13.02.2017

Não Uso, Mas Não Sou Contra a Pílula Anticoncepcional

Há mais de um ano parei de tomar a pílula, e fui contando todo o processo aqui pra vocês, mas sempre bati na tecla que mesmo não usando, não sou contra a pílula, e depois do último post sobre o assunto recebi vários questionamentos sobre isso, então achei melhor fazer um post, tá?

Claro que só posso falar da minha experiência, do que eu vivi, mas me parece óbvio, também, que antes de me posicionar contra ou a favor de alguma coisa, preciso analisar todo o contexto no qual aquela coisa está inserida, sua importância, seus prós e contras.

E, mesmo que hoje eu saiba que ela me fez mal, e inegável que ela foi um dos maiores pontos de mutação na nossa história, porque antes dela a mulher passava a vida inteira reproduzindo, tinha filhos e mais filhos, e só.

Não que ter filhos seja um problema, pois não é. O problema é não ter opção. O problema é que durante toda a sua vida, durante séculos, a mulher tinha filhos ano após ano, como se fosse uma fábrica de crianças. Não existia planejamento, não existia “o momento certo”, não existia escolha, e não ter escolha é escravidão.

A pílula, nesse contexto, significou liberdade, inclusive pra viver plenamente a própria sexualidade.

Não Sou Contra a Pílula Anticoncepcional

Óbvio que os tempos mudaram e existem muitos outros métodos, mas infelizmente nenhum é tão “aceito”, de tão fácil uso e acesso como a pílula. E sim, é preciso analisar as coisas por esse ângulo também, porque a gente precisa parar com essa mania de achar que a nossa verdade é a única, que o que é simples pra nós é para todos os outros porque não é assim que a banda toca.

Não dá pra ser simplista e demonizar a pílula, não dá!

Pra mim, que tenho acesso a informação e a bons profissionais, foi extremamente difícil, por exemplo, encontrar uma ginecologista que fizesse a medição do diafragma, que sentasse e me explicasse detalhadamente como deveria ser usado e tudo o mais.

Já se perguntou se seria fácil pra uma mulher sem acesso a informação, que não conhece o próprio corpo e tem vergonha de sua sexualidade fazer perguntas sobre o diafragma? Mais que isso, colocar o diafragma?

Dia desses, conversando com uma moça que mora em um povoado perto da fazenda de vó, ela disse que usava pílula, mesmo tendo problemas por causa dela,  porque o marido se recusava a usar camisinha, já que, pra ele, “camisinha não era coisa de macho”. E não, gente, ela não cogitava nenhuma outra possibilidade, porque naquele momento a única coisa que ela queria era comida na mesa, o marido do lado e nenhuma outra criança passando fome.

E não vem falar em machismo e em tudo aquilo que a gente já tá careca de saber porque a verdade é que, pra essa realidade, tão diferente da nossa, quando nem as necessidades básicas, que são barriga cheia e o mínimo de dignidade pra viver, são supridas, nada mais é ouvido, nada, garanto.

Ou seja, são realidades diferentes, e pra realidades diferentes não podemos propor as mesmas soluções porque a coisa não vai funcionar. O que é preciso é fazer o melhor, fazer o possível com o que se tem em mãos, cabô.

Não sou contra a pílula, sou contra a falta de informação

O que eu acho é que existe desinformação e irresponsabilidade saindo por todos os lados. Qualquer pessoa compra uma pílula anticoncepcional na farmácia sem indicação ou orientação médica. E o que não faltam são médicos que nunca pedem exames pra ver se o uso da pílula é ou não indicado para aquela pessoa, pra ver se está tudo bem com o uso do medicamento e coisas do tipo. Solicitar exames, aliás, é raro, mesmo nas grandes cidades.

Então, já que, nesse momento, é inviável sustentar que a pílula anticoncepcional não é uma opção, porque ela é útil sim pra muita gente, que a sua indicação e o seu uso sejam feitos de forma responsável, tanto por parte dos médicos quanto dos pacientes. Pode não ser o ideal, não sei, mas é, no atual cenário, a opção que me parece mais coerente.

Aliás, a solicitação de exames e o acompanhamento do paciente são coisas tão obvias que sequer deveriam ser lembradas por aqui, mas, infelizmente, não é o que acontece.

E vocês, o que acham disso?

Beijos, Ju♥

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24.01.2017

1 Ano Sem Pílula e os Métodos Contraceptivos Não Hormonais

Pra quem começou achando que não seguraria a onda por muito tempo, completar 1 ano sem pílula é uma dessas coisas que me deixam orgulhosa, assim como conhecer mais sobre métodos contraceptivos não hormonais.

