01.02.2014

Viajando Com Ozzynho

Eu sempre viajo com Ozzynho, principalmente pra praia, que ele adora, e muita gente pede, desde o ano passado, um post sobre isso, pra saber como acomodar, o que levar e coisas do tipo.

Eu não sou veterinária, então o que posso falar é da minha experiência, do que vem funcionando comigo, certo?

viajar cachorro

Ozzy é um Staffordshire Bull Terrier, cachorro de médio porte, dócil, carinhoso e obediente, e não oferece perigo para as pessoas (embora a boca dele assuste meio mundo de gente), então sempre viajei com ele, desde pequeno, com tranquilidade.

Antes de viajar, levo ele na veterinária pra pegar um atestado de saúde, que é um documento exigido quando viajamos com o cachorro de carro, e também a “carteirinha” de vacinação. Nunca fui parada e nunca pediram documento nenhum, mas é bem melhor ser precavida, né?

Falando em precaução, eu sou neurótica, sério mesmo. Aqui em Jee não tem emergência animal e é altamente improvável encontrar um veterinário nos finais de semana, então tenho e carrego uma verdadeira farmácia, até porque aqui não é fácil encontrar farmacêutico nos finais de semana, por exemplo, então os remédios mais comuns e que eu possa precisar em emergências, faço questão de ter em casa e de levar nas viagens.

viajar cachorro

Levo, na malinha de mão,  remédio pro ouvido, um colírio, álcool iodado, Rifotrat e o Enterex, que é pra casos de intoxicação, e muitos outros na minha mala, porque nunca se sabe, né? Quem me indicou o Enterex foi a veterinária de Ozzynho, e tenho sempre em casa porque aqui é muito comum envenenamento de cães, e como não tem veterinário disponível 24 hs, é melhor prevenir.

Falei disso no Face e a Nath, que provavelmente é veterinária ou estudante, alertou que o Enterex não funciona em todos os casos, que é até arriscado dar porque pode ter alguma interação e coisas do tipo, e foi bom saber, porque eu jurava que estava segura, já que isso é uma coisa que me preocupa bastante. O melhor então é  conversar com o veterinário, que é quem está apto a  indicar medicamentos.

Na malinha de mão dele, que vai comigo, tem os remédios, um brinquedo, água, ração, biscoitinhos e uma vasilhinha.

viajar cão

Como Ozzy adora carro, ele entra, eu coloco o cinto de segurança próprio pra cachorros e pronto, ele vai tranquilo e tira bons cochilos, mas se o seu cachorro enjoar ou não gostar de carro, tem que ver um remedinho, senão o bichinho vai sofrer na viagem.

Se a viagem for mais longa, paro de duas em duas horas em algum posto pra que ele tome água, ande um pouquinho e faça xixi, e mesmo em viagens mais curtas prefiro parar pelo menos uma vez pra que ele se movimente um tiquinho, pra não ficar estressado, sabe?

viajar cão

Infelizmente o Brasil não tem estrutura pra receber cães na maioria dos hotéis, então prefiro alugar um chalé ou casa, até porque assim ele aproveita mais e eu não incomodo as demais pessoas, porque muita gente não se sente confortável com animais por perto, e eu tenho que respeitar isso.

Nessa última viagem fomos pra Itacaré, mas sempre fico em lugares desertos porque quero que ele aproveite, que tenha liberdade de correr e de brincar, e sei que isso pode amedrontar as pessoas, porque ele parece muito com o Pit Bull.

viajar cão

Já tenho aqui um sombreiro pra ele usar na praia, porque ele não gosta do sol, claro, e levo a malinha de mão dele com tudo o que ele possa precisar. Os cães sofrem muito com o calor, então tem que ter água fresquinha e tomar cuidado com a patinha.

Ele passa o dia todo na água brincando, adora, mas toda vez que sai coloco um colírio nos olhos, porque o sal acaba irritando, dou água e molho ele com água doce. E na praia dou banho todo dia, porque ele fica todo sujo de areia, fora a água do mar que pode dar coceira, né?

