Como posto muitas fotos de Ozzynho, sempre tem gente que pede pra falar de “coisas de cachorro”. Bom, hesitei por muito tempo porque o que eu sei sobre cachorros aprendi com Ozzy, mas decidi escrever sobre o assunto, e me comprometo a procurar a veterinária dele, Dr. Roberta, sempre que tiver alguma dúvida sobre algum assunto, pra que tudo seja feito de forma responsável.
Vou começar com um post sobre “educação”, porque ando com Ozzy em todos os lugares, viajo com ele de carro, ele se hospeda em hotéis, frequenta pracinhas e restaurantes (os que aceitam cachorros) e nunca tive nenhum tipo de problema, porque ele é extremamente educado, nunca atacou ninguém e é um “sedutor” nato, do tipo que chega em um lugar e, sem que ninguém saiba como, se torna o dono do pedaço.
O mérito, contudo, não é meu, de verdade, porque costumo dizer que Ozzy já veio pronto. Ele é educado, ele é tranquilo, é obediente e é bonzinho, embora seja voluntarioso, arteiro e teimoso, como bom leonino. Simplificando: se fosse meu filho, assim da barriga, não seria tão parecido comigo!
Ozzy chegou aqui ainda novinho e eu não sabia como educar um cachorro, mas fiz como faria se fosse uma pessoa: expliquei pra ele que ele seria amado e respeitado, mas que ele teria que “respeitar a patente”, porque na hierarquia do meu exército ele era soldado e eu, claro, marechal, então eu mandava e ele obedecia. Obvio que ele não entendeu nada do que eu falei, mas o fato é que ele capitou que quem mandava no fuê era eu e não ele!
Isso é essencial, porque cachorro, assim como criança (não tô comparando, claro, só tô explicando), precisa de “direcionamento” e disciplina.
Brincadeiras à parte, eu não tinha e nem tenho fórmulas, eu não sabia o que fazer e fui aprendendo no dia a dia, mas eu tinha, e ainda tenho, muita vontade de acertar.
A minha tendência seria mimar Ozzy de todas as formas (e eu mimo), mas aprendi que, pra ser equilibrado, um cachorro precisa primeiro de disciplina, depois de exercícios e só depois de dengo. Então, já que era pro bem dele, o jeito foi passar por cima do meu instinto e fazer o que tinha que ser feito.
E eu sou muito firme com ele, embora isso parta meu coração em mil pedaços.
Eu nunca bati em Ozzy, embora já tenha tido vontade de voar no pescoço (mas nunca fiz), como quando, por exemplo, ele comeu meus óculos (eu sou super cegueta), derrubou minha bandeja de perfumes ou comeu um pedaço da minha mantinha (eu ganhei quando eu nasci, e quem deu foi vovó Nete e ela já não está mais aqui, então era importante pra mim..), pois não quero que ele aprenda pelo medo.
Também não grito com ele e controlo meu tom de voz, que é alto, porque do mesmo jeito que eu não gosto de ser “gritada”, acho que não tenho que gritar com ele, porque quanto mais equilibrada eu for, mais equilibrado ele será. O certo é que ele vai testando o seu limite e cabe a você delimitá-lo, mas de forma educada e sem agressividade, porque ele vai reproduzir o que aprender, é simples.
Jamais corrija algo depois que passou, pois ele não vai entender. Corrija na hora pra que ele “ligue” a reclamação ao fato e não faça mais. Então, se você chegar em casa e a parede estiver literalmente “comida”, não adianta brigar porque ele não vai entender que a briga é por causa da parede, e ele não tem noção de certo ou de errado, isso quem vai ter que dar é você. Ou seja, pra ele aquele sapato de trocentas Dilmas não passa de brinquedo de morder, e ele vai continuar achando isso até que você ensine que não é.
No meu caso, o que fiz, na verdade, foi tratá-lo como eu gostaria de ser tratada, sabe? Com educação, com respeito e com amor, mas acredito que isso só tenha funcionado porque a disciplina aqui é linha dura, mesmo eu sendo mais mole que maria-mole…
Eu detesto ter que repetir a mesma coisa, mas quando ele era bebezinho passava o dia repetindo qual era o lugar que ele tinha que fazer as necessidades dele, o que era permitido e o que não era permitido, e de maneira calma. Não foi fácil, na verdade foi um teste de paciência pra mim, mas ele aprendeu e NUNCA fez nada fora do lugar, mesmo quando viajamos, e nunca faz o que eu ensinei que não era permitido.
Por exemplo, Ozzy não come nada da mão de ninguém e nem do chão, porque tinha muito medo de que jogassem algo (a famosa “bola” ) pelo muro e ele comesse, sabe? Isso acontece muito aqui e muitos cachorros morrem assim. E se ele estiver com algo na boca e eu mandar abrir, ele joga no chão na hora. Até postei tempos atrás um vídeo no insta em que ele estava de frente pra um monte de biscoitinhos que ele adora, mas não encostou até que eu dissesse que era dele.
Ah, acho que pelo tamanho da boca (Ozzy não é Pit Bill, é Staffordshire Bull Terrier, e quem quiser saber mais sobre tem esse site aqui), muita gente pergunta se não tenho medo de Ozzy e nunca tive, de forma alguma. Tenho absoluta confiança nele e ele me prova todos os dias que posso continuar confiando, pois é um cachorro dócil, amoroso e equilibrado. Isso é muito importante, porque se o cachorro sente que você tem “medo” dele, lascou-se, porque é ele quem vai mandar em tudo!
Viajar com Ozzy também é muito tranquilo (já faço um post sobre isso), porque coloco o cinto de segurança dele (em Pet Shop tem) e explico que ele precisa ficar quieto, e ele fica, e se sente vontade de fazer algo, ele “pede” latindo, coisa que ele raramente faz (pelo que sei, é padrão da raça), mas também paro de vez em quando pra dar água e coisas do tipo.
Uma coisa que é muito importante pro equilíbrio do animal e pra sua educação é o passeio. Cachorro precisa se exercitar todos os dias pra que não fique ansioso nem agressivo. Desde quando era pequeno Ozzy passeia todos os dias, duas vezes ao dia (uma vez comigo e outra com Bruno, meu primo que é o “dindo” dele), e isso faz muita diferença e torna muito mais fácil o processo de aprendizagem, porque ele fica calmo e relaxado sempre.
Eu sei que nem todo mundo tem tempo, mas o passei diário, mesmo que seja mais curto, precisa ser feito, e tudo isso precisa ser pensado antes de ter um bichinho, porque ele tem necessidades e nós precisamos dar conta delas.
Prometo fazer posts mais “práticos” (esse ficou giga!) e peço que sugiram os que acharem legais!
Beijos
Ju