22.02.2018

Beleza Aos 50, Por Júlia Pinheiro

Sempre bati na tecla de que beleza não tem idade, e trouxe hoje uma pessoa muito especial pra falar um pouquinho sobre isso com a gente: a apresentadora Júlia Pinheiro!

A Júlia apresenta o Queridas Manhãs na SIC, lá em Portugal, um programa matinal diário, é escritora, autora de um site que leva o seu nome (clica aqui pra ver, tem muita coisa legal!), e uma mulher que, além de linda, é incrível!

Com vocês, a Júlia…

beleza aos 50 júlia pinheiro

Beleza aos 50 (e depois também!)

Há uns meses, deparei-me com títulos como este na mídia portuguesa:  “Júlia Pinheiro mostra boa forma em biquíni” (revista Lux e Caras).

A imprensa cor de rosa tinha decidido publicar as fotos que partilhei no meu Facebook e site, de biquíni, durante as minhas férias de verão. A primeira reação foi de surpresa e positiva: aos elogios das imagens que fizeram notícia, sucederam-se tantos outros lisonjeiros comentários de seguidores.

A foto “pegou” e encorajou outras figuras públicas pós-45/50 a “aparecerem” e a fazerem repensar as nossas ideias e ideais de beleza. Eu chamei-lhe o empowerment das grannies (empoderamento das avós), aproveitando o fato de que na altura estava prestes a ser avó pela segunda vez.

Mas esta revelação e a presença de mulheres mais maduras – ou fora dos padrões habituais de beleza – tem vários outros “nomes”.

Um deles chama-se Sandra Passos e vem precisamente do Rio de Janeiro. Descobri-a há dias, num jornal internacional. Inspira-me esta história da outrora catadora de lixo nas favelas e hoje Cinderela, proprietária de uma agência de modelos na China, que quer mostrar que a moda não é apenas sinônimo de mulheres altas, loiras e esculturais.

Sempre que se fala de beleza, nunca consigo desligar-me também do nome Zemeenah Rossi, esta modelo (que nunca envelhece e) que aos 60 anos participou do lançamento de uma coleção de roupas de banho.

A beleza tem vários sinônimos e enquanto espectadora do mercado, apercebo-me de que as marcas estão atentas àquela que é uma das 10 tendências mundiais de consumo, segundo o Relatório Euromonitor International: Ageing.

Aqui apenas entre nós mulheres, e resumindo: “Você pode ser maravilhosa aos 30, charmosa aos 40, e irresistível para o resto da sua vida” – Coco Chanel.

10.12.2017

Sobre coisas que a gente precisa conversar…

Senta aí que hoje a gente precisa conversar…♥

Depois de anos escrevendo todos os dias na internet, e já tendo passado por alguns questionamentos, eu, ainda bem, entrei numa crise. Daquelas fortes, violentas, paralisantes, sabe?

Questionei muitas e muitas vezes o que vinha fazendo, me vi no piloto automático incontáveis vezes, perdida,  resolvi viajar, ficar um pouco comigo, olhar pra dentro e entender o que queria pra mim, pro blog, pra vocês.

Pra muita gente isso é uma besteira enorme, mas desde a primeira palavra que escrevi nessa nossa sala espaçosa me pergunto diariamente porque estou aqui, de que forma estou contribuindo com vocês e com o mundo, o que desejo, posso e consigo compartilhar, qual mensagem eu tô passando, qual é o meu propósito com tudo isso, sabe?

Eu amo a internet, e, como não poderia deixar de ser, a coisa mudou muito de quando comecei. E eu também mudei, assim como vocês.

conversar

“Escrever, pra mim, é o mesmo que viver” Jorge Amado

E isso é maravilhoso, claro, mas pode, também, ser uma armadilha.

Porque essa mesma internet que me deu voz, que me mostrou que falar a minha verdade me torna mais livre e mais forte, que me mostrou que eu poderia sim ser quem eu era, que me deu coragem pra ser quem eu realmente sou também acaba, de um jeito ou de outro, nos forçando a caber numa caixinha pra sermos mais comerciais, pra vender mais, crescer mais, ficar mais conhecida, ganhar mais.

O problema, se é que isso é um problema, é que eu não me adéquo, eu nunca me adequei.

E enquanto escrevo isso ouço o riso solto daquela guria que fui um dia, aquela que se via assombrada diante da vida por nunca caber em canto nenhum, por jamais ter encontrado um lugar pra si e, inexplicavelmente, esse coração teimoso bate feliz.

