Alguém aqui sabe qual é a sensação de se cobrar tanto que o estômago começa a “queimar”? Eu sou assim. Não é que eu ache que “nada está bom”, é que eu acredite ‘que “tudo pode melhorar” e busque essa melhora o tempo todo.
Isso é bom porque não me acomodo, mas é ruim por gerar um grau bem alto de ansiedade. E ó, lidar com isso não é fácil!
Nunca me cobrei perfeição, porque nunca acreditei nela, mas me cobro a melhora constante, e foi por isso que, uns 3 anos atrás, comprei o livro “Você pode ser feliz sem ser perfeita”, meio assim por acaso.
Lembro que na época li e gostei, mas não fiz o que geralmente faço, que é reler com calma pra absorver melhor o que o livro tem a dizer, sabe? Daí, arrumando meus livros essa semana, achei “o amarelinho” e coloquei por perto pra reler e achei que tem uns ensinamentos valiosos pra nós.
Valiosos porque sim, nós, de um jeito ou de outro, nos cobramos muito. Tentamos ser mulheres perfeitas, amigas, perfeitas, filhas perfeitas, namoradas/esposas perfeitas, mães perfeitas, profissionais perfeitas e é lógico que isso é inviável, porque mesmo sendo super mulheres (nós somos, acreditem!), nós não somos ninjas, né? rs
E como não conseguimos ser tudo isso ao mesmo tempo, ficamos cheias de culpa, com aquela velha sensação de que “não fazemos nada direito”. Associado a isso tem a concepção errada de que pra ser feliz tem que ser perfeita (ahhh, o corpo perfeito, o emprego dos sonhos, o príncipe encantado, a vida de comercial de margarina…), o que é outra furada, porque perfeito ninguém é, mas podemos (e devemos!) ser felizes mesmo assim.
O que o livro faz é, de forma simples e descomplicada, apresentar técnicas e testes que ajudam a entender tudo isso, a criar metas mais realistas, a ter expectativas mais razoáveis e, de certa forma, reformular um pouco a nossa forma de pensar.
São várias as histórias e depoimentos presentes no livro, o que faz com que a gente se identifique com muitas daquelas situações. Pode parecer maluco, mas saber que outras pessoas passam pela mesma coisa dá um certo alívio, sabe?
Enfim, é uma ótima leitura pra quem se cobra demais (e/ou cobra dos outros), pras perfeccionistas de plantão e pra quem se sente o cocô do cavalo do bandido por não ser a perfeição encarnada!
Ele é da Sextante e custa R$23,66 na Saraiva. Alguém já leu? Indicam algum outro livro desse tipo?
Uma (re)leitura que marcou muito meu final de ano foi Os Quatro Compromissos: o livro da filosofia tolteca, do Don Miguel Ruiz. Faz muitos anos que li esse livro e ter “me batido” com ele nesse momento foi bastante significativo.
Tenho amigos que acham muito engraçada minha vibe mais natureba e espiritualizada, mas tenho a sorte de ter por perto pessoas que, mesmo não concordando com o que eu penso e até tirando sarro às vezes, compreendem e respeitam, tanto que o PDF desse livro que vou compartilhar hoje veio da Mama (a mesma que me deu a carteira vermelha, cês lembram?), minha amiga mais cética, que não acredita em nada e acha que essa história de “acordar”, de despertar a consciência é piada pronta.
Só que eu acredito verdadeiramente nisso, eu tento, todos os dias, estar mais consciente em relação a tudo, tento ser melhor, tanto pra mim quanto pro mundo, e isso me faz bem, e se é assim eu tô no caminho certo, porque é o meu caminho.
Tem uma parte do livro, aliás, que fala do que os antigos mestres iluminados, como Buda, Osho e tantos outros, chamavam de “acordar”, mas falo disso daqui a pouco!
O livro conta a “lenda” dos toltecas, um povo sábio que viveu no México há milhares de anos atrás. Os “xamãs” toltecas acreditavam que a vida era um sonho (tipo a Maya dos indianos, um véu de ilusão), que esse mundo material que nós vivemos e todo o universo ao nosso redor não passa de luz e, portanto, de energia. Pra eles existia o sonho coletivo, formado por milhões de sonhos menores, e os sonhos individuais.
