Gente sem noção atrai gente sem noção e isso é fato… Suspeito que seja por esse motivo que as minhas amigas sejam tão despirocadas do juízo. A parte boa é que elas são engraçadas, então, mesmo diante dos maiores absurdos, a gente dá risada!
Tem umas duas semanas que uma amiga minha terminou um namoro de três anos e dois meses, ou, como diz ela, 38 meses de enganação. Na verdade, não foi enganação, é que ela terminou achando que isso daria uma “sacudida” nele, que andava pra lá de acomodado, e que sairia “por cima”. Só que, ao invés de se importar e implorar pra voltar, ele disse que achava ótimo, que estava saturado e que precisava viver outras coisas.
Ela, como era de se esperar, surtou, pirou na batatinha e, mesmo tendo certeza de que não gosta mais dele, não aceita o fato de que ele não esteja sofrendo horrores por ela. Ahhh, as mulheres….
O “problema” é que esse pirou na batatinha tem incluído as coisas mais absurdas do planeta, sobretudo porque três dias depois ele já estava pegando geral, e ela, claro, enlouqueceu mais ainda, já que, segundo ela, é preciso haver uma “quarentena” de preservação.
Não dá pra entrar em detalhes, mas aposto que todo mundo já passou por isso, porque o problema não é o fim, o problema é o outro não sofrer com o fim, o problema é o outro encarar tudo numa boa e, passando ou não recibo, pegar geral, ou, o que é pior, começar a namorar logo em seguida.
Isso dói, dói demais… Isso é um tapa na cara do orgulho feminino, um sopapo no ego e abala profundamente a autoestima da mulherada, e é aí que mora o perigo, porque, nesse momento, poucas conseguem avaliar que o sentimento que parece rasgar o peito e roubar o ar nada mais é que ego ferido, essa coisa tão rasa.
O que acontece aqui é que a grande maioria confunde a dor da perda, ou melhor, da troca, pela constatação de amor profundo, o que quase nunca é verdade. Não, não é amor, é “orgulho ferido” amiga, só, e todo mundo passa por isso um dia (ou muitos dias).
E eu falo com conhecimento de causa viu? Já namorei muito tempo com um indivíduo (ex não é gente, é, no máximo, um indivíduo não identificado, um ser inominável… brincadeira! rsrs) e, mesmo sabendo que não gostava e que não tinha nada a ver mais, sofri horrores, choquei horrores, saí do prumo e passei um bom tempo sem sequer entender o que estava acontecendo na minha cabeça e no meu coração.
Mas foi bom, foi bom porque aprendi e fiquei vacinada, e na vez seguinte (sim, sempre tem uma próxima vez!) simplesmente ignorei, porque achei que era palhaçada demais passar por tudo aquilo de novo. É, a gente fica velha e, como diz Tati Bernardi, o gênio da raça, fica com preguiça de sofrer!
Na verdade, aprendi a diferenciar sentimento de posse, vaidade e ego ferido de amor, e, com isso, mudar o foco, porque o que o outro faz é problema dele e eu tenho mais é que cuidar da minha vida. Ou seja, o foco, o centro desse circo todo tem que ser eu, os meus sentimentos, o que eu quero ou não, e não o outro, que nem faz mais parte da minha vida.
Esse foi, pra mim, o pulo do gato! E a verdade é que não tem muito o que fazer, a não ser seguir em frente, e se é pra seguir, que seja sem o peso do que passou, sem as amarras de algo que simplesmente acabou.
Beijos e bom domingo!
Ju