Algumas coisas são muito engraçadas, e uma delas é a estranha mania que as pessoas têm de só valorizar o que é caro. Na cabeça da maioria, o que é barato não presta e ponto final.

Acho que isso já é uma coisa cultural mesmo, e quem sai perdendo somos nós, consumidores…

A coisa é tão absurda que já escutei de uma empresária, que tem uma loja de roupas que eu adoro, que ela vende caro porque “o povo gosta e só valoriza o que é caro”. Ela “tem olho”, sabe? Consegue escolher peças bem bacanas em lojas baratas de outros estados e vende com um lucro inacreditável aqui na Bahia.

E ela não é exceção, é regra, e conheço vários casos similares. Só que o problema não é ela ou quem vende, o problema somos nós e essa mania boba, vinda de não sei onde, de só valorizar o que caro, porque ser caro não é sinônimo de ser bom, do mesmo jeito que ser barato não é sinônimo de ser ruim.

Sem querer generalizar, mas já generalizando, compramos muito “por status” e pagamos por ele, não pela qualidade, o que é um absurdo, ao menos pra mim.

Tem muita coisa que só compro cara, mas pela qualidade, porque prefiro investir em algo durável, em algo que vai valer o valor que paguei, que vou usar muito, mas me recuso a pagar a mais pelo status que a peça representa porque não vejo o menor sentido nisso. Eu trabalho demais e dou muito valor ao meu dinheiro, porque ele não cai do céu e nem aceita desaforo, então imaginar que tô gastando a minha vida trabalhando pra “comprar status” é inaceitável.

Claro que cada um investe no que quer e gasta no que quiser, mas só posso falar por mim, e o que vejo sentido é gastar com “qualidade de vida”, com “bem-estar”, com “saber”… Aí eu gasto até “raspar o tacho” da conta, sem medo de ser feliz!

O objetivo do post é, na verdade, sugerir uma reflexão, sabe? Vamos  dar uma chance a todas as coisas independente do preço e aprender a escolher as coisas pela qualidade, pelo que elas possam proporcionar e não pelo “nome da marca”.

Já fiz um outro post aqui falando do consumismo, quem quiser ler é só clicar aqui.

Beijos

Ju

Como quase todo mundo, eu já passei por inúmeras fases na vida. Fases de querer tudo, fases de desejar coisas demais, de todos os tipos…E hoje eu vivo uma fase de querer muito pouca coisa, porque, na verdade, a gente não precisa de quase nada, mas quer tudo.

Com milhões de produtos à venda, cada um criando um “sonho de consumo”, é natural que a gente, a cada dia, se veja seduzido por mais e mais coisas. Coisas que pouco tempo depois estarão no canto, jogadas, porque ninguém precisa de tudo o que acha (ou quer achar) que precisa. O pior é que essas coisas custam, além do nosso dinheiro, o nosso tempo, o nosso suor. Sim, porque pra ter cada uma delas precisamos trabalhar, investir tempo e investir o que poderia melhorar a nossa qualidade de vida.

Eu já fui de  gastar muito com roupas, maquiagens, perfumes, bijus, sapatos, óculos e tranqueiras de todos os tipos. Acreditava mesmo que precisava daquelas coisas. Eu já tive a fase de comprar por carência, porque me sentia sozinha e não tinha outra coisa pra fazer. É, ter coisas, cada vez mais, muitas vezes serve para “tapar o buraco”, pra impedir que a gente veja o que não anda bem em nossa vida, o que anda faltando, o que anda sobrando.

Ter coisas e comprar coisas ocupa o tempo, e quando isso acontece não olhamos pra dentro, pro que está errado, e isso, de certa forma nos preenche. Mas chega uma hora que isso passa. Pra uns mais cedo, para outros mais tarde, mas tem que passar, porque vai chegar o momento em que, querendo ou não, vai dar o “estalo” e você vai precisar parar pra rever a sua vida. E é nessa hora em que você enxerga o tanto de tempo, dinheiro e energia você jogou fora, e por nada.

Um closet entupido de sapatos, roupas e bolsas, que você tanto deseja, porque querem que você deseje, não vai te fazer realmente feliz. Pode fazer temporariamente, mas não definitivamente. Milhões de maquiagens, de produtos de beleza ou de qualquer outra “coisa”… Nada disso vai mudar a sua vida, vai te dar a felicidade e a alegria que você, mesmo que não saiba, sempre  desejou.

Eu vejo as pessoas se deslumbrarem, e serem estimuladas a se deslumbrarem, com cada uma dessas coisas, e sinto realmente compaixão por quem faz as coisas com esse intuito, porque coisas demais é vida de menos.

Claro, o dinheiro é seu e você gasta como você quiser, mas já que está pagando com a vida (sim, a partir do momento em que você trabalha de sol a sol pra pagar por essas coisas, você está “gastando” ali a sua vida), que seja  com coisas que realmente tenham valor.

Gaste com viagens, conheça novos lugares, novas pessoas, novos mundos, novas histórias. Gaste com você, com o seu bem-estar… Gaste pra crescer, pra evoluir como ser humano, pra ter a cabeça boa, pra se livrar das neuras, dos traumas e de toda essa carga pesada que a gente carrega nas costas. Gaste pra viver, pra poder chegar no fim, olhar pra trás e  ter certeza de que a sua vida foi realmente vivida, de que você veio, viu, conheceu, fez e aconteceu.

Pense nisso!

Beijos e bom final de semana!

Ju