01.07.2016

Parafina líquida, Petrolato e Óleo Mineral em Produtos Capilares

Ultimamente tenho recebido muitos questionamentos sobre a parafina líquida, o petrolato e o óleo mineral em produtos capilares, além dos sulfatos, e aproveitei pra pesquisar um pouco e buscar informações em fontes confiáveis, ou seja, com químicos e dermatologistas.

Pra começar, é preciso esclarecer que, tecnicamente, petrolato não é o mesmo que parafina e óleo mineral. Mas, como a função deles nos produtos capilares é basicamente a mesma, vamos tratar todos como uma coisa só, com as devidas ressalvas.

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Petrolatos, parafina líquida e óleo mineral

O petrolato (petrolatum nos rótulos dos produtos) é um derivado do petróleo, assim como a parafina líquida, a parafina sólida, a cera e o óleo mineral, dentre outros, que, nos cabelos, tem a função de lubrificar, proteger os fios das agressões térmicas e criar um filme de proteção ao redor do fio para, supostamente, “segurar” a hidratação

E é aí que começa o problema, porque sustenta-se que esse filme protetor vai se acumulando nos cabelos, impedindo, assim,  que os ativos de tratamento cheguem ao córtex dos fios, o que deixa as madeixas opacas e sem brilho, dentre outras coisas. Alega-se, ainda, que em muitos casos o acúmulo é tão grande que a remoção dessa substância só pode ser feita com shampoo antirresíduos.

Só que a coisa não é tão simples como parece, mas vamos por partes.

É fato que a parafina líquida, o petrolato e o óleo mineral (e também os silicones) formam um filme ao redor dos fios, assim como qualquer outra substância oleosa, inclusive os nossos amados óleos vegetais. Esse filme protetor vai impedir que o fio do cabelo perca água para o ambiente, ou seja, ele vai reter a “água”, vai manter a hidratação, e isso é uma coisa boa, lógico.

Existem estudos, inclusive, que comprovam que os petrolatos são mais eficientes em evitar a perda de água que os óleos vegetais, e, olhando por esse ângulo, eles seriam bons. Acontece que os petrolatos (óleo mineral, parafina líquida, etc) não possuem nenhum valor terapêutico, não tratam o fio do cabelo, já que não possuem nenhum nutriente, então eles não servem como tratamento, ao contrário dos óleos vegetais.

Não é tão simples como parece….

Só que isso não significa que um produto capilar que contenha petrolato/parafina/óleo mineral não preste, porque tudo vai depender da composição, vez que, em muitos casos, essas substâncias são utilizadas como um “veículo” para os ativos de tratamento.

Então, se o produto tiver petrolatos, mas também uma concentração boa de ativos de tratamento, uma composição balanceada, que realmente tenha potencial de tratar o cabelo, não é a presença da parafina (ou de algum outro derivado de petróleo) que vai impedir isso.

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O problema maior, pra mim, não é a presença de petrolatos, mas a ausência, na imensa maioria dos produtos, de bons ativos em concentração suficiente para realmente tratar os cabelos, e aí, nesse caso, o produto vai dar aquela “maquiada” básica e nada mais. Entende a diferença?

A grande questão não é a presença dos petrolatos, mas o seu uso como “tratamento”, porque isso ele jamais será, bem como ausência de ativos que realmente consigam tratar os cabelos, como expliquei nesse post aqui.

Quanto a alegação de que os petrolatos vão se acumulando nos cabelos a ponto de impedir a penetração de ativos de tratamento, não encontrei nenhum estudo científico comprovando isso, e conversando com o Anderson, que é químico, ele explicou que mesmo que os petrolatos não sejam solúveis em água, os tensoativos presentes nos shampoos conseguem sim removê-los.

Minhas impressões

Aleguei que quando usava rotineiramente muitos produtos com petrolatos, sobretudo aqueles bem baratinhos, que não possuem quase nada de ativos, sentia que os fios ficavam mais pesados e opacos, como se realmente tivesse um acúmulo maior ali, e ele disse que se o produto tem uma quantidade muito grande de petrolatos e eu sinto esse “peso”, devo usar uma quantidade menor do produto (porque ele é “pesado” mesmo) ou suspender o uso, porque ele não se adequou ao meu cabelo, pois, como acontece com todo tipo de produto, tem cabelo que reage bem e tem cabelo que não reage.

O que percebo, e isso não tem nada de científico, é experiência do dia a dia mesmo, é que nas épocas em uso mais o pré shampoo não noto tanto esse “peso” (e acúmulo), assim como nos últimos tempos, em que tenho usado shampoos para cabelos oleosos e uma quantidade menor de finalizadores.

Mas, acredito que meninas com cabelos mais finos, as que usam muitos finalizadores com petrolatos, bem como as que são partidárias do no poo/low poo tenham mais problemas com essa substância, porque, via de regra, ela deixa os produtos um pouco (ou muito) mais pesados que os produtos que contém apenas óleos/manteigas vegetais.

Outra coisa que vale ressaltar é que a alergia de contato aos petrolatos é uma realidade, então é preciso saber se você tem ou não alergia a essa substância, já que ela é largamente utilizada em produtos cosméticos devido ao baixo custo, mas também porque ela não interfere nas características organolépticas e possui uma consistência que praticamente não se altera, o que é bem importante na produção dos cosméticos.

Usar ou não?

Quanto a mim, em relação ao cabelo, não tenho problemas em usar produtos com petrolatos, desde que meus fios respondam bem, porque quem manda aqui são eles rs, mas é claro que prefiro produtos que, ao invés deles, tenham óleos e manteigas vegetais, que tratam os fios, que são mais naturais e não geram um impacto ambiental tão grande quanto os derivados de petróleo.