Ah, vale levar duas coleiras e duas guias, porque a que vai pra praia volta sempre molhada. Eu deixo Ozzy solto, mas compro uma corda de uns 10 metros, não muito grossa, e levo pra praia, porque caso apareça alguém eu amarro a corda na coleira e ele pode se movimentar sem incomodar ninguém, mas é raro que isso aconteça, levo pra prevenir mesmo, sabe?

Ozzynho2

Também levo pra viagem a caminha dele, shampoo, toalha e coisas de higiene. Brinquedo não levo muito porque ele adora brincar com coco e correr atrás dos siris, então nem liga pra outras coisas.

Uma coisa MUITO importante: praia é uma região que tem foco de calazar (leishmaniose), uma doença  que causa muito sofrimento e obriga, aqui no Brasil, o sacrifício do animal. Ozzy é vacinado contra essa doença (falei sobre isso aqui), porque ela é bem comum aqui em Jee, e se o seu cachorro ainda não é, compre a Scalibor, a coleira que ajuda a proteger, e vacine assim que possível.

Ozzynho3

Se vocês tiverem alguma dúvida (o post ficou giga!) deixem nos comentários, tá?

Beijos

Ju

 

 

20.10.2013

Como Educar Um Cachorro?

Como  posto muitas fotos de Ozzynho, sempre tem gente que pede pra falar de “coisas de cachorro”. Bom, hesitei por muito tempo porque o que eu sei sobre cachorros aprendi com Ozzy, mas decidi escrever sobre o assunto, e me comprometo a procurar a veterinária dele, Dr. Roberta, sempre que tiver alguma  dúvida sobre algum assunto, pra que tudo seja feito de forma responsável.

como educar um cachorro

Vou começar com um post sobre “educação”, porque ando com Ozzy em todos os lugares, viajo com ele de carro, ele se hospeda em hotéis, frequenta pracinhas e restaurantes (os que aceitam cachorros) e nunca tive nenhum tipo de problema, porque ele é extremamente educado, nunca atacou ninguém e é um “sedutor” nato, do tipo que chega em um lugar e, sem que ninguém saiba como, se torna o dono do pedaço.

O mérito, contudo, não é meu, de verdade, porque costumo dizer que Ozzy já veio pronto. Ele é educado, ele é tranquilo, é obediente  e  é bonzinho, embora seja voluntarioso, arteiro e teimoso, como bom leonino. Simplificando: se fosse meu filho, assim da barriga, não seria tão parecido comigo!

Ozzy chegou aqui ainda novinho e eu não sabia como educar um cachorro, mas fiz como faria se fosse uma pessoa: expliquei pra ele que ele seria amado e respeitado, mas que ele teria que “respeitar a patente”, porque na hierarquia do meu exército ele era soldado e eu, claro, marechal, então eu mandava e ele obedecia. Obvio que ele não entendeu nada do que eu falei, mas o fato é que ele capitou que quem mandava no fuê era eu e não ele!

férias cachorro

Isso é essencial, porque cachorro, assim como criança (não tô comparando, claro, só tô explicando), precisa de “direcionamento” e disciplina.

Brincadeiras à parte, eu não tinha e nem tenho fórmulas, eu não sabia o que fazer e fui aprendendo no dia a dia, mas eu tinha, e ainda tenho, muita vontade de acertar.

A minha tendência seria mimar Ozzy de todas as formas (e eu mimo), mas aprendi que, pra ser equilibrado, um cachorro precisa primeiro de disciplina, depois de exercícios e só depois de dengo. Então, já que era pro bem dele, o jeito foi passar por cima do meu instinto e fazer o que tinha que ser feito.

E eu sou muito firme com ele, embora isso parta meu coração em mil pedaços.

Eu nunca bati em Ozzy, embora já tenha tido vontade de voar no pescoço (mas nunca fiz), como quando, por exemplo, ele comeu meus óculos (eu sou super cegueta), derrubou minha bandeja de perfumes ou comeu um pedaço da minha mantinha (eu ganhei quando eu nasci, e quem deu foi vovó Nete e  ela já não está mais aqui, então era importante pra mim..), pois não quero que ele aprenda pelo medo.

