06.06.2013

Quando É Preciso Dizer “Fim”

Meu poeta vivo preferido é o Chico (Buarque, é claro), e uma de suas músicas mais lindas é, com certeza, “De Todas as Maneiras”. Pra quem não se conhece, aí vai a letra:

de todas as maneiras

 A letra dessa música me “leva” sempre para aqueles momentos em que a gente não quer, mas precisa colocar um ponto final em alguma “história”, sabe?

Não, nunca é fácil chegar ao tal do “fim”. Sempre dói, sempre machuca, é sempre uma perda, mesmo que o amor já não seja o mesmo, mesmo que a relação já esteja desgastada, mesmo que a gente tenha certeza que não tem mais jeito. Dói, e dói muito… Mas, em alguns casos, em algumas histórias, por mais que exista amor,  é preciso dizer “fim”…

fim de relacionamento

É preciso dizer “fim” porque nenhuma relação se sustenta só de amor, é preciso mais, bem mais… É preciso respeito, é preciso compatibilidade, é preciso paciência, é preciso vontade e tantas outras coisas mais. Quando, mesmo gostando, mesmo amando, a coisa chegou em uma “encruzilhada”, quando chega em um limite que não tem mais como suportar, quando não há o que fazer, quando você entende que a história não vai mudar, não vai render, não vai crescer, é preciso deixar o outro ir e seguir em frente.

Casal-afastado

Só que pra isso é preciso uma “coragem” que às vezes a gente não tem (quase sempre, né?)… Aí a gente fica presa em uma história que é sempre a mesma, que faz sofrer, que não deixa viver, mas que, como já é “conhecida”, a gente se acostuma, e se acostuma tanto que, não raras vezes, passamos meses, anos, décadas nisso, acreditando (será?) que um dia as coisas vão se resolver, que algo vai mudar…

Mas não muda, porque o clichê é real e “nada muda se você não mudar”… E se não muda, tem que ter fim!

Beijos

Ju

31.05.2013

O “Pra Sempre” Sempre Acaba

Um dos grandes amigos que tive na vida, e que já não está mais aqui, me disse uma vez, numa dessas conversas de fim de noite, em porta de bar, que eu, que até então acreditava piamente no “e foram felizes para sempre”, tinha que “me bastar”, que não esperar nada de ninguém, que  ser a minha prioridade e que aprendesse a pautar a minha vida nos meus sonhos, porque não se pode ter certeza de nada em relação a quem quer que seja.

 o pra sempre sempre acaba

Aquilo pra mim foi, apesar do teor alcoólico elevado, um banho de água fria e, de verdade, mudou completamente a minha forma de “enxergar” e viver as minhas relações. É claro que, às quatro da matina, com a make vencida e uma roska na mão, achei que ele andava amargo demais, mas nenhuma daquelas palavras saiu da minha cabeça, porque eu sempre fui do tipo que acredita em contos de fada, que sonhava com o “dois como um só”, que se doava demais e esperava exatamente o mesmo dos outros… Ou seja, eu era exatamente como 99% das meninas que, por trás de uma armadura, escondia um romantismo” incurável”.

Juro Valendo

E era aí que estava o erro…

Conversamos sobre isso muitas vezes depois e, apesar de uma certa relutância, eu pude entender de verdade tudo o que ele tentava me mostrar.

O fato é que a gente sempre começa as nossas relações acreditando que será pra sempre e investindo tudo nisso sem ao menos  cogitar a hipótese de que, não se sabe quando ou porquê, ela pode acabar. Nós traçamos planos juntos, e esquecemos dos nossos, nós ficamos cada vez mais dependentes emocionalmente da outra pessoa, como se a nossa existência dependesse do amor dela, nós passamos a priorizar a relação e pensar como casal e não como o que nós somos: indivíduos.

amor namoro

Indivíduo que, assim como qualquer outro, cresce, evolui e muda. E quando muda, muda de sonhos, muda de planos e muda de amores, porque ninguém pode garantir, ninguém pode, como bem diz Raul,” jurar o seu amor”, porque sentimento a gente não controla, acontece, e quando acontece, sinto informar, não há o que fazer.

Cada uma de nós, que culturalmente fomos ensinadas a nos doar mais e mais, a priorizar o outro e a ceder sempre, precisa aprender a ser prioridade em sua própria vida, a entender que somos nós a pessoa mais importante de nossas vidas, e que isso não é egoísmo, é “autoamor” .

dia dos namorados, namoro , amor

É por não entender que o “pra sempre” pode acabar, e que isso não tem como prever,  que muitas mulheres surtam quando seus relamentos acabam. Nada mais natural, já que ela deixou de ser quem sempre foi, deixou de sonhar, deixou de se priorizar, deixou de ser um indivíduo e colocou TODA a sua vida, todo o seu mundo, todo o seu “tudo” nas mãos de outra pessoa. Quando acaba ela tem o quê? Nada. Ela é o quê? Uma sombra de algo que não existe mais.

Pode parecer “racional” demais, pode parecer “negativo” até, porque a gente quer mesmo que seja eterno, mas é a realidade. Não há como prever se daqui a 2, 10 ou 20 anos  você vai amar a mesma pessoa ou se a mesma pessoa vai te amar, então, viva suas histórias, case, tenha filhos, faça como você quiser, mas sabendo continuar a ser um  indivíduo com sonhos próprios, amigos próprios, desejos próprios e vida própria.

Beijos

Ju

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