De um ano pra cá o temor pelos parabenos tomou conta da internet e não existe um dia sequer que não receba perguntas sobre o assunto, então resolvi, depois de conversar com algumas pessoas que realmente entendem do assunto e de ler vários estudos, falar sobre isso por aqui.
Parabenos: o que são e pra quê servem?
Os parabenos nada mais são que conservantes, os mais comuns e utilizados em cosméticos, produtos de higiene pessoal e até em alimentos desde a década de 30, justamente porque são baratos, inodoros, incolores, apresentarem baixa toxicidade e alergenicidade, e possuem um amplo espectro de atividade antimicrobiana, ou seja, eles impedem o crescimento de bactérias e fungos, por exemplo, o que é essencial.
Essencial porque todo produto cosmético que contenha água na composição, e a grande maioria possui, precisa de conservantes para evitar contaminações e prevenir a proliferação de micróbios, justamente para que o seu uso seja seguro para nós, evitando inúmeros problemas causados pelo uso de produtos contaminados, inclusive infecções.
Parabenos são perigosos?
A controvérsia em relação aos parabenos, mais especificamente sobre a sua segurança, começou em 2003, e no ano seguinte um estudo independente relacionou o uso de parabenos ao câncer de mama. Como existem evidências de que os parabenos podem vir a mimetizar fracamente o estrogênio, passou-se a acreditar que eles desregulam os hormônios e aumentam o risco de câncer de mama, dentre outras coisas.
Contudo, vários estudos posteriores constataram que não existem evidências conclusivas que sustentem essa teoria, e em 2005, quando foram feitas novas avaliações relacionadas aos limites de exposição e de uso dessas substâncias, ficou estabelecido que o seu uso não era um fator de risco à saúde de mulheres e crianças, tanto que a Cosmetic Ingredient Review Board entendeu que não havia necessidade de fazer qualquer modificação em relação aos parabenos.
No mais, o FDA já declarou que, nas quantidades utilizadas em produtos de cosmético e higiene, os parabenos não oferecem riscos para a saúde, e por aqui a Anvisa também já se manifestou.
Em relação a problemas na pele, eles podem sim causar reações, como qualquer outro conservante, como qualquer outro produto. Eu, por exemplo, tenho alergia a água fria, alergia séria, e já falei disso por aqui. Assim, é preciso ter em mente que tudo, absolutamente tudo pode causar reações alérgicas.
Então, você pode até não usar parabenos, mas com certeza o seu produto tem algum outro conservante, às vezes dois, três ou mais, que não foram submetidos a tantos e tão rigorosos testes como os parabenos, e isso, pra mim, é um problema, porque acredito que quanto mais testes forem feitos, melhor, porque isso aumenta o nível de segurança, sabe?
Não, eles não são santos!
Não estou dizendo, com isso, que os parabenos são as melhores coisas do mundo, porque não são. O que acho é que se existem dúvidas em relação aos parabenos, que sim, podem apresentar riscos, como qualquer outro conservante, é preciso que se analise exaustivamente todas as outras opções, e que seus efeitos sejam observados a fim de garantir a sua eficácia e, sobretudo, a sua segurança a médio e longo prazo.
Alternativas aos parabenos
Já vi algumas pessoas alegarem que cosméticos não deveriam ter conservantes (?), e em relação isso só digo o seguinte: eu jamais usaria, exceto nos casos em que eles fossem realmente dispensáveis, porque tudo é passível de contaminação, inclusive a água utilizada na formulação desses produtos. No mais, é preciso ponderar a questão do prazo de validade, porque é evidente que se não tem conservantes, o prazo de validade é infinitamente menor, certo?
Existem sim os “conservantes naturais”, como o sal e a argila, por exemplo, mas eles não podem ser utilizados em todos os produtos, de modo que sua utilização, via de regra, é feita, na maioria dos casos, em produtos solidificados, sem água na composição. Então, sim, a ideia de produtos auto-conservantes é bem legal, mas não funciona em todos os casos.
Outras alternativas que são menos nocivas são alguns óleos essenciais com ação fungicida e bactericida, além de ativos antioxidantes, que também podem ajudar na preservação da fórmula, e o sorbato de potássio, mas é preciso analisar se esses conservantes são viáveis em todos casos, o quão são eficazes e seguros a longo prazo, que é o que mais me preocupa.
conservantes sintéticos
Em relação aos conservantes sintéticos, existem sim várias outras opções, tais como o fenoxietanol, álcool benzílico, metilcloroisotiazolinona, metilisotiazolinona, benzisotiazolinona, phenoxyethanol e muitos outros, e todos podem ser prejudiciais em algum nível, inclusive os naturais.
Ou seja, infelizmente não existe nenhum conservante que seja 100% “do bem” em todos os aspectos, que seja 100% seguro em relação a tudo, a médio e longo prazo, e que garanta, com 100% de certeza, que não vá causar alergias, reações ou algum problema de saúde.
O que acho que precisa ser feito é uma análise extremamente detalhada, com estudos independentes que observem os efeitos e a segurança a longo prazo de cada um desses conservantes, porque assim a gente tem como comparar e ponderar melhor, sabe?
Eu gosto muito de produtos mais naturais, isso é importante pra mim, e dou preferência a eles, mas nunca deixei de usar um determinado produto exclusivamente pela presença dos parabenos. E vocês, o que acham?
Beijos, Ju♥
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