10.03.2016

Vivendo Sem a Pílula: O Primeiro Mês

Prometi pra vocês que viria aqui regularmente contar como estava sendo a experiência de viver sem a pílula anticoncepcional, e já está na hora de atualizar a coisa, porque as minhas impressões já mudaram bastante desde o último post.

Pra quem está chegando agora e não está entendendo nada, sugiro a leitura dos dois primeiros posts:

Vivendo sem a pílula: o primeiro mês

Suspendi o uso do anticoncepcional dia 27/01, depois de 18 anos de uso contínuo, por razões médicas, e estava cheia de dúvidas: será que teria cólica de novo? A menstruação viria forte? A TPM voltaria violenta? Meu humor mudaria?

Bom, a primeira semana foi um festival de complicações, talvez pela falta de hormônios sintéticos, e eu fiquei bem louca: irritada, sensível demais, apática, cansada, sem conseguir me concentrar em nada e chorando por qualquer motivo. Ou melhor, chorando sem motivo.

Na segunda semana o jogo virou e, de repente, comecei a ter ânimo para as coisas, parecia uma criança, com vontade de fazer tudo. Fiquei super animada porque, ao contrário do que li na net, não tive piora na oleosidade da pele e nem no cabelo, e comecei a sentir o corpo desinchar mais.

Tudo estava indo bem demais. E melhorou ainda mais em algumas coisas, só que piorou em outras.

Vivendo sem a pílula: o que piorou?

Menstruei, foi coisa rápida, e minha cólica não foi monstruosa, nada que um remedinho não desse jeito. A TPM, na verdade, chegou junto com a menstruação e não foi violenta. Que sorte a minha!

Depois disso minha vontade de fazer as coisas aumentou 100%, tô me sentindo muito mais viva, mais alegre, mais vibrante, sabe? E minha libido, bom, tá melhor do que nunca! hahaha

Isso é muito importante e acho essencial falar sobre, porque é um absurdo ver mulheres jovens, no auge da sexualidade, com a libido no chão. Isso não é normal, não tem que ser assim, de verdade.

Meu apetite, principalmente aquela vontade de beliscar todas as besteiras do mundo, que geralmente aparecia de noite, está cada vez menor, o que é muito bom, e minha circulação melhorou muito, e isso, junto com o fato de estar desinchando, tem dado uma diferença boa na celulite.

Mas, nem tudo são flores, e o fato é que de umas semanas pra cá minha pele e meu cabelo, que até então estavam normais, começaram a jorrar óleo. Sério, tá complicado!

Não tô tento espinhas nem nada disso, mas faz anos que não tenho uma pele tão oleosa assim, e lidar com uma raiz que parece produzir toneladas de óleo por segundo não tem sido lá muito legal, mas acredito que isso vá se regularizar aos poucos, até por causa da reposição de hormônios que, no meu caso, é essencial, pois tive supressão do eixo hormonal.

Tô me sentindo melhor sem a pílula!

O fato é que por mais que esteja chateada com a parte ruim e com ter que voltar a menstruar, tô me sentindo muito melhor, e, por algum motivo que não sei explicar, mais dona de mim, então tenho levado tudo numa boa. Ainda bem!

Mas, como já disse antes por aqui e faço questão de repetir, a pílula não é, necessariamente, uma vilã, gente. Vilã é a falta de informação adequada. Vilão é o médico que não investiga nada e receita qualquer anticoncepcional. Vilã é você que, ao invés de procurar um médico de confiança e exigir exames completos, compra o remédio que a amiga, irmã ou vizinha costumam tomar.

Ou seja, não vamos demonizar as coisas, porque a intenção aqui não é essa. É informar, é orientar da melhor forma possível, e é, principalmente, dividir a minha experiência, que não é regra pra ninguém.

Beijos, Ju♥

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12.02.2016

Pílula Anticoncepcional: As Primeiras Semanas Sem Usar

Depois de 18 anos!

