Faz tempo que as redes sociais “falam” sobre Rodrigo Hilbert, e já vi textos engraçadíssimos pedindo pra alguém dar um freio no moço, que estava levando a coisa a patamares inalcançáveis.
Mas o que o Rodrigo faz de tão diferente pra chamar tanta atenção?
Hummm, vejamos… Além da genética abençoada (Deus benzaaa hahaha), ele é bem sucedido, famoso, cozinha muito bem, lava, passa, faz ioga, casa de madeira, chapa para churrasqueira e crochê, é “pau pra toda obra”, gente boa, se diverte com a molecada, cuida da avó, é espiritualizado, se preocupa com a natureza, é bom pai, bom marido, boa pessoa.
Alguém viu algum feito extraordinário aí? Eu não.
Me parece muito óbvio que quem suja tem que limpar. Que quem bagunçou tem que arrumar. Que quem quer comer deve cozinhar. Que a roupa que você sujou, você deve lavar, passar, guardar. Que cuidar de si e de suas coisas é o básico do básico.
Que ter um filho vem com o pacote cuidar, educar, criar, amar. Que ter uma pessoa ao lado é uma parceria, onde os dois compartilham a vida e o dia a dia de forma igual. Que ser amigo de seus amigos e cuidar dos que você ama quando eles precisam é o natural.
Que é bom saber se virar, aprender coisas diferentes e não precisar gritar por socorro até pra bater um prego. Que se preocupar com a preservação da natureza é uma necessidade indiscutível, porque é o mundo em que você vive, e pra viver você depende, evidentemente, dele. Que ser solidário e estender as mãos para quem precisa, quando você pode fazer, é pressuposto básico de humanidade, e não motivo para palmas e confetes.
E isso, gente, vale pra todo mundo, pra homem e pra mulher.
Só que na “vida real” não é o que acontece, né? A “regra” é que a mulher seja cozinheira, faxineira, governanta, costureira, babá e mãe dos filhos e do marido/namorado. Porque isso, dizem, “é coisa de mulher”.
Mas não é, é coisa de gente, e fazer cada uma dessas coisas é obrigação de todos.
Isso não significa que você não possa fazer nada pelo outro, que tudo tem que ser calculado. Não, tudo deve acontecer muito naturalmente, você pode fazer o que quiser, mas como opção e não porque é sua “obrigação como mulher”.
Não é sua obrigação carregar o peso de “criar” marido/namorado, como se ele fosse um incapaz. Ele é gente, assim como você, é plenamente capaz, e tem que agir como tal, ué.
E isso vale pra você também, tá? Não existe isso de “coisa de homem”, e quanto mais habilidades você tiver, quanto mais coisas você souber fazer, melhor pra você.
Então, sim, Rodrigo Hilbert parece ser um cara bem legal e cheio de habilidades, um desses que, não deveria, mas ainda é raridade hoje em dia. Só que ele não eleva o patamar, ele faz o que os outros deveriam fazer.
Não é que ele seja “demais”. É que a imensa maioria ainda se comporta como se “de menos” fosse o bastante, simples assim.
Beijos, Ju♥
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Mil e uma palmas, onde eu aperto pra estourar fogos..? kkkk
Super concordo Ju, disse tudo e um pouco mais..
Esse texto serve pra muito homem que ainda não aprendeu
nem a colocar comida no prato, afee.. não sei como
no ano de 2017 em que nos encontramos, ainda existe essas coisas..
AMEI o texto ♥
Que sonho esse homem, que inveja queria um assim pra mim.
Sensacional! Meu marido é “Rodrigo Hilbert”, mas não veio pronto não… Só deixei bem claro que casei pra ter um parceiro, e não pra ser empregada! Lá em casa vale a lei da sociedade, mas veja bem… não é 50% pra cada! é compreensão e disponibilidade, de ambos! Quem está disponível vai lá e faz, assim os dois acabam juntos e podemos nos curtir!
Parabéns pelo texto, simples direto e necessário. E Rodrigo Hilbert é realmente um belo exemplo a ser seguido.
Falou tudo!!! Graças a rotulação “Coisa de Homem” e “Coisa de Mulher”, quando alguém vê um Rodrigo Hilbert da vida acha que “noooossa, que homão” rs quando na verdade isso não é nada além do mínimo a ser feito por duas pessoas que decidem viver juntos.
Exatamente isso!!! Sociedade machista em demasia…
Amei! Nem preciso dizer muito, vc conseguiu colocar em palavras simples o que a maioria de nós pensamos sobre o “fenômeno Hilbert”. Terminou de conquistar meu coração, virei fã!
Parabéns Ju. Vc disse tudo. Simples assim
Não tenho nada a dizer, apenas aplaudir!! Disse tudo.
O mínimo não deveria ser extraordinário, é apenas o mínimo, a gente é que acha que deve aceitar menos do que o mínimo.
Beijooosss
Ju!!! Prazer!! Primeira vez que comento mas acompanho seu blog tem bastante tempo! Não pude deixar de me expressar com esse post! Você falou e disse! Como sempre!!! Moro junto com meu noivo e ele foi criado na base do ” coisas de homem é coisas de mulher”. Mas comigo não tem isso não! Ele tá é aprendendo que não é bem assim! Huahuahuahu beijos e muita luz!!
Seja bem-vinda, minha linda! E é bem isso mesmo, eles foram criados assim, é o que eles aprenderam, e é um trabalho diário mudar isso aí!
Perfeito!!!