O livro fala da domesticação do ser humano, um conceito bem parecido com o que Nietzsche e Osho já falaram , e das dezenas de compromissos que nós firmamos com a sociedade, com nossos pais, família e com nós mesmos.
O problema é que muitos desses compromissos são devastadores pra nós mesmos, porque nós acreditamos neles e eles vão moldando o que nós somos, como agimos, como nos sentimos e, assim, determinando nosso futuro.
E é aí que entram os quatro compromissos que você deve fazer pra transformar sua própria vida.
1º Compromisso: A Impecabilidade da Palavra
Esse é o compromisso mais importante, porque a palavra é mágica, é o seu poder de criar (lembram que no Gênesis está escrito que “no início havia o Verbo, e o Verbo era com Deus, e o Verbo era Deus?” pois é…), e ela pode criar o bom e o ruim também, e por isso é essencial ser impecável com ela.
Como diz o livro “ser impecável com sua palavra é não usá-la contra você mesmo. Se eu o vir na rua e o chamar de estúpido, parece que estou usando a palavra contra você. Na realidade, estou usando minha palavra contra mim mesmo, pois você vai me odiar por isso, e o seu ódio não é bom para mim. Portanto, se eu ficar zangado e com minha palavra mandar todo o veneno emocional para você, estou usando minha palavra contra mim.”
E nós, infelizmente, fazemos um péssimo uso da palavra o tempo todo. Vivemos julgando, culpando, amaldiçoando, expressando raiva, ciúme, inveja, ódio e tantos outros venenos ao invés de espalhar o melhor, o mais bonito, o amor, a alegria, a generosidade, a gentileza…
2º Compromisso: Não Leve Nada Para o Lado Pessoal
Já falei disso aqui uma vez e ó, caiu como uma luva esse “compromisso”, porque a verdade é que levamos tudo pro lado pessoal, como se tudo fosse sobre nós, e não, não é, mesmo quando parece ser.
Quando levamos pro lado pessoal, absorvemos o “veneno” alheio. Isso é um erro porque, como diz no livro, “nada do que os outros fazem é motivado por você. É por causa deles mesmos. Todas as pessoas vivem em seu próprio sonho, em sua própria mente; estão num mundo completamente diferente do que aquele no qual vivemos. Quando levamos algo para o lado pessoal, presumimos que os outros sabem o que está em nosso mundo e tentamos impor nosso mundo ao deles. Mesmo quando uma situação parece pessoal, mesmo que os outros o insultem diretamente, não tem nada a ver com você.”
É preciso entender que o que o outro diz ou faz é decorrente dos próprios compromissos dele, não tem nada a ver com você. Portanto, o que os outros pensam sobre você, o que os outros falam ou sentem em relação a você não deve ter nenhuma importância, não deve ser levado pro lado pessoal porque isso é problema deles e não seu.
3º Compromisso: Não Tire Conclusões
Nisso eu já fui mestra mestra: analisava e tirava conclusões de tudo. Tudo, claro, de acordo com o que eu via, sentia e pensava.
Isso é um absurdo porque eu só posso tirar conclusões de acordo com o meu ponto de vista, que é fruto das minhas experiências, só que cada pessoa tem um conjunto de experiências e uma mesma coisa pode ter milhões de significados.
Tem um trecho do livro que fala assim: ” Presumimos que todos enxergam a vida da mesma forma que nós. Presumimos que os outros pensam da mesma forma que nós,sentem da mesma forma que nós, julgam como nós julgamos e sofrem como nós sofremos. Essa é a maior presunção que o ser humano pode ter. Por isso, temos medo de ser nós mesmos em presença dos outros. Porque achamos que todos estarão julgando, nos vitimando, nos fazendo sofrer e nos culpando, como fazemos a nós mesmos. Portanto, antes que os outros tenham uma chance de nos rejeitar, nós já nos rejeitamos. É assim que funciona a mente humana.”
4º Compromisso: Dê sempre o melhor de si
Esse é um compromisso que eu já tenho faz tempo e quero que ele se torne ainda maior porque ele só me trouxe coisas boas, sabe?
