Li um texto ontem sobre a Ritalina que me deixou tão irritada que, mesmo não usando e não gostando do medicamento, tive que sentar pra escrever esse post.
Não é novidade pra ninguém que tenho déficit de atenção, né? Já falei disso por aqui em post e em vídeo, e sempre faço algum comentário sobre o assunto nas redes sociais.
Fui diagnosticada cedo, usei todos os medicamentos disponíveis para o TDAH, experimentei tratamentos diversos, e acho sim que terapia e/ou acompanhamento psicológico, tanto para o paciente como para a família, sobretudo quando se trata de uma criança, é de suma importância, mas o medicamento é, na imensa maioria dos casos, essencial.
E se é essencial, porque melhora a vida da pessoa (e isso é o que me interessa), que loucura é essa de demonizar o medicamento? E, pra piorar, fazer isso generalizando e sem oferecer opções? Porque sim, existem casos, que não são poucos (e eu sou um exemplo disso), em que tirar o medicamento não é uma opção.
Não é assim que a banda toca não, amiguinha. O buraco, com certeza, é muito mais embaixo, mas isso só sabe quem já viveu os muitos lados da moeda, quem já sentiu na pele.
Ritalina é boa ou ruim?
O texto, que está em um site de psicologia, diz, basicamente, que a Ritalina transforma a pessoa num zumbi, num robozinho sem emoções que não questiona nada, que não sonha, não “viaja”, não tem fantasias.
É engraçado ler esse tipo de coisa porque, tendo sido diagnosticada na infância e já tendo 34 anos, tomei Ritalina por muitos anos, até porque por aqui só tinha ela mesmo, e só me arrependo de não ter tomado de forma ininterrupta, o que, com certeza, teria tornado a minha vida muito mais fácil.
Nesses anos todos não me recordo, em absoluto, de me comportar como um zumbi, de não questionar, de não imaginar, de não sonhar. Ao contrário. Questiono tudo o tempo inteiro, nunca fui o tipo de pessoa facilmente controlável, mesmo quando criança, e sonho muito, crio muito, faço muito.
E se hoje consigo fazer tudo o que faço, agradeço imensamente a cada um dos medicamentos que tomei, porque eles me deram (e dão) qualidade de vida, que é o mais importante.
É fato que não gosto da Ritalina (a comum, de 10mg), e já falei disso aqui. Mas não gosto porque o efeito dela não dura muito tempo, e isso me desestabiliza. Só que não posso ser rasa e dizer que ele não presta e pronto. Presta sim, é útil e dá qualidade de vida pra muita gente que realmente precisa do medicamento, e isso é de fundamental importância.
Hoje tomo o Venvanse, que é da mesma “família”, e também alguns suplementos e até hormônios que, supostamente, ajudam, como o pregnenolone, e sequer cogito a hipótese de ficar sem ele, porque com ele a minha vida é muito melhor.
nem boa, nem ruim: a Ritalina é necessária pra muita gente
A Ritalina tem efeitos colaterais? Claro, como em qualquer medicamento. Existem riscos? Lógico. Vai funcionar da mesma forma pra todas as pessoas? Evidente que não. Mas, se existe um problema, e existe um medicamento que ajude a conviver com esse problema, a facilitar, a melhorar a qualidade de vida de quem tem esse problema, me parece óbvio que é preciso dar uma chance pra ele.
E é por isso que esse tipo de texto me incomoda tanto. Porque, como ainda existe muito preconceito e muita desinformação, é preciso ser menos superficial e generalista. É preciso informar corretamente, mostrando todas as possibilidades, todos os lados da moeda, sabe?
Porque sim, a Ritalina tem seus defeitos, é mal utilizada (principalmente por quem toma Ritalina para estudar) e pode causar problemas, mas pode, também, ajudar muitas pessoas, como me ajudou no início, e não assumir isso seria uma leviandade.
E não, a Ritalina não é uma ameaça ao futuro, embora eu tenha severas críticas a ela. O que ameaça o futuro e destrói o presente é a desinformação propagada por uns e outros.
Beijos, Ju♥
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Oi Juliana, hoje foi a primeira vez que li textos teus, e devo confessar que adorei, meus filhos tomaram a ritalina em momentos diferentes, e por motivos diferentes, e nunca agiram de forma automatizada ou sem emoções, não me arrependo e faria tudo outra vez se fosse o caso. Vi que você toma a pregnenolona (ou pregnenolone), é tudo o que prometem ou há exagero nos elogios, você compra no Brasil ou tem que importar? Obrigada linda
Oi Angela, tudo bem? Que bom saber disso! ;)
Então, tô tomando desde junho e tenho gostado bastante. Tomo também o Dmae em cápsulas, que é usado pra melhorar a concentração e a memória, e o efeito tem sido bem positivo. Com o uso deles, consegui reduzir a dosagem do Venvanse, o que pra mim já é muito! Demora mais pra gente sentir os efeitos, mas noto que estabiliza a concentração, que consigo ficar concentrada por mais tempo, inclusive em coisas que normalmente não conseguiria.