Feliz e com a alegria imensa de, mesmo já tendo balançado algumas vezes, temerosa, não ter rompido jamais a unidade entre o que acredito, o que sou e o que faço. E, mais ainda, por ter a certeza de que jamais romperei.

Sei exatamente de tudo o que precisei abrir mão, de tudo o que passei para, simplesmente, “escrever na internet”. Pode ter sido tranquilo pra maioria, mas pra mim, filha única de uma mãe que apostou todas as fichas, com o que tinha e não tinha, pra que a filha fizesse uma faculdade e fosse Advogada (e eu sou), não foi fácil.

Foram anos escrevendo sem receber absolutamente nada em troca. Anos trabalhando em outro lugar para conseguir manter o blog, ao tempo em que via a decepção e a desaprovação nos rostos mais amados todos os dias.

“Escrever, pra mim, é o mesmo que viver…”

vamos conversar juro valendo

” Não nasci pra famoso nem pra ilustre, não me meço com tais medidas. (…) Menino grapiúna, cidadão da cidade pobre da Bahia, onde quer que esteja não passo de um simples brasileiro andando na rua, vivendo.” Jorge Amado

Foram anos de planos deixados de lado, de olhar para os lados e ver a vida de todo mundo acontecendo e as minhas sementes, recém plantadas, ainda germinando, bem devagarzinho.

Pode parecer bem poético agora toda essa história de fazer o que a gente ama, e eu amo escrever, mas na real não foi nada fácil. Na verdade, e desculpem a expressão, foi difícil pra caramba! Foi enlouquecedor.

Todo esse processo me transformou de inúmeras formas. Jogou no lixo meu orgulho, destroçou o meu ego, me afastou de muita gente, me fez duvidar de mim, colocou minha vida de cabeça pra baixo,  me isolou do mundo que eu conhecia, mas, de alguma forma, foi, pouco a pouco,  me aproximando cada vez mais de mim mesma.

E é exatamente por isso, e por tantas outras coisas que seria impossível escrever aqui, que hoje, mais do que nunca, opto por manter o compromisso, dos meus começos até hoje, e, assim espero, até a última linha que venha a escrever, de só fazer o que acredito, do jeito que acredito, sendo leal a quem está comigo, a quem está aqui por mim.

Como já disse tantas vezes, sou criadora de conteúdo, eu escrevo. É isso o que eu faço, é disso que gosto, é nisso que acredito.

Cada um tem o direito de criar como melhor lhe aprouver. O meu jeito é escrevendo, é contando histórias, é compartilhando conteúdo.

Nada tenho contra quem faz diferente, acho maravilhoso, só não é a minha escolha. Minha história é outra.

Não sou e nem tenho a menor intenção de ser celebridade virtual, muito menos “propagandista”. Assim como não tenho seguidores e jamais desejei ter fãs. Tenho leitores, amigos virtuais ou, como preferem  Mainha e Deide, “amigos imaginários rs” que compartilham comigo suas vidas e me permitem fazer parte delas.

Pessoas que leem, gostam e confiam no que escrevo e indico porque sabem qual é, desde a primeira linha aqui escrita, o meu compromisso.

“Não nasci pra famoso nem pra ilustre, não me meço por tais medidas.”

conversar

E é escrevendo que quero alcançar cada vez mais pessoas. Pessoas incríveis, com vidas reais, assim como a minha. É escrevendo que quero poder ser cada vez melhor, pra levar sempre o melhor, pra acrescentar, pra fazer diferença, pra continuar tendo a confiança de cada uma de vocês.

Espero que a minha palavra continue tendo, para cada uma, valor. Porque só assim posso continuar fazendo o que amo e influenciando da forma mais bonita e verdadeira que for capaz.

E tudo isso sem precisar me espremer em caixinha alguma, sendo exatamente quem eu sou: uma menina simples de uma cidade pequena do interior, que já foi colocada de lado “n” vezes por ser considerada “nordestina demais”, normal demais, e até por ter tido, vejam só, a “audácia” de não só assumir publicamente que tem déficit de atenção como dizer que isso não tem nada demais, mas que se tornou uma mulher forte, que não tem vergonha nenhuma de ser quem é e que,  a duras penas, aprendeu a acreditar em si mesma.

Uma mulher que ousa sonhar, e sonha muito. Que transforma sonhos em objetivos e, mesmo com TODOS os ventos contrários, batalha todos os dias para conquistar cada um deles. E vem conquistando um a um.

E tudo isso devo a mim, que tive a sorte de confiar no meu coração, na minha intuição e nesse Deus maravilhoso que está ao meu lado em cada segundo de cada dia; a sorte de, mesmo vacilando vez ou outra, insistir em acreditar, correr atrás, batalhar, não abaixar a cabeça e fazer, aos troncos e barrancos,  a coisa acontecer.

