procurando e você vai encontrar. Não se contente.
Acontece que explicar isso para as pessoas ao nosso redor, pessoas que “esperavam mais” de nós, não é simples não… Na verdade, sempre que os nossos sonhos saem um pouco da estrada conhecida, quase todos ao redor vão tentar nos “deter”, principalmente as pessoas que mais nos amam, porque o “conhecido” é sempre mais seguro, e segurança é tudo que nossos pais querem pra nós.
Mas existem também aqueles que desistiram dos próprios sonhos, que não tiveram coragem de lutar por eles, e tentam te fazer desistir. Assim como aqueles que não suportam ver os outros conquistarem coisas, pra não se sentirem diminuídos, e tentam te fazer parar. Além, é claro, dos que acham que você simplesmente enlouqueceu.
E isso não é tudo: ao começar do zero, você precisa abrir mão de muitas coisas, inclusive, muitas vezes, de status, dinheiro e reconhecimento, assim como vai precisar trabalhar incansavelmente, noite e dia, e esperar por muito tempo até que a “árvore” comece a frutificar.
E você vai sentir medo de não saber como fazer as coisas acontecerem, e vai sentir medo das coisas não acontecerem. E é fato que tudo pode dar errado, mas a vida é isso aí, é tentativa e erro, e enganos fazem parte. O que importa é que você errou tentando, você não se acomodou no que te faz infeliz.
E se deu errado, bom, agora você já sabe que desse jeito não dá certo, tente outros, porque o que importa, de verdade, é fazer o que te deixa verdadeiramente feliz, o que te inspira, o que te motiva, o que dá sentido a sua vida.
Pra grande maioria isso pode não significar absolutamente nada, mas a verdade é que quando a gente faz o que gosta, quando faz com paixão, tudo muda! O ânimo ao acordar é outro, e não existe hora a mais de trabalho, perda de feriado, férias ou final de semana que te façam parar, e sabe porquê?
Porque a felicidade de fazer algo que é uma expressão do que a gente é, é absurdamente compensadora. Porque dormir ao final de cada dia sabendo que a gente fez o melhor que podia e que deu o melhor de si por/pra algo que a gente ama faz muita diferença. Porque a emoção que a gente sente com cada pequena vitória é muito mais excitante do que a maioria pode imaginar.
Mas, claro, nem tudo são confetes e é preciso muita coragem e planejamento, além da consciência de que há um preço, e um preço que nem todos estão dispostos a pagar, porque sim, seguir os próprios sonhos é incrivelmente compensador, mas o preço que se paga é, não raras vezes, alto demais.
A escolha, como quase sempre, é toda sua, e eu espero, de todo coração, que você escolha sempre aquilo que faça o seu coração vibrar!
Beijos, Ju♥