O post de hoje não era sobre quando tudo não é o bastante. Mas, quando sentei para escrever olhei o calendário aqui do lado e percebi que a primeira parte do ano passou. E passou “voando”.
Parei pra pensar no que tinha feito nos últimos 6 meses e imediatamente lembrei de um texto que li no Facebook sobre desejos e necessidades. Não sei se a autoria é real, se Marco Aurélio Lobo existe e é um psicanalista lá de Anápolis, mas cada vez mais vejo que, como ele disso, “supervalorizamos nossas necessidades e desrespeitamos nossos desejos”.
E isso mata. Mata nossa alegria de viver, os sorrisos, as gargalhadas, a espontaneidade. Dizima os nossos sonhos, silencia nossa voz, apaga o nosso brilho, devasta a nossa alma e destroça o que dá de mais sagrado em nós: a força da vida.
Os desejos a que me refiro não são materiais. Não estou falando de bens de consumo. Estou falando dos desejos da alma. De amores, de paixões, de amizades, de realizações, de vida. De tudo aquilo que nos faz sentir vivas, que faz o coração vibrar.
Porque não faz sentido ter amigos que não são amigos, só pra fingir que não está só. Manter relacionamentos, de qualquer tipo, por comodismo, porque “precisa” ter alguém, porque esperam que você tenha alguém. Porque você precisa casar.
Não dá pra passar a vida trabalhando com o que você não quer, fazer todos os dias o que não te faz feliz e contar os segundos para que chegue o final de semana para que você possa, enfim, respirar.
Todo mundo precisa trabalhar e os boletos não param de chegar, eu sei. Mas se você não está onde deseja, não se conforme, faça o que é preciso fazer para, lá na frente, poder fazer o que você realmente quer fazer.
“Tudo” pode ser muito pouco…
A vida é uma só. Viva. Mas viva, primeiro, pra você. Você não precisa seguir script, não precisa fazer o que os outros querem e esperam para ser aceita. Assim como não precisa matar os seus desejos e sufocar quem você é e o que você quer para ser aprovada.
E não deveria, definitivamente, sacrificar a si mesma apenas para manter o que acha que precisa, mas que não te faz feliz.
Não é sobre ter tudo o que a gente quer. É sobre não ter nada do que a gente deseja. É sobre abafar cada sonho, cada querer, cada vontade com uma suposta necessidade, tentar agradar a gregos e troianos, ter, aparentemente, tudo, e ser imensamente infeliz.
Ter tudo não é o bastante, nunca foi. Mas, olhar para dentro, dar ouvidos aos anseios da sua alma, não ceder aos desejos e expectativas alheias, tomar as rédeas da sua vida e vivê-la a sua maneira pode ser um caminho.
Um caminho pra si mesma, pra vida que, aí dentro, você deseja ter. Pra pessoa que você deseja ser. Ainda dá tempo, você só precisa não se contentar em apenas existir e começar a, realmente, viver.
Beijos, Ju♥