Semanas atrás fiz um post aqui contando que, depois de 18 anos sem menstruar, precisei parar de tomar a pílula anticoncepcional por razões médicas (veja o post aqui) e estava, literalmente, travada de medo dos primeiros dias, porque li relatos bem ruins na net.

Na verdade era uma mistura de sentimentos: estava zangada por ter que voltar a menstruar, porque foi algo bem traumático na minha adolescência, estava chatada de perder a liberdade que não menstruar proporciona, e estava com medo de como ficaria o meu humor e o meu temperamento no início, porque hormônio é um troço problemático, e quando mexe nisso aí tudo é alterado.

Pílula Anticoncepcional

Créditos: Shutterstock

Pílula anticoncepcional: a odisseia!

E a coisa, na primeira semana, foi feia.

Fiquei bastante irritada, muito mais impaciente que o normal, extremamente sensível e completamente “armada”, pronta pra brigar, sabe como é? Pra completar, tive cólica por 2 dias seguidos, mesmo sem menstruar (quem explica?), fiquei enjoada, me sentindo cansada, sem ânimo pra nada, meio apática e com muito, muito sono.

A coisa passou meio como uma “névoa” e foi, basicamente, uma semana perdida, onde me senti mal e rendi pouco em todos os sentidos.

Acho que isso acontece porque o corpo reage a falta dos hormônios sintéticos, mas como estou fazendo a coisa com acompanhamento, e fazendo a reposição da progesterona, do estradiol e de outros hormônios que estavam muito baixos, a “era das trevas” durou pouco e na segunda semana a coisa virou.

Sabe criança com vontade de fazer tudo, com todo o ânimo e energia do mundo? É assim que tô me sentindo! A instabilidade dos primeiros dias deu lugar a uma sensação boa de equilíbrio e tranquilidade, tenho sentido o corpo desinchando e minha pele não teve nenhuma alteração na oleosidade, coisa que estava preocupada, já que o anticoncepcional ajuda nisso, né?

Pílula-Anticoncepcional

Créditos: Shutterstock

Uma coisa que tenho observado é que meu apetite tem mudado: aquela vontade doida de beliscar durante a noite reduziu muito e já não sinto tanta vontade de comer. Tô achando ótimooo!

Ainda não menstruei e não faço ideia de quando isso vai acontecer, porque depende exclusivamente do meu organismo, mas prefiro acreditar que a coisa será mais amena, que vai ficar tudo bem e que a decisão (forçada!) de voltar a menstruar foi, nesse momento, a melhor pra mim.

O fato é que, depois da turbulência,  estou me sentindo muito melhor em vários aspectos, e acredito que essas mudanças positivas vão se intensificar com o passar do tempo… Assim espero! rs

Enfim, só queria dividir isso com vocês, e a medida que o tempo for passando volto pra contar tudo o que for acontecendo, tá? Mas, antes de terminar quero deixar uma coisa bem clara: a pílula não deve ser “demonizada”, ela ajudou e ajuda milhões de mulheres em todo o mundo, é uma conquista nossa, e não é porque eu tive problemas que todo mundo vai ter!

E se alguém já passou ou está passando por isso, comenta aí! Me senti mais “confortável” com os comentários de vocês no post anterior sobre o assunto, fez com que eu me sentisse “menos só”, sabe?

Beijos, Ju♥

28.01.2016

Sobre Não Menstruar… Por 18 Anos!

Foi bom enquanto durou!

Pensei muito antes de escrever esse post, porque, afinal, falar sobre menstruação, ou melhor, sobre não menstruar,  é, digamos, íntimo demais. Mas, acredito que a gente já tem intimidade suficiente pra falar de tudo, porque é com vocês que passo a maior parte do meu dia, é pra vocês que conto não só quais são meus cosméticos preferidos, mas os meus medos, as minhas perdas,  as minhas neuras, as minhas dúvidas, as minhas conquistas e vitórias, a minha vida, enfim.

E essa semana, lendo uma matéria que compartilhei no meu perfil pessoal do Facebook, fiquei com muita vontade de falar sobre isso por aqui… Mas vou começar a história do começo, tá?