Ozzynho

Também não grito com ele e controlo meu tom de voz, que é alto, porque do mesmo jeito que eu não gosto de ser “gritada”, acho que não tenho que gritar com ele, porque quanto mais equilibrada eu for, mais equilibrado ele será. O certo é que ele vai testando o seu limite e cabe a você delimitá-lo, mas de forma educada e  sem agressividade, porque ele vai reproduzir o que aprender, é simples.

Jamais corrija algo depois que passou, pois ele não vai entender. Corrija na hora pra que ele “ligue” a reclamação ao fato e não faça mais. Então, se você chegar em casa e a parede estiver literalmente “comida”, não adianta brigar porque ele não vai entender que a briga é por causa da parede, e ele não tem noção de certo ou de errado, isso quem vai ter que dar é você. Ou seja, pra ele aquele sapato de trocentas Dilmas não passa de brinquedo de morder, e ele vai continuar achando isso até que você ensine que não é.

No meu caso, o  que  fiz, na verdade, foi tratá-lo como eu gostaria de ser tratada, sabe? Com educação, com respeito e com amor, mas acredito que isso só tenha funcionado porque a disciplina aqui é linha dura, mesmo eu sendo mais mole que maria-mole…

viajar cachorro

Eu detesto  ter que repetir a mesma coisa, mas quando ele era bebezinho passava o dia repetindo qual era o lugar que ele tinha que fazer as necessidades dele, o que era permitido e o que não era permitido, e de maneira calma. Não foi fácil, na verdade foi um teste de paciência pra mim, mas ele aprendeu e NUNCA fez nada fora do lugar, mesmo quando viajamos, e nunca faz o que eu ensinei que não era permitido.

Por exemplo, Ozzy não come nada da mão de ninguém  e nem do chão, porque tinha muito medo de que jogassem algo  (a famosa “bola” ) pelo muro e ele comesse, sabe? Isso acontece muito aqui e muitos cachorros morrem assim. E se ele estiver com algo na boca e eu mandar abrir, ele joga no chão na hora. Até postei tempos atrás um vídeo no insta em que ele estava de frente pra um monte de biscoitinhos que ele adora, mas não encostou até que eu dissesse que era dele.

Ah, acho que pelo tamanho da boca (Ozzy não é Pit Bill, é Staffordshire Bull Terrier, e quem quiser saber mais sobre tem esse site aqui), muita gente pergunta se não tenho medo de Ozzy e nunca tive, de forma alguma. Tenho absoluta confiança nele e ele me prova todos os dias que posso continuar confiando, pois é um cachorro dócil, amoroso e equilibrado. Isso é muito importante, porque se o cachorro sente que você tem “medo” dele, lascou-se, porque é ele quem vai mandar em tudo!

Ele sempre faz essa carinha quando digo "não"...

Viajar com Ozzy também é muito tranquilo (já faço um post sobre isso), porque coloco o cinto de segurança dele (em Pet Shop tem) e explico que ele precisa ficar quieto, e ele fica, e se sente vontade de fazer algo, ele “pede” latindo, coisa que ele raramente faz (pelo que sei, é padrão da raça), mas também paro de vez em quando pra dar água e coisas do tipo.

Uma coisa que é muito importante pro equilíbrio do animal e pra sua educação é o passeio. Cachorro precisa se exercitar todos os dias pra que não fique ansioso nem agressivo. Desde quando era pequeno Ozzy passeia todos os dias, duas vezes ao dia (uma vez comigo e outra com Bruno, meu primo que é o “dindo” dele), e isso faz muita diferença e torna muito mais fácil o processo de aprendizagem, porque ele fica calmo e relaxado sempre.

Eu sei que nem todo mundo tem tempo, mas o passei diário, mesmo que seja mais curto, precisa ser feito, e tudo isso precisa ser pensado antes de ter um bichinho, porque ele tem necessidades e nós precisamos dar conta delas.

