Setembro foi um mês bem atípico aqui no blog, com poucas postagens, e isso tem muito a ver com o tal do morar sozinha, porque mudança, migas, pode ser um pouco, digamos, caótica.
E isso tem a ver não só com o fato de passar semanas com a vida em caixas, mas com questões internas mesmo, sabe? Ao menos no meu caso.
Já faz tempo que falo por aqui que queria mudar de cidade, e meus planos estavam todos direcionados para isso. Mas, do dia para a noite encontrei uma casa exatamente como queria aqui em Jee e a minha intuição dizia que precisava viver algumas coisas nela.
E eu só “segui”.
Sobre morar sozinha: tudo fora do lugar!
Não pensei em móveis, reforma, bagunça, desorganização, nada. Nas duas primeiras semanas, além de malas, caixas e engradados cheios de coisas, só tinha em casa os armários da cozinha, as panelas elétricas (me salvaram!), a adega, minha cama, a bancada antiga de trabalho com a cadeira, uma esteira e uma cesta de almofadas.
Só que estava tão envolvida com as pequenas mudanças que estava fazendo aqui, com um entra e sai danado o dia todo, que não senti “falta” de nada.
Também imaginei que a bagunça duraria pouco e que seria tranquilo passar “alguns dias” (ô inocência hahaha) com tudo na base do improviso. Só que não foi exatamente isso o que aconteceu.
Como vocês sabem, tenho TDAH, sou extremamente metódica e dependo de organização pra viver. Simplesmente não consigo produzir no meio do caos, minha cabeça não funciona com bagunça, não dá.
Então sentar pra escrever era uma coisa que simplesmente não conseguia fazer. Eu olhava pra tela do computador e só enxergava minhas coisas espalhadas em caixas.
E isso me deixou muito angustiada, porque tinha muita coisa acontecendo aqui dentro e eu precisava escrever pra entender, pra me entender, sabe?
No meio desse caos, eu, que sempre gostei de ficar sozinha, comecei a me sentir só. Olhava para os lados, com salas e quartos “vazios”, e me sentia exatamente assim, porque além de não estar mais no meu porto seguro, a casa de minha mãe, não conseguia escrever, trabalhar, que foi o que fiz praticamente todos os dias nos últimos anos.
E aí me dei conta de que precisava de mais do que somente trabalhar e cuidar de mim, que existiam outras “fatias” nessa “pizza” precisando de “recheio”.
Enxergar isso já é um passo enorme, e comecei, do meu jeito, a dar pequenos passinhos em outras direções.
No meio disso meu closet chegou e a bancada do escritório também. Ah, e também geladeira e fogão!
Com isso pude começar a organizar algumas coisas e ter uma sensação maior de “normalidade”, de que a vida já não estava tão bagunçada assim.
Essa semana, acho, chegam a minha mesa da sala, a estante e o gaveteiro do escritório. Com a mesa na sala, consigo escolher as cadeiras e começar a pensar em como deixar as coisas “com a minha cara”.
Nunca imaginei que fosse sentir falta de mesa e cadeiras, mas já vi que refeições na bancada da cozinha não são pra mim. Cresci com o hábito de sentar em volta da mesa com todo mundo junto pra me alimentar, e gosto disso.
Descobri que gosto também de sofá e, pra minha surpresa, de gente por perto. Silêncio é essencial, ter tempo pra mim também, mas ter pessoas especiais pra compartilhar as coisas é tão importante quanto.
No mais, tô colocando as coisas no lugar. Por dentro e por fora. Sentindo falta do colo mainha, mesmo estando lá todo dia (é perto, gente!), sentindo medos que não sentia e me descobrindo mais forte e corajosa do que imaginava.
E sendo feliz.
Tenho milhões de outras coisas pra falar, e aos poucos vai saindo… Questão de tempo, eu sei.
Beijos, Ju♥
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