No livro fala que sob qualquer circunstância, sempre faça o melhor possível, nem mais nem menos. Porém, tenha em mente que o seu “melhor” nunca será o mesmo de um instante para outro. Independente da qualidade, continue dando o melhor de si, nem mais nem menos. Se você se esforçar demais para conseguir seu “melhor”, irá gastar mais energia do que é necessário, e ao final seu “melhor” não será o suficiente. Quando você exagera, esgota seu corpo e vai contra si mesmo, sendo assim necessário mais tempo para alcançar seu objetivo. Se fizer menos do que seu “melhor”, vai sujeitar-se a frustrações, autojulgamento, culpas e arrependimentos.
Tem algumas partes do livro que, claro, eu não concordo, mas isso não invalida tudo de bom que ele tem. São coisas simples, que no fundo todo mundo sabe, mas que acaba “esquecendo” .
Claro que, no início, vez ou outra a gente tropeça, até pelo hábito, mas já firmei esses “compromissos” comigo e eles só têm me feito bem!
Simplesmente Irresistível é o terceiro livro que leio da Rachel Gibson, e se você gosta de leitura leve, engraçada e que “prende” do início ao fim, esse livro é pra você!
Sério, esse é o tipo de livro que indico de primeira pra quem não gosta de ler, porque é um romance daqueles que a gente vai comendo as páginas pra chegar no final – totalmente previsível – e “ver” o que vai acontecer. Pra quem tá afim de uma leitura leve, que flui fácil, só pra desanuviar (do baianês: espairecer, distrair) mesmo, esse é o livro certo!
Olha o resumo:
” A belíssima Georgeanne deixa o noivo no altar ao perceber que não pode se casar com um homem velho o suficiente pra ser seu avô, mesmo riquíssimo. O astro de hóquei John Kowalsky, sem saber, ajuda-a a escapar e só percebe que está ajudando a noiva de seu chefe quando já é tarde. Os dois passam a noite juntos, mas no dia seguinte John dispensa Georgeanne, deixando-a de coração partido e sem rumo. Sete anos depois os dois se reencontram e John fica sabendo que que sua única noite de amor produziu uma filha, de cuja vida ele quer fazer parte. A paixão dele por Georgeanne renasce, mas será que ele vai arriscar, outra vez, a incorrer na cólera do seu patrão? E ela? Vai aceitá-lo depois de ter levado um fora dele?”
Por aí dá pra ver que a coisa é meio babado, confusão e gritaria né? A Georgeanne do início do livro é engraçada, faladeira e meio sem noção, e isso já torna a história divertida. Ah, ela ter fugido da igreja com um vestido alguns manequins menores também!
Já John é o típico mocinho cativante: meio turrão, mas um turrão do bem, sabe? Após 7 anos os dois estão mais amadurecidos e vivem outro momento, mas o livro segue com a mesma pegada de romance leve, um tiquinho apimentado, e comédia na medida.
Ok, tem vários clichês típicos desse tipo de livro, tem amor instantâneo (conheceu hoje e já a-m-a viu?rs), tem um final previsível, mas mesmo assim eu gostei!
Os personagens são bem construídos e se mostram imperfeitos o suficiente pra serem “reais”, mas o John deveria ter sofrido mais pra ficar com a George, porque né, larga a menina num aeroporto sem lenço nem documento e reaparece 7 anos depois achando que pode ficar com mãe e filha no mole? Tinha que penar um pouco!rs
Os diálogos da Lexie (a filha deles) com o John são bem legais também, e o fato de Georgeanne não ser “dentro dos padrões” (ela é uma mulher grande, cheia de curvas) e ser disléxica também é interessante.
Outra coisa é que o livro foi escrito nos anos 80 e fala de coisas (fita cassete, tocador de fita, etc) que eu não ouvia desde mil novecentos e antigamente! Como o mundo mudou, né? Que coisa!rs
Enfim, é um romance água com açúcar, bem leve, sem grandes emoções, mas com uma leitura que flui fácil e que te prende do início ao fim. Bem o tipo de livro que a gente gosta de ler nas férias!
Ele é da editora Jardim dos Livros e paguei R$19,90 por ele (tem na Saraiva e na Cultura). Alguém já leu? Estão lendo o que?