Ju, eu não podia deixar de comentar seu excelente texto! Eu penso que a culpa da nossa sociedade machista são das próprias mulheres que criam seus filhos a décadas da mesma forma, não exigindo participação nas tarefas domésticas. Tenho vários exemplos de mulheres que criam seus filhos sozinhas e nunca ensinam nada dessas tarefas para eles. Ja fiz várias reflexões e algumas acharam que eu tinha razão e começaram a mudar em relação aos filhos. Tenho sorte de ser casada com estrangeiro, que foi educado e aprendeu as tarefas domésticas desde cedo. Tenho esperança que um dia as mulheres brasileiras se conscientizem que é necessário educar os meninos à participar das tarefas do lar, pois como você bem disse no texto, todos sujam as coisas!
Pena que este conceito machista esteja tão enraizado na cabeça de todos, homens e mulheres. Meu marido teve este tipo de educação, a mamãe sempre fez tudo pra ele. E isto ficou tão enraizado nele que é difícil mudar. Temos um filho e por mais que eu tente educar de outra forma, o exemplo do pai prevalece.
Ele até tenta mudar, mas parece que o cérebro dele está no piloto automático que ele nem percebe o que deve ser feito. Toda hora tenho que ficar pedindo. E isso acaba cansando.
Oi Ju, acho muito pertinente o que vc escreveu, sendo que quando é uma mulher que faz todas essas coisas ng dá parabéns e ela “não faz mais do que obrigação”.
Complemento com o seguinte texto:
Flávia Azevedo: ‘Não vim ao mundo para ser mãe de quem devia ser parceiro’
Não que eu tenha nada a ver com a vida de Mozão e Mozinha nem queira me meter no café que Buzunguinha faz pra Buzungão, todo dia de manhã. Cada casal tem seus códigos, hábitos, carinhos, infernos e costumes particulares. Tenho nada com isso não. Mas o que mais se lê nos grupos de mulheres (que abundam nas redes sociais), é esposa reclamando que não aguenta mais cuidar de marido como se fosse filho. Isso, dito de diversas maneiras. Muitas vezes, em posts anônimos. Outras, com um misto de saco cheio e culpa. Fato é que a figura do “marido meninão” não faz mais sucesso como antigamente. Claro. Felizmente.
O mundo mudou e não somos mais obrigadas. Eu mesma, se for pra casar com um cara que não consiga escolher as próprias roupas, cozinhar a própria comida, lavar os próprios pratos, cuidar dos próprios filhos e limpar a própria casa sendo um parceiro adulto em todas as questões cotidianas, tô fora. É bem mais lucro ficar sozinha. Porque a outra coisa boa é que não precisamos mais casar.
Lembro, sem saudade nenhuma, do namorado que, sem tirar os olhos da tevê, me estendeu o copo dizendo “falta açúcar” assim, como se fosse minha obrigação adequar o suco ao paladar dele. Se ele mesmo não tomasse uma atitude, estaria mumificado, naquela posição, até hoje. Eu só olhei, nem precisei dizer nada. Recado dado e entendido. É que o rapaz chegou (e foi dispensado) na minha vida depois que descobri que não vim ao mundo para ser mãe de quem devia ser parceiro.
Antes, no entanto, lavei umas cuecas. Já achei que fosse minha obrigação. Mais do que isso, escolhi roupas para homens que se diziam incapazes de decidir o que vestir. Fiz faxinas em casas de namorados porque “homem não sabe limpar casa” e aceitei roupas sujas jogadas pela sala que eu havia acabado de arrumar porque “homem é assim mesmo”.
O ponto alto dessa fase louca, foi ser aconselhada a aceitar comportamentos estranhos do pai do meu filho, quando nosso bebê nasceu. Segundo a pessoa que me aconselhou, ele devia estar com ciúmes, estranhando o fato de ter que dividir atenção com o filho dele! E eu, em plena depressão pós parto, exausta dos cuidados com um recém nascido, é que deveria compreender. Ah, tá. Caguei. Não compreendi. Não quero compreender certas coisas. Acabou. E já me perdoei pelo tempo investido em relações que não se parecem em nada com a parceria que eu mereço.
Não faço questão de dividir minha vida com quem se aproveita de mim. Ou com quem é babaca ao ponto de, depois de adulto, não conseguir reverter hábitos da família de origem. Foi educado assim? Cure-se. Reeduque-se. Reaja. Sempre é tempo. Eu nunca tinha feito uma faxina até decidir ir morar sozinha, aprendi a cozinhar pesquisando em sites de culinária e sei como cuidar do meu filho porque leio, me informo e procuro saber.
Compreender, aceitar, cuidar, acolher, perdoar são verbos lindos, cheios de poesia e necessários à boa convivência entre humanos. Mas não são exclusivamente femininos. Gostosa é a troca. Homens não são naturalmente infantis até a morte, mas ainda são condicionados a viver assim. Mulheres não são geneticamente subservientes ou programadas para cuidar dos outros. E nem maduras por natureza. Vamos colocar os pingos nos is: casamento não é adoção e marido não é filho. Não mais. Por mais que ainda, muitas vezes, pareça ser assim.
Flavia Azevedo é produtora e mãe de Leo
beijos
Meu comentário sobre esse post: apenas verdades!
Ai ju, falou tudo! Ele mesmo pensa assim, ele não se vangloria não. Vi um vídeo que ele falava isso e ainda dizia que mulherao dá porra são as mulheres as quais ele foi criado.
Aí simmmmm!@
Gostava muito do programa dele, até ele matar um bichinho no programa, totalmente desnecessário e cruel… Nunca mais assisti e não posso mais nem com o nome dele.
Arrasou no post!!