E devo a vocês, que me pegaram pelas mãos e me trouxeram até aqui. Que me ensinaram e continuam me ensinando tanto. Que me fazem crescer, que me fazem muito maior, muito melhor.

E é justamente por isso que agora tudo está claro e calmo aqui dentro. Que tenho certeza de que estou no caminho certo, e que não, não vou com a maré, porque aí não seria eu. E isso, sinto informar, não é negociável.

Vou continuar fazendo o meu melhor, do meu jeito, do nosso jeito, como quero e acredito, até o fim.

Foi desse jeito que nos tornamos o blog de beleza mais acessado do país em 2017. Foi desse jeito que comecei a escrever pra uma revista de um país que não o meu. Foi e é desse jeito que tenho a confiança de milhões de mulheres incríveis, que mesmo na correria da vida, com tantas novas possibilidades, continuam aqui, dia após dia, ano após ano.

Então, obrigada por tudo, eu com vocês sou, sempre, muito mais!

E aproveito pra deixar aqui um formulário (é só clicar na seta e rolar que as perguntas aparecem) pra que vocês possam deixar sugestões, coisas que gostariam de ver aqui no blog e nas redes, e o que não gostariam também, tá?

Beijos, Ju♥

28.07.2017

Vamos Falar Sobre o Rodrigo Hilbert

Faz tempo que as redes sociais “falam” sobre Rodrigo Hilbert, e já vi textos engraçadíssimos pedindo pra alguém dar um freio no moço, que estava levando a coisa a patamares inalcançáveis.

Mas o que o Rodrigo faz de tão diferente pra chamar tanta atenção?

Hummm, vejamos… Além da genética abençoada (Deus benzaaa hahaha), ele é bem sucedido, famoso, cozinha muito bem, lava, passa, faz ioga, casa de madeira, chapa para churrasqueira e crochê, é “pau pra toda obra”, gente boa, se diverte com a molecada, cuida da avó, é espiritualizado, se preocupa com a natureza, é bom pai, bom marido, boa pessoa.

Alguém viu algum feito extraordinário aí? Eu não.

Me parece muito óbvio que quem suja tem que limpar. Que quem bagunçou tem que arrumar. Que quem quer comer deve cozinhar. Que a roupa que você sujou, você deve lavar, passar, guardar. Que cuidar de si e de suas coisas é o básico do básico.

rodrigo hilbert

Que ter um filho vem com o pacote cuidar, educar, criar, amar. Que ter uma pessoa ao lado é uma parceria, onde os dois compartilham a vida e o dia a dia de forma igual. Que ser amigo de seus amigos e cuidar dos que você ama quando eles precisam é o natural.

Que é bom saber se virar, aprender coisas diferentes e não precisar gritar por socorro até pra bater um prego. Que se preocupar com a preservação da natureza é uma necessidade indiscutível, porque é o mundo em que você vive, e pra viver você depende, evidentemente, dele. Que ser solidário e estender as mãos para quem precisa, quando você pode fazer, é pressuposto básico de humanidade, e não motivo para palmas e confetes.

E isso, gente, vale pra todo mundo, pra homem e pra mulher.

Só que na “vida real” não é o que acontece, né? A “regra” é que a mulher seja cozinheira, faxineira, governanta, costureira, babá e mãe dos filhos e do marido/namorado. Porque isso, dizem, “é coisa de mulher”.

Mas não é, é coisa de gente, e fazer cada uma dessas coisas é obrigação de todos.

Isso não significa que você não possa fazer nada pelo outro, que tudo tem que ser calculado. Não, tudo deve acontecer muito naturalmente, você pode fazer o que quiser, mas como opção e não porque é sua “obrigação como mulher”.

Não é sua obrigação carregar o peso de “criar” marido/namorado, como se ele fosse um incapaz. Ele é gente, assim como você, é plenamente capaz, e tem que agir como tal, ué.

E isso vale pra você também, tá? Não existe isso de “coisa de homem”, e quanto mais habilidades você tiver, quanto mais coisas você souber fazer, melhor pra você.

Então, sim, Rodrigo Hilbert parece ser um cara bem legal e cheio de habilidades, um desses que, não deveria, mas ainda é raridade hoje em dia. Só que ele não eleva o patamar, ele faz o que os outros deveriam fazer.

Não é que ele seja “demais”. É que a imensa maioria ainda se comporta como se “de menos” fosse o bastante, simples assim.

Beijos, Ju♥

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