Reforma. Re-for-ma. Já passou por uma? Se não passou, não sabe o que é sofrimento a base de pó, cimento e suor! Eu já passei por algumas, e acabei de começar outra, e essa sem data prevista pro fim. A essa data que não existe, já me preparei pra acrescentar o dobro de tempo, porque aí, quem sabe, a coisa fique pronta.
Sabe quando a gente tá bem e decide ir ao médico, daí depois dos exames descobre várias coisas? Pois é, reforma é a mesma coisa, você acha que está tudo bem, aí quer ajeitar uma coisinha e pimba, sua vida vira de cabeça pra baixo, porque nada em reforma é previsível, nada, exceto a imprevisibilidade e o atraso, claro.
Reforma, minha gente, é aquela coisa que te faz perder as rédeas da vida. Reforma é a “terra do nunca”: o lugar onde tudo que não deveria pode, deve e vai acontecer.
Vai começar uma reforça? Ouça o que tenho pra te dizer: esqueça a organização, esqueça a possibilidade de encontrar qualquer coisa de primeira e esqueça absolutamente sua obsessão por limpeza. Tudo se perde, tudo desaparece, tudo fica sujo, e o tempo todo.
Você conhece aquele trocinho que chamam de massa corrida? Conhece cal? Ah, então vou te apresentar: essa é uma dupla de terroristas que deixa tua casa e tudo o que tem dentro, inclusive você, seu cabelo e o seu cachorro, brancos.
Vocês já presenciaram uma parede ser lixada? É o evento (sim, é um evento) responsável pela sua incapacidade temporária de respirar, pela alergia que te deixa a ponto de perder o nariz e pelo fato de seu pulmão começar a chiar igual cachimbo de Saci. Meu conselho? Sorine, nebulização e soro pra “lavar” o nariz. E uma fuga providencial, claro.
Sabe tinta? Então, tinta é, simplificando, aquilo que te faz espirrar de tal forma que deixa o nariz queimando. E não, não jogue dinheiro fora investindo em “tinta sem cheiro”, porque isso não passa de lenda.
Reforma, meu povo, é uma criatura (sim, ela já é uma pessoa praticamente) que acha que você é rica e te trata de tal forma, porque todo dia é uma necessidade nova, então, por favor, antes de achar que vai gastar X, multiplique X por 2, eleve ao cubo e aí sim, quem sabe, você pode ter uma base do que pode gastar. Mas, não esqueça, deixe uma reserva pras despesas extras que aparecem todos os dias.