Beleza não tem idade. Nunca teve. Mas nós, infelizmente, fomos criadas acreditando em beleza com prazo de validade, como se depois de uma certa idade fosse impossível encontrar algo de belo ali. E aqui.
Sempre acreditei em beleza de dentro pra fora, naquela coisa mágica que tem muito mais a ver com o nosso estado de espírito que com qualquer outra coisa. E, até por isso, venho encarando o passar dos anos com serenidade, tentando fazer dele um aliado, não um inimigo.
Mas, confesso, pensar assim é como ir contra a maré, sabe?
Não, beleza não tem idade!
Não bastassem todos aqueles padrões de beleza com os quais somos bombardeadas todos os dias, as capas de revista, os filmes, as campanhas publicitárias e todo o resto transmitem, de forma clara ou velada, a mensagem de que depois de uma certa idade nós podemos ser muitas coisas, exceto bonitas.
Não que eu me preocupe com isso, mas são padrões demais. E todos errados, porque assim como não dá pra encaixar a beleza em um padrão, não dá pra encaixá-la numa idade, porque beleza, mas beleza de verdade, tem um quê de mágica que a gente não consegue definir, que dirá “encaixar’.
E é por isso que te digo, com absoluta certeza, que tudo isso é um equívoco, e que não, beleza não tem idade, porque quando olho no espelho hoje, com 34, vejo muito mais beleza que há 10 anos atrás.
Tem muito mais vida aqui dentro. Tem muito mais histórias em cada uma dessas linhas que surgem no meu rosto. Mais experiências também. Tem mais alegrias, mais amor, mais força e mais ternura, sobretudo por mim mesma. Tem mais confiança, muito mais. E segurança também.
E tudo isso me deu muito mais leveza. E beleza.
Não aquela beleza vazia dos traços perfeitos. Não, essa é de outro tipo, não está no potinho e dinheiro nenhum pode comprar. É aquela beleza que vem de não sei onde e irradia. Aquela de quem aprendeu a se adorar demais.
Beleza de quem não tem vergonha nem esconde seus supostos “defeitos”. De quem não se desculpa por eles, como, sim, já fiz um dia. De quem aprendeu, dia após dia, durante muitos anos e a duras penas, a se respeitar, a se amar de dentro pra fora.
Beleza que o tempo, ao deixar tantas marcas diferentes, não diminui, só aumenta. Beleza de quem não só se sente, mas “se sabe” bonita. Bonita demais.
Essa beleza não tem idade não, e é ela, justamente ela, que quero ver, sempre, em cada uma de nós.
Beijos, Ju♥