Mas, não faz milagre!
Eu compro na minha cidade mesmo, tem quem traga de fora, e você pode procurar em lojas de suplementos!
Beijos
Eles sempre tentando massificar !
O meu caso é um pouco diferente porém a internet contribui para o agravamento. Fui diagnosticada com estresse/ansiedade, quando fui pesquisar nossa levei um baita choque … Pq são coisas absurdas, muitos dizem que você só supera a ansiedade com antidepressivos, num primeiro momento fiquei mega assustada. Depois vi que nada mais era do que uma maneira de assustar e também massificar aqueles que sofre do mau.
Seu blog é um máximo Ju,todos os dias dou uma espiadinha
Paulinha, é horrível isso, né? Acho um abuso!
E obrigada, minha linda! <3
Ju,
Excelente texto!
Concordo com cada palavra, cada vírgula.
Adorei Ju!!! Concordo plenamente com o que você disse!!!
Que legal esse texto, Ju! Eu me formei em Psicologia ano passado e realmente a Ritalina é massacrada pela maioria dos profissionais, passam vários vídeos e textos apenas falando do lado ruim dela. Não me recordo de ter olhado essa questão pela perspectiva da pessoa que toma e precisa do medicamento, por isso achei tão interessante esse texto. O problema é sempre a generalização, já vi muitos casos de crianças totalmente apáticas com o uso dele, mas não podemos considerar a parte pelo todo, acredito que o medicamento também pode ajudar muitas pessoas, assim como ajudou e ajuda você! E você tem energia a dar e vender né?! Hahaha Te acompanho no snap também e sua alegria e alto astral é contagiante. Bjs <3
Manu, eu acho que existe uma confusão no diagnóstico e que hoje tudo é TDAH. Crianças aos montes sendo medicadas simplesmente porque são agitadas (quem não é nessa idade?), porque têm dificuldade de aprendizado ou algo do tipo. O TDAH impacta profundamente a vida da pessoa porque torna-se muito difícil fazer as coisas que as outras pessoas fazem normalmente, e coisas básicas, como manter a organização da vida em si, sabe? E o medicamento ajuda muito sim, claro que ajuda!
Sem o medicamento eu fico impaciente, desorganizada, tenho muito mais dificuldade com as coisas do dia a dia, e o medicamento me coloca no eixo, eu consigo fazer as coisas com a mesma facilidade que as outras pessoas, e isso é muito bom, lógico.
Então, pra mim, o prolema não é o medicamento, é o mal uso dele, é o uso por quem não tem o problema, sabe?
Eu sou ligada na tomada hahaha Não tenho problema de interação social por causa do remédio, como já vi tanta gente dizer, não fico quieta, não perco a criatividade, não fico triste, nada disso. Eu fico muito melhor, e tomo há MUITOS anos, porque fui diagnosticada muito cedo, então sei como minhas cabeça reage a cada um dos medicamento.
Beijos
Eu não sou especialista, nem psicóloga, nem nada, mas tenho tenho muitas(os) amigas(os) professoras(es) e psicólogas(os), e sobre o que sempre falamos é como os diagnósticos de TDAH têm se tornado comuns. Muitas crianças são diagnosticadas já numa primeira consulta e já iniciam o “tratamento” com esses medicamentos. No entanto, nem sempre essas crianças têm de fato o transtorno. Isso gera muitos efeitos, como essa zumbificação e acaba sendo difícil defender o medicamento.
Eu sou contra a demonização de medicamentos também, mas, no caso da ritalina, acho que o que pega é o diagnóstico mal elaborado mesmo.
Sem contar os fatores culturais. As crianças são agitadas e questionadoras e têm dificuldade em ficar sentadinhas prestando atenção à uma aula chata durante 4 horas do seu dia. Muitas crianças são incompreendidas e acabam com um diagnóstico do que não têm…
Acredito mesmo que o problema não seja o remédio, mas a nossa cultura mesmo.
Beijos, Ju!
Adoro seu blog!
Nat, pois é, é um absurdo esse diagnóstico “raso”, hoje tudo é TDAH, e não é assim. Confundem várias coisas do o Déficit de atenção, saem medicando Deus e o mundo, muita gente toma de forma irresponsável, e nesse caso as chances de dar problemas são enorme. Mas, pra quem TEM o problema, o medicamento é uma parte essencial do tratamento. Então, o problema não é o medicamento, é o diagnóstico errado, é o uso errado, essas coisas…
E que bom saber que você gosta, fico muito feliz!
Beijos
Eu tenho déficit de atenção ( TDAH ) me coloco muito pra baixo
Reprovei 3 vezes na escola por ter (TDAH ) e com 21 anos eu terminei
O ensino medio .
Sempre tive muita dificuldade com a matemática no ensino medio eu tinha que tomar muitos remédios pra fazer os exercios .
Não tenho concentração em nada me inrito fácil .
Não tenho muitos amigos por que pra eles eu sou doente.
Você é a segunda pessoa que vejo que tem déficit