Como já contei por aqui, tomei pílula por 18 anos, e durante todo esse período não menstruei porque, veja bem, esse troço não cabia na minha vida. Sentia cólicas absurdas e tinha uma TPM monstruosa, e ficar sem esses dois fantasmas que me assombravam todos os meses foi uma maravilha.

Mais maravilhoso ainda era ter o privilégio de poder tudo todos os dias, coisa que, pra mim, que sou super controladora, era o ápice da liberdade.

Mas liberdade tem um preço, e a conta, quando chegou, veio alta demais. Eu não só não conseguia reconhecer mais os sinais do meu corpo, como tive um problema hormonal sério. Quase todos estavam extremamente baixos, eu estava apática, vivendo no piloto automático e com diversos sintomas físicos relacionados a baixa hormonal.

Métodos Contraceptivos Não Hormonais

1 ano sem pílula: minha carta de alforria!

Foi aí que, em novembro de 2015, depois de semanas de febre baixinha com hora marcada, fiz dezenas de exames e a única coisa que estava errada eram os hormônios. Fui “orientada” a suspender o uso da pílula pra ver como meu organismo reagiria e, associado a isso, repor alguns hormônios.

O início não foi fácil, e nos posts abaixo dividi tudo com vocês, lembram?

A pele ficou muito mais oleosa, o cabelo virou uma poça de óleo, eu, que era tão estável e “linear”, voltei a “ter fases”, o que me causou muita estranheza no início, mas um alívio enorme depois, porque percebi que não oscilar não era normal.

Não tive mais cólicas absurdas, sofri com a TPM, que veio bem diferente de antes, me deixando melancólica ao invés de “raivosa”, o que foi uma novidade, porque nunca fui de sentir essa tristeza, essa melancolia, sabe? Sempre fui prática, praticamente um trator, nunca tive paciência pra tristeza, e ter que lidar com isso em mim não foi fácil.

Mas, ganhei o melhor presente de todos: voltei a me sentir viva! Voltei a ter não só vontade, mas uma alegria quase infantil em realizar coisas, minha libido aumentou absurdamente e me sinto muito mais feliz agora.

Voltar a usar pílula, ou qualquer outro método hormonal não é, pra mim, uma opção, tanto por problemas de saúde como por escolha mesmo, sabe? Apesar de reconhecer o papel importante que ela teve e tem na vida de muitas mulheres, porque não, não vou demonizar a pílula, o que condeno é a falta de informação, não é algo que quero pra mim, pro meu organismo, pra minha vida.

Métodos Contraceptivos Não Hormonais

Métodos Contraceptivos Não Hormonais: opções possíveis

Uma pergunta que todo mundo me faz desde que suspendi o uso da pílula é sobre o método contraceptivo que estou usando, e como não posso (nem quero) usar nenhum método hormonal, as minhas opções são camisinha, DIU de cobre, diafragma, tabelinha, o método de ovulação billings, o método sintotérmico e o coito interrompido.

Camisinha eu sempre usei, inclusive quando tomava pílula, porque é o único método que me mantém protegida de doenças sexualmente transmissíveis. E, gente, comigo nunca teve essa de “meu namorado não gosta”, porque não faço roleta russa com minha saúde, ou usa camisinha ou termina, não tem conversa.

E não é uma questão de confiança não. A questão é que a minha saúde está sempre em primeiro lugar, assim como a minha segurança, e eu bem conheço a natureza humana, sei o quanto somos falhos, o quanto erramos e não vou colocar a minha saúde nas mãos de ninguém.

Amo meu namorado, é uma das pessoas mais incríveis que conheci na vida, confio demais nele, mas meu amor maior sou eu mesma e minha saúde está acima disso, sabe?

Inclusive, vou aproveitar pra alertar: estamos vivendo uma epidemia (sim!) de sífilis, e a imensa maioria das mulheres infectadas são as casadas ou que mantém relações estáveis. A única coisa que te previne disso, do HIV e de todas as outras doenças sexualmente transmissíveis é a camisinha, só ela. Só.

Portanto, camisinha é item básico. Só que aprendi, anos atrás, que é preciso associar dois métodos para aumentar a eficácia, porque todo método pode falhar e eu não vejo motivo pra correr riscos desnecessários.

O primeiro método, então, é a camisinha. O segundo seria o DIU de cobre, mas li muitos relatos complicados e fiquei com receio. A princípio, associei com a tabelinha, que, como vocês sabem, é falha. Aí, analisando as opções, escolhi o diafragma, que tem chance de falha de 10%, mas associada com a camisinha me deixa segura.