Mas isso é a minha opinião, é a minha experiência, é o que funciona pra mim, e você, só você, pode saber, através da tentativa e erro, o que funciona melhor pra você. E o que funciona melhor pra você é o que você deve usar!

Beijos, Ju♥

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31.03.2015

Óleo Não é Tudo Igual!

Eu sou apaixonada por óleos, vivo falando deles aqui e cada vez mais percebo que existem muitas dúvidas, pois óleo não é tudo igual e é preciso saber as diferenças entre o óleo vegetal, o óleo essencial e o óleo mineral, porque só entendendo pra que serve cada um é que a gente pode tirar o melhor proveito de cada, né? Vamos conhecer cada um deles!

Óleo Vegetal

O óleo vegetal é composto, basicamente, por ácidos graxos e glicerol, e é extraído, quase sempre, de sementes e frutas, via de regra por prensagem a frio, não sendo solúveis em álcool nem evaporando. Cada óleo vegetal possui um complexo diferente de ácidos graxos e nutrientes, então cada um possui propriedades específicas e age de um jeito.

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O mais importante, e isso precisa ficar claro, é que os óleos vegetais realmente tratam a pele e o cabelo.

Óleo Essencial

O óleo essencial, menos comum nas nossas conversas, é um blend de substâncias voláteis extraídos de cascas, flores, raízes, pétalas, frutos, caules e folhas, sendo que a sua extração se dá, via de regra, por compressão, destilação a vapor ou com o uso de solventes.

Esse tipo de óleo, muito utilizado na aromaterapia, é extremamente concentrado e deve ser usado em pouquíssima quantidade, sendo indicado não só no uso “estético”, mas também pra tratar doenças físicas e até emocionais.  Ou seja, também é um tratamento.

Óleo Mineral

O óleo mineral (petrolatos, parafina líquida, etc) é produzido a partir da destilação do petróleo, e na indústria cosmética ele é amplamente utilizado, é só olhar o rótulo dos produtos que você vai encontrar o danado em produtos de cabelo, hidratantes corporais e muito mais. O fato de ser muito mais barato que os óleos vegetais é, com certeza, a maior razão do seu uso pela indústria, mas não é só isso, pois ele possui uma consistência que praticamente não se altera, o que é extremamente importante na produção dos cosméticos, ao contrário dos óleos vegetais, não interfere nas características organolépticas e é de fácil incorporação nas fórmulas dos produtos.

Acontece que o óleo mineral não trata nada, nem pele nem cabelo, não tendo valor terapêutico, funcionando como uma “maquiagem”. Ou seja, se a intenção é tratar de verdade, o certo é usar um óleo vegetal, já que o óleo mineral não oferece nutriente nenhum.

Existe muita polêmica sobre o uso de óleos minerais em produtos cosméticos, a Dani até fez um post aqui sobre isso, e a minha opinião, com base em todos os estudos que já li e de todas as conversas que já tive com quem trabalha com isso, é a seguinte: tudo depende da composição, porque ele funciona, também, como um veículo para os ativos de tratamento.

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Assim, se a máscara tem óleo mineral mas tem uma composição balanceada e uma alta concentração de ativos que tratem os cabelos, eu vou continuar usando e gostando. Acontece que essa não é a regra e a grande maioria dos produtos contém muito óleo mineral e quase nada de ativos que tratem os fios, e nesse caso eles não passam de maquiagem.

Simplificando: o óleo mineral não trata, é fato, mas só pela sua presença em um produto não se pode afirmar que esse  produto não vai tratar, tudo depende da composição e da concentração de ativos.

Resumindo: óleo não é tudo igual!

O óleo vegetal e o óleo essencial tratam de verdade, possuem potencial terapêutico e eu prefiro, claro, que um produto tenha óleo vegetal ao invés de óleo mineral, e já mostrei aqui meus preferidos.

O óleo mineral, ao contrário, não trata nada, é maquiagem, mas isso não significa, necessariamente, que ele seja tudo de ruim, pois pode ser útil pra muitas coisas.

Assim, por exemplo, se você quiser fazer umectações no cabelo ou quiser potencializar uma máscara, o certo é usar um óleo vegetal, que é um tratamento. Pode usar óleo mineral? Poder pode, mas não deve, porque sim, ele vai dar emoliência, mas não vai tratar, que é o que realmente importa, e falei disso nesse vídeo aqui.

Aí vocês perguntam: Ju, e os óleos finalizadores? Não indico usar óleo finalizador pra tratar o cabelo, com raríssimas exceções (esse da Nuxe pode!), porque quase todos são compostos por muito óleo mineral/silicones.

Então não é pra usar? Pode usar de outras formas, pra finalizar, que é a função deles, e é claro que se você puder escolher o melhor é procurar produtos que tenham alto teor de óleos vegetais pra realmente tratar o cabelo, só que a gente não pode esquecer que, infelizmente,  ainda existem poucos produtos realmente livres de óleo mineral, e que eles tendem a ser mais caros, já que os óleos vegetais são mais caros, e muita gente não pode arcar com esses custos, não porque não queira, mas por não ter como mesmo.

Reduzindo o post em uma frase: quer tratar de verdade? Se jogue nos óleos vegetais. E o óleo mineral? Ele não trata nada, só maquia, mas olhe a composição e a concentração de ativos de cada produto, porque ele é usado como “veículo” para os ativos, e se esses ativos estiverem em alta concentração seus benefícios vão se sobrepor ao óleo mineral.

Beijos

Ju

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