Hoje aconteceu uma coisa muito chata comigo, até falei sobre isso no Face, e resolvi compartilhar aqui pra que mais pessoas posam ler, porque isso ficou engasgado na minha garganta…
Quem me acompanha por aqui sabe que eu sou doida por bichos, tenho alguns e “mato e morro” por Ozzynho, meu cachorrinho. Ozzy é um Staff Bull Terrier, e, apesar da boca enorme, é o cachorro mais dócil do mundo, do tipo que leva mordida de Bob, meu jabuti, e não revida.
Ozzynho tem 4 anos e nunca atacou ou mordeu ninguém, e ele é tão bonzinho que Drª Roberta, a veterinária dele, vive dizendo que ele não tem noção da força que tem. Ozzy sempre sai comigo de carro, mas ele fica no banco de trás e com o cinto de segurança de cachorro, que prende ele pelo peitoral, porque assim ele fica seguro e não tem o risco dele colocar o rosto pra fora e “assustar” as pessoas (se for algo demorado ou que precise me distanciar muito, não deixo ele no carro de jeito nenhum).
Fui na rua rapidinho hoje pela manhã com Ozzy e na volta paramos pra tomar água de coco. Estacionei do lado do moço da água de coco, em local permitido, e desci. Ozzy ficou dentro do carro, no banco de trás, com cinto de segurança de cachorro e com os vidros completamente abertos porque assim ele não fica abafado e eu consigo vê-lo sem problemas.
Fiquei esperando na fila e minutos depois escutei um grito e alguém falando “quem foi o louco que deixou esse monstro dentro de um carro”. Virei pra olhar e era uma policial (farda creme), que, não sei o motivo, enfiou a cabeça dentro do meu carro.
Disse que o carro era meu e perguntei qual era o problema. Ela me disse que eu não poderia andar com um cachorro daqueles no carro. Expliquei que o carro era meu, o cachorro era meu e estava preso, e desde que ele não representasse perigo para as outras pessoas não havia nada que me proibisse de andar com ele.
Ela disse que tinha perigo sim porque ela tomou um susto enorme e que por pouco não tinha atirado (oi?). Com toda paciência do mundo expliquei que ele estava no ambiente dele, que dali não sairia, que eu estava ao lado, que o carro estava estacionado em local permitido e que me causava muita estranheza ela ter colocado a cabeça pra dentro do meu carro, já que não tinha motivo pra isso, e que colocar a cabeça pra dentro do carro alheio não era atribuição da polícia, exceto se existisse alguma razão que justificasse o que, pra mim, era uma invasão.
Eu já aprendi a não discutir com policial, porque, sem querer generalizar, porque existem sim excelentes policiais, tudo agora é desacato. Falei o que tinha que falar, mas muito menos do que deveria, entrei no meu carro e vim pra casa me acabando de chorar.
Chorei porque ela disse que Ozzynho era um monstro, e ele não é. Chorei porque fiquei assustada com o despreparo, o descontrole e a absoluta inabilidade em lidar com situações adversas de uma pessoa que, supostamente, é treinada pra isso. Chorei porque me senti desrespeitada e agredida. E chorei, sobretudo, porque fiquei pensando no que poderia ter acontecido se ela, que deveria estar nas ruas zelando pela segurança da população, atirasse em Ozzynho. Ah, e também chorei porque não dei uma sapatada nela, porque vontade não faltou!
Isso me assustou, sabe? Como assim que você enfia a cara no carro dos outros e ainda acha que está certo? Como assim que você “se assusta” e atira? E se Ozzy tivesse se assustado com a presença dela, afinal ele estava no carro “dele” e ela era uma intrusa, e tivesse latido ou ido pra cima, e ela atirasse? Porque, sinceramente, a pessoa pode falar ou fazer o que for pra mim que eu tenho controle e resolvo de forma civilizada, mas não faça nada com meu cachorro porque não tenho nem noção do que sou capaz de fazer.
O que eu acho, de verdade, é que arma é uma coisa que só deveria estar em mãos de quem tem controle emocional pra portar uma, de gente que tem equilíbrio, de gente preparada, porque do mesmo jeito que atira em um cachorro, atira em uma pessoa, e tirar uma vida, seja ela qual for, porque você se assustou é um absurdo, pra dizer o mínimo!
Eu deveria ter tido uma reação mais enérgica, ter tomado providências, porque é fato que ela abusou, mas a palavra “atirar” me “rezou” de tal forma que eu só queria trazer Ozzynho pra casa… Sabe o que é uma pessoa arrasada? Eu fiquei… E prefiro acreditar que ela estava em um dia ruim, sabe? Prefiro acreditar nisso do que acreditar que tem alguém com delírios de poder, achando que pode fazer o que quiser, solta nas ruas, e, pior, com uma arma nas mãos.
Beijos
Ju