Métodos Contraceptivos Não Hormonais

Métodos contraceptivos não hormonais: O diafragma

Quando, depois de pesquisar muito, resolvi conversar com minha gineco sobre o diafragma, ela comentou que esse era um método que a grande maioria das mulheres “corria léguas”, e eu entendo.

É que ele é um dispositivo de látex flexível que é colocado lá dentro da vagina pra  fechar o canal do colo do útero, e pra usar é preciso introduzi-lo e empurrá-lo até o fundo da vagina, que é uma coisa simples, mas muitas mulheres não cogitam usar porque envolve conhecer o seu corpo e tocá-lo, o que é um problema numa sociedade em que as mulheres aprendem lá na infância que se tocar é feio, é sujo. Uma bobagem, claro!

Eu tô usando e achando ótimo! É prático, barato (custa, em média, R$100,00 e pode ser reutilizado por até 3 anos), me deixa no controle das coisas e não possui efeitos colaterais.

Isso é o que vem funcionando pra mim, e não tenho do que reclamar, mas é óbvio que não é “receita” pra ninguém, né? É você, e só você, que sabe o que é melhor pra você e, com informação correta, com o auxílio do seu médico deve escolher a opção que mais se adeque a sua vida.

Alguém mais tá vivendo sem pílula? Divide comigo como tem sido, é conversando que a gente se ajuda! E qualquer dúvida é só deixar aqui nos comentários, tá?

Beijos, Ju♥

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16.12.2016

Melatonina Emagrece Mesmo?

Faz bastante tempo que uso melatonina, o “hormônio do sono”, e semana passada postei um vídeo falando sobre a minha experiência, inclusive se a melatonina emagrece ou não.

É fato que, como já disse por aqui,  quem manda no nosso corpo são os hormônios, e quando algum deles sai do ritmo, bagunça a coisa toda. Eu, que reponho vários deles, bem sei como é isso.

A melatonina, que é liberada no período noturno, é essencial para que o nosso metabolismo funcione direitinho, e se o ciclo de sono e vigília não forem devidamente respeitados, a coisa complica, já que a síntese da melatonina fica comprometida, sua produção despenca e isso pode interferir até no peso.

Alguns estudos realizados na Itália e na Espanha constataram que a suplementação da melatonina em níveis adequados reduziu a ingestão de comida, o que gerou uma perda de peso e melhorou o metabolismo das gorduras. Ou seja, teoricamente a melatonina emagrece sim. Um outro estudo, também realizado na Itália, demonstrou que a melatonina ajuda no controle da compulsão noturna.

melatonina emagrece juro valendo

Já se sabe, também, que a melatonina tem ligação com a depressão, vez que na presença dessa doença observa-se uma alteração no ritmo circadiano, além de níveis mais baixos de melatonina. Inclusive, já existe um antidepressivo que atua especificamente sobre a melatonina pra ajudar, dentre outras coisas, a regular o relógio biológico.

Melatonina emagrece ou engorda?

Claro que cada pessoa vai apresentar um resultado diferente, e eu, que uso a melatonina há mais de 3 anos, não notei, infelizmente, nenhuma ação dela no meu peso, mas não sei se sou parâmetro para isso porque tenho vários problemas hormonais, sabe?

O que eu acho é que quando a gente não dorme bem, nada funciona direito, e isso inclui também a alimentação, porque eu, pelo menos, acabava comendo mais besteiras, mais coisas que me davam energia mais rapidamente. Ou seja, coisinhas engordativas.

A depressão também pode levar ao aumento de peso, e como as pessoas que estão acima do peso e as que têm depressão geralmente possuem um nível menor de melatonina, de acordo com alguns estudos recentes, acho que pode interferir sim.

Mas, apesar de reconhecer todo o potencial terapêutico da melatonina quando bem administrada, no meu caso ela não afetou em nada o meu peso. Queria, viu? rs E quanto a compulsão noturna, o que tem feito diferença mesmo é o jejum intermitente!

Contudo, não fico sem melatonina por nada nesse mundo! A minha vida com ela é muito melhor, consigo dormir bem e isso me dá uma qualidade de vida que há 4 anos atrás eu não tinha.

Já fiz vários posts aqui sobre a melatonina, se quiserem ver é só clicar nos links:

E se alguém teve alguma experiência diferente, divide aí com a gente!

Beijos, Ju♥

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* Este ou qualquer outro hormônio só deve ser consumido com indicação e acompanhamento médico.

O que você acha do JV?
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