Eu sou apaixonada por óleos, vivo falando deles aqui e cada vez mais percebo que existem muitas dúvidas, pois óleo não é tudo igual e é preciso saber as diferenças entre o óleo vegetal, o óleo essencial e o óleo mineral, porque só entendendo pra que serve cada um é que a gente pode tirar o melhor proveito de cada, né? Vamos conhecer cada um deles!
Óleo Vegetal
O óleo vegetal é composto, basicamente, por ácidos graxos e glicerol, e é extraído, quase sempre, de sementes e frutas, via de regra por prensagem a frio, não sendo solúveis em álcool nem evaporando. Cada óleo vegetal possui um complexo diferente de ácidos graxos e nutrientes, então cada um possui propriedades específicas e age de um jeito.
O mais importante, e isso precisa ficar claro, é que os óleos vegetais realmente tratam a pele e o cabelo.
Óleo Essencial
O óleo essencial, menos comum nas nossas conversas, é um blend de substâncias voláteis extraídos de cascas, flores, raízes, pétalas, frutos, caules e folhas, sendo que a sua extração se dá, via de regra, por compressão, destilação a vapor ou com o uso de solventes.
Esse tipo de óleo, muito utilizado na aromaterapia, é extremamente concentrado e deve ser usado em pouquíssima quantidade, sendo indicado não só no uso “estético”, mas também pra tratar doenças físicas e até emocionais. Ou seja, também é um tratamento.
Óleo Mineral
O óleo mineral (petrolatos, parafina líquida, etc) é produzido a partir da destilação do petróleo, e na indústria cosmética ele é amplamente utilizado, é só olhar o rótulo dos produtos que você vai encontrar o danado em produtos de cabelo, hidratantes corporais e muito mais. O fato de ser muito mais barato que os óleos vegetais é, com certeza, a maior razão do seu uso pela indústria, mas não é só isso, pois ele possui uma consistência que praticamente não se altera, o que é extremamente importante na produção dos cosméticos, ao contrário dos óleos vegetais, não interfere nas características organolépticas e é de fácil incorporação nas fórmulas dos produtos.
Acontece que o óleo mineral não trata nada, nem pele nem cabelo, não