“Uma nova moda de alisar os cabelos, a escova de carbocisteína lembra à de formol, inclusive nos efeitos e perigos.
Com a falsa promessa de alisar os fios, reduzir sensivelmente o volume, hidratar e dar brilho, ela pode causar sérios danos à saúde, alertam dermatologistas e a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Verdade Sobre A Escova De Carbocisteína
Primeiro é impossível alisar com cisteína; um aminoácido.
E o mais grave; em vez desta substância, esteticistas aplicam um primo menos conhecido do formol: o glutaraldeído, vulgo glutaral, que também causa ardência nos olhos, queimação e danifica os cabelos, e aumenta o risco de câncer.
O formol e o glutaral (da família aldeídos) alteram o DNA, elevando o risco de leucemia, tumores de sistemas respiratório e nervoso central, falhas de memória, dificuldade de movimentos e infertilidade, alerta Maria Fernanda Gavazzoni, professora da pós-graduação em dermatologia do Instituto Professor Azulay na Santa Casa de Misericórdia do Rio e da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Ela afirma que a escova de carbocisteína é um engodo.
Isso porque os cabelos são constituídos de proteína: a queratina, que contém a cisteína; que deixa os fios enrolados. Portanto, escova de carbocisteína é só uma isca, diz.
Carbocisteína não alisa!
Esta substância pode servir, por exemplo, para farmacêuticos fazerem droga expectorante; nunca para alisar.
– A carbocisteína está em xarope de criança. Cabeleireiros pegaram este nome emprestado e inventaram uma escova que não existe – avisa Fernanda. – O que se vê é o glutaral, usado em hospitais como microbicida e até em baias de cavalos.
Ou seja, o glutaral age igual ao formol; não atua na queratina e, portanto, não é um alisante. Apenas impermeabiliza o cabelo alisado através do secador, impedindo que ele volte a absorver a umidade.
– Só que o cabelo fica danificado, quebradiço – diz.
Cuidados após a escova de carbocisteína
Tratamento requer cuidado semanal
É difícil saber o que o cabeleireiro está aplicando; nem todos os produtos ardem nos olhos ou têm mau cheiro. Uma dica é olhar o frasco.
Em vez de dose única, como a maioria das substâncias aprovadas, o glutaral vem em recipientes grandes. Com um frasco, que custa cerca de R$ 700, é possível fazer 20 escovas, a R$ 300.
Outros ditos “alisantes” que não existem é hidróxido de amônio e queratina líquida, alerta Fernanda. Os aprovados pela Anvisa são ácido tioglicólico, hidróxidos de sódio; de lítio, guanidina e cálcio.
Ela chama a atenção para um detalhe: clientes com cabelo clareado artificialmente devem evitar alisar, mesmo com os produtos aprovados, porque fios descoloridos se quebram ainda mais:
– Tentar ficar loura e de cabelo liso só estraga os fios.
Alerta!
Dudu Meckelburg, do HBD SPA, também alerta para o risco de alisar cabelo com produtos de procedência duvidosa.
– Evite fórmulas receita de bolo, usadas na mesma dose para todos. A dosagem deve ser individual – afirma Dudu, que sugere tioglicolato de amônia, que permite dosagem precisa, efeito natural; porém é necessária manutenção semanal, que inclui hidratação.
Uma dica depois de alisar, para quem não pode ir ao salão com frequência, é aplicar o vinagre de maçã, ensina.
– Use duas colheres de sopa num copo com água e aplique a mistura, deixando por cinco a dez minutos. Isto ajuda a neutralizar a química do alisamento. Não fique penteando os fios em vários sentidos e faça a reposição de proteína semanalmente.”
Fonte: Globo
Já fiz outros posts sobre o assunto, é bom dar uma lida:
- Escovas Milagrosas e Ácido Glioxílico: Porque Não Usar?
- Qual a melhor progressiva sem formol?
- Defrisagem, Selagem e Gradativa: Estão te Enganando!
Beijos, Ju
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