Sobre não menstruar

Menstruei pela primeira vez com 11 anos, e até os 15 vivia, mensalmente, dias de terror. Tinha cólicas absurdas, do tipo que a gente vai pro hospital e fica lá até a coisa melhorar, e minha TPM era monstruosa, uma coisa completamente fora do normal, porque eu surtava, literalmente.

sobre não menstruar

Isso atrapalhava minha vida de muitas formas, porque se nem eu conseguia conviver comigo durante 10 dias do mês, imagino como era difícil para as outras pessoas, porque a coisa era mais ou menos nesse nível: se você olhasse pra mim eu chorava porque você olhou, se não olhasse eu chorava porque você não olhou.

E isso sem falar que eu não tinha a menor condição de sair de casa menstruada, porque sentia tanta, mas tanta cólica que vomitar e desmaiar de dor era de praxe. Ficava trancada no quarto, no escuro, porque enxaqueca era um daqueles “presentes” que jamais deixava de vir.

Lá pelos 15 anos descobri Elsimar Coutinho, li muito do que ele falava sobre a suspensão da menstruação e conversei com minha ginecologista, que, a princípio, foi contra. Ela sugeriu que eu começasse a usar anticoncepcional e disse que isso amenizaria todos os meus problemas de mocinha. Não funcionou, e aí, finalmente ela concordou que, mesmo eu sendo tão nova, essa era a melhor opção.

Então, suspender a menstruação, naquela época, era uma necessidade, e foi algo que me deu uma qualidade de vida que, até então, eu não tinha. Meu humor ficou estabilizado, não perdia mais vários dias do mês trancada em casa, não era mais frequentadora assídua de hospital e senti uma liberdade que é impossível explicar em palavras.

E foi assim por muitos anos, 18, pra ser mais exata (Namô que fez as contas, cês sabem, eu sou de humanas! hahaha) até que deixou de ser…

Continuo achando que a pílula anticoncepcional é uma vitória pra nós, mulheres, vitória essa que contribuiu (e contribui) muito para a liberdade sexual, para o  planejamento familiar e até pra emancipação feminina. E acho, também, que não menstruar é uma maravilha, e que ter essa opção é mais uma vitória.

Só que tudo tem seu preço,  e a minha conta resolveu chegar, infelizmente. E chegou em forma de descontrole hormonal absoluto, com níveis extremamente baixos de LH, FSH, Testosterona, Dehidroepiandrosterona, Estradiol e Progesterona, que, inclusive, eu já fazia reposição há mais de dois anos.

Fiz dezenas de exames e todos os meus médicos (nutrólogo, ginecologista, ortomolecular, etc) disseram a mesma coisa: que esse quadro, associado a vários outros sintomas, estava relacionado com o uso contínuo e prolongado da pílula anticoncepcional e que eu deveria pensar na possibilidade de suspender o uso, até pra ver como o meu organismo iria reagir.

Relutei absurdamente por muitos  motivos: detesto menstruar, tenho receio da TPM violenta voltar, assim como as cólicas, e gosto demais da liberdade que é ficar livre do que eu sempre chamei de sangria inútil (viva Elsimar Coltinho!).

Mas, depois de muito conversar com os meus médicos, decidi não só parar de usar a pílula de forma contínua, mas de suspender temporariamente o seu uso, por 6 meses, pra ver como o meu organismo reage.

E foi assim que ontem, depois de mais de 18 anos, eu parei de tomar a pílula. Tô me sentindo orfã! hahaha

Aos poucos vou atualizando vocês, contando como tô me sentindo, como estão meus níveis hormonais e coisas do tipo, mas antes de terminar quero que vocês saibam que o fato de uma coisa ter acontecido comigo não significa que vai acontecer com vocês, não significa que a pílula é o mal do mundo ou algo do tipo, porque não é, e prova disso é que, ao longo dos anos, ela ajudou e ajuda muita gente, e me ajudou absurdamente por muitos anos.

Alguém já passou por isso? Divide comigo!

Beijos, Ju♥

O que você acha do JV?
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