Nunca fui de falar da minha vida pessoal, mas comentei no Instagram, ali perto do carnaval, que as últimas semanas não foram emocionalmente fáceis pra mim, e que, por isso, precisava de um tempo.
Tempo pra ficar em silêncio, quieta, ouvindo meu coração. Pra ficar comigo, pra absorver e entender tudo que tenho sentido. Pra aprender a lidar com esses sentimentos e com tantos outros que surgiram.
E tudo isso sem pressa, no meu tempo.
E foi aí que percebi uma coisa que me deixou preocupada: a imensa maioria das mensagens que recebi, todas muito carinhosas, falavam que também precisavam (ou já tinham precisado) desse tempo, mas que se sentiam culpadas por isso.
Daí fiquei pensando no ponto em que chegamos, na loucura que é sentir culpa por, veja bem, sentir a necessidade de “dar um tempo”, de precisar de um tempo pra si mesma.
Percebem o quanto isso é triste?
Entendo perfeitamente que o mundo não para pra que a gente acalme a cabeça e o coração. Sei que “a máquina” não pode parar, que temos responsabilidades, contas pra pagar, pessoas pra cuidar.
Mas se tem uma coisa que não tem como discordar é que nada na sua vida vai funcionar sem você, nada.
É bem como aquela historinha da máscara do avião: coloque primeiro a sua, porque só assim você vai conseguir ajudar o outro. Não tem como ser diferente, entende?
A sua prioridade, nesse sentido, tem que ser você. E isso não é egoísmo, é autoamor, e é, também, instinto de sobrevivência.
A minha vida é muito diferente da maioria por muitos motivos, e um deles é que eu não sou só a pessoa Julliana. Eu sou, também, uma empresa. A minha vida é, de muitas formas, o meu trabalho. E não só eu, mas várias outras pessoas dependem disso.
Então sei o impacto que tem o tal do “preciso de um tempo”. Porque se eu, pessoa, me dou um tempo, o meu trabalho também para, e isso afeta não só a mim. E isso pesa. Muito.
Só que também sei que se não estiver bem, se não cuidar de mim por dentro e por fora, se não me der um tempo quando for necessário, a coisa não vai funcionar e em algum momento a coisa vai sair do controle de vez.
Mas isso é o que entendo hoje. Há uns 3 anos atrás, mais ou menos, era completamente diferente.
Só pra dar um exemplo, e aqui quem acompanha o blog desde o começo vai entender melhor: sempre fui muito obstinada, e trabalhei enlouquecidamente dia e noite, sem feriado, férias ou finais de semana porque queria que isso aqui “desse certo”.
Eu queria 1, 2, 3, 4, 5 milhões de visualizações de páginas por mês. E eu consegui. Virando noites, passando de todos os meus limites eu (junto com vocês!) fiz do Juro Valendo o blog de beleza brasileiro mais acessado do mundo (mostrei essa matéria da revista Exame aqui).
É lógico que isso me dá uma alegria imensa. Mas não faria o menor sentido se fosse fruto de autoexploração, de ir além do que posso, de passar por cima de mim, como já passei tantas vezes… Demorou, mas aprendi, e hoje sei dosar muito melhor as coisas, sabe?
Também queria escrever para revistas e sites de outros países, e tô escrevendo. Mas pra isso precisei reduzir o ritmo, reorganizar as coisas, engavetar projetos, dizer não a outras oportunidades, a coisas que eu também queria.
E não tem problema, tá tudo certo, porque (hoje) existe um limite que não ultrapasso, e ele se chama respeito.
Respeito pelos meus limites físicos e emocionais, pela minha saúde mental, pelo meu bem-estar, pela minha qualidade de vida.
Eu amo meu trabalho, quero fazer sempre mais, sempre melhor, e tenho muitos, muitos sonhos pra realizar. Muita coisa pra fazer acontecer.
Mas acima de tudo isso está o meu bem-estar, e isso não é negociável. Não mais.
Se isso significa que vou ganhar menos em determinado mês, que vou perder oportunidades porque, em algum momento, vou precisar de um tempo, que vou demorar mais pra realizar o que quero, tudo bem, desde que eu continue inteira.
Porque sem isso, sem estar bem, de corpo, alma e coração, nada faz sentido.
Então, assim, você não tem que se sentir culpada por querer, precisar e tirar um tempo pra você. Todo mundo precisa em algum momento.
Isso não te faz pior que ninguém, não te deixa em falta com sua família, seu parceiro, seus filhos, seu trabalho. Mas não fazer isso te deixa em débito com a pessoa mais importante da sua vida: você.
Portanto, pense primeiro em você. Ninguém vai fazer isso. Ninguém!
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Beijos, Ju♥
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