Sempre achei divertido ver a cara de espanto das pessoas diante da minha resposta ao “E o casório, heim?”. É, acho que “não tenho interesse” não é exatamente o que se espera ouvir de uma mocinha de 32 anos.
Pois é, a verdade é que não tenho o menor interesse nessa história de casamento, e se tivesse sido bastante honesta comigo, como sou agora, saberia que esse interesse nunca existiu.
E não é medo, trauma nem nada do tipo, é só que o casamento nos moldes tradicionais, como uma instituição a ser preservada, não se encaixa na minha vida, simples assim, o que não significa, claro, que eu seja contra o casamento. Sou super a favor, desde que não seja comigo rs.
E sim, eu acredito nas relações e definharia sem amor, mas prefiro que não existam “amarras legais” e promessas futuras, porque não posso garantir que o meu sentimento será o mesmo daqui a 5 ou 10 anos, porque sim, as pessoas mudam e os sentimentos também, e não tem nada demais nisso.
Essa história de jurar o meu amor até que a morte “nos separe” me pega pelo pé, sabe? Morte de quê? A morte física ou a morte do amor, do respeito, do desejo de continuar juntos? Pode parecer besteira, mas prefiro prometer apenas o que possa cumprir…
E já que o casamento religioso não é uma opção, que tal o civil?
Não, de jeito nenhum rs! Quero que os meus vínculos sejam sempre emocionais, e não “legais”, porque se um dia o amor acabar, quero no mesmo dia bater a porta sem ter nada que me prenda, e quero que a outra pessoa tenha a mesma liberdade.
Ah, e eu não sou virginiana e precavida, mas penso em tudo, inclusive no tanto que se perde num divórcio, e não tô falando (apenas) de dinheiro não, tô falando de perdas emocionais, de duas pessoas que já se amaram profundamente e passam a se destruir mutuamente… Isso dilacera a alma e, sim, pode acontecer com qualquer um.
Também não me agrada a ideia de dividir o mesmo teto, todos os dias, com alguém que amo, porque nada, absolutamente nada, é tão nefasto pra uma relação como a rotina.
É raro que o amor acabe por algo “grande”. O que mata o amor são coisas pequenas que vão se acumulando, é reclamar todos os dias da mesma coisa, é brigar por coisas pequenas, é “se acostumar” com o outro a ponto de não enxergá-lo mais.
O amor morre em meio as milhões de concessões que a gente faz pra, inconscientemente, punir o outro depois. O amor morre quando as pessoas esquecem que são indivíduos, se anulam e colocam o casamento acima de todas as coisas… Porque não, o casamento não é o mais importante, o que é realmente importante é o amor, que é, pra mim, a única coisa que deveria “justificar” um casamento.
No mais, eu gosto de espaço, de ter tempo pra mim, de ficar em silêncio, e não quero abrir mão de nada disso, porque sei que pouco tempo depois começaria a sentir falta, a ficar ressentida e, de alguma forma, descontaria no outro.
Claro que isso é o que vale pra mim, pra minha forma de ver as coisas, e cada um tem o direito de pensar diferente e não ser criticado por isso, porque tudo depende do que você é, do que você quer, e o que importa é ser honesto consigo mesmo, apenas isso.
Não sei se a minha opinião será a mesma pra sempre, porque tudo muda o tempo todo, e isso é maravilhoso, porque significa que eu tô aberta pra experimentar, pra sair das minhas “certezas” e ver o mundo de muitas outras formas, como eu acho que tem que ser.
E como já sei que vocês vão perguntar o que namô acha de tudo isso, vou contar logo: ele é esperto e encontrou a solução perfeita! Nós compramos duas casas, uma ao lado da outra, e construímos uma ponte entre elas, bem no estilo Frida Kahlo, porque aí estamos perto, mas não perto demais ao ponto de sufocarmos um ao outro… Gostei da ideia!
No fim, é isso: o que vale é ser feliz, cada um do seu jeito, porque o amor, ahh o amor, sempre será maior que papéis, cerimônias, rótulos ou roteiros de qualquer tipo!
P.S: tem mais posts do “Mulher de 30”, que agora é uma tag semanal aqui no blog, e pra conferir é só clicar aqui.
Beijos, Ju♥