Prometo fazer posts mais “práticos”  (esse ficou giga!) e peço que sugiram os que acharem legais!

Beijos

Ju

03.08.2013

Vacina Contra a Leishmaniose Canina: Um Ato de Amor!

Essa semana postei no face o ” Atestado de Vacinação Contra Leishmaniose Visceral Canina”  de Ozzynho e a maioria absoluta das pessoas não sabia do que se tratava e nunca tinha ouvido falar dessa vacina, o que é um pena, porque vacinar o cão contra a leishmaniose, também conhecida como calazar, é absolutamente fundamental, já que essa é uma doença que vem se disseminando cada vez mais e que leva, aqui no Brasil,  ao sacrifício dos animais.

Ou seja, se o seu cachorro for picado pelo mosquito que transmite a doença, ele precisará, de acordo com a orientação oficial,  ser sacrificado. Então, a vacina contra a leishmaniose, além de um ato de responsabilidade que TODA pessoa que se dispõe a ter um animal precisa ter, é um ato de amor.

vacina contra o calazar, Calazar, leishmaniose canina

A vacina contra a leishmaniose não é gratuita (mas deveria!), infelizmente, e está disponível em clínicas veterinárias. Antes de vacinar o animal é preciso fazer um exame sorológico. Se o exame der negativo ou não regente, o animal poderá ser vacinado. Daí são necessárias três doses da vacina, com intervalos de 21 dias entre uma dose e outra, e anualmente você precisa revacinar o cão (1 só dose) .

Aqui em Jee não faz esse exame, então o sangue do Ozzynho foi “colhido” e enviado pra um laboratório lá em Vespasiano, Minas Gerais, e demorou uns vinte dias para que o resultado chegasse. Assim que chegou, ele tomou a primeira dose e agora, após as três doses, ele está protegido contra a doença (índice de proteção varia entre 92% e 95%), mas continuo usando a coleira que também ajuda a combater o calazar, que é a Scalibor.

vacina do calazar

Não dei essa vacina antes porque fiquei com medo depois que mais de 200 cachorros morreram aqui em Jee após tomar a vacina da raiva… A coisa nunca ficou bem explicada e ninguém nunca assumiu a responsabilidade, mas acho que teve algum problema na conservação do produto, sabe?

Só sei que fiquei com medo,  daí as vacinas principais, como a da raiva,  a  V10 (protege da cinomose, hepatite infecciosa, parainfluenza adenovirose, coronavirose, parvovirose e leptosprose) e a da giárdia eu fazia aqui com a veterinária dele, a Dr. Roberta (Fofa!), mas enrolava com essa, e seguia usando a coleira e uns  pour-ons repelentes, mas esse ano me senti segura e ele foi vacinado.

vacina leishmaniose canina

Me senti muito culpada de não ter vacinado antes, mesmo mantendo-o protegido de outras formas, porque, na verdade, a melhor forma de prevenir é vacinando. Agora ele já está devidamente vacinado, mas continuo usando a Scalibor (é a coleira branquinha), só porque eu sou neurótica e quero que ele fique o mais protegido possível.

Em relação ao sacrifício de cães infectados, eu só tenho a lamentar e me envergonhar, porque é sacrificar um animal inocente por um erro nosso, porque a partir do momento em que a gente sabe que existe a doença e que existem meios de prevenção, a única atitude aceitável é lançar mão desses meios de prevenção.

Ozzynho2

A “orientação” oficial do Ministério da Saúde e o Conselho Federal de Medicina Veterinária é a proibição do tratamento de animais infectados, o que é inaceitável, porque o animal não pode pagar pela omissão do dono e do Estado Brasileiro, que, aliás, concentra 90% dos casos da doença na América Latina. Ou seja, ao invés de implementar políticas públicas para acabar com a epidemia, o que é o mínimo esperado,  o Estado  simplesmente “manda matar”. Simples, não?

Enfim, o post foi só mesmo pra orientar vocês a procurarem um veterinário de confiança e vacinar seus cães o quanto antes!

Beijos

Ju

O que você acha do JV?
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