É incrível como nós somos condicionados ao apego, e isso desde sempre. Não doamos “aquela roupa” porque podemos precisar pra uma viagem que sequer planejamos, não doamos aquela bolsa porque podemos usar um dia, quem sabe quando a “moda voltar”, não doamos o que não precisamos mais e, pior, não doamos nem o que nos faz mal.
Quantas vezes você deixou de abrir mão de uma relação, de uma pessoa ou de uma história por puro apego? O apego é confortável, e mesmo a situação sendo ruim, e quase sempre é, nos acostumamos com aquilo, que passa a ser um terreno seguro, que é ruim mas não pode nos surpreender negativamente (assim pensamos…), que sabemos, afinal, lidar, levar, aceitar.
Isso acontece com todo mundo, das mais diversas formas. Às vezes é uma relação que já não está boa ou nunca foi boa, mas você “não solta” pra não perder o que não teve e nem vai ter, mas que acha que tem, às vezes é um emprego, um amigo ou tantas outras coisas.
E porque as pessoas, inclusive eu, agem assim? Pelo medo da perda. Ninguém quer perder, e por mais que a gente peça, quase ninguém quer de verdade o novo, porque o novo sempre assusta, já que a gente nunca sabe o que vem.
O problema disso é que, por mais clichê que pareça (e é!), nada na vida é permanente e ninguém tem garantia de coisa nenhuma. Todas as coisas, histórias e situações não passam de bolhas de sabão, que o tempo leva pra onde quer e estoura quando quiser. E já que é assim, pra que se apegar? Já falei isso por aqui algumas vezes, mas vou repetir: em tudo na vida é preciso “deixar o viver o que deve viver e morrer o que precisa morrer”, senão vamos passar a vida apegadas a coisas, pessoas e situações que não contribuem em nada pra nossa história, que não nos traz felicidade e que não nos faz bem.
Eu acho que a gente precisa viver todas as coisas e, sim, ter todas coisas, desde que você possua, mas não seja possuído, desde que você use, mas não seja usado. Muita gente acha que desapego é renúncia e isso é muito errado. Eu não sou a favor da renúncia, porque eu acho que a gente tem que desfrutar de todas as coisas que a vida nos dá, mas de forma livre, senão ficamos dependentes e acabamos escravizados por nossos apegos.
Nada de diferente vai acontecer na sua vida se você não soltar o passado e não aprender a fluir com a vida. Seja lá o que for, solte, deixe ir, encontre um novo caminho, uma nova forma de caminhar, olhe as coisas de forma diferente e viva de uma forma mais leve, mais solta e mais verdadeira com você. Solta a raiva, solta o medo, solta a dor, solta essa insegurança que te impede de andar, solta esse ódio que te envenena. Solta, vai!
Não precisa ter medo, porque quando a gente “solta” a vida acontece, porque o novo só chega quando o velho vai embora. E não é difícil, e se dói, dói só no começo, mas depois é libertador.
Deixe ir o que não te serve mais, tira essas amarras dos pés e se abra pra vida, que pode e vai ser muito melhor. Depende só de você!
Beijos e uma semana maravilhosa pra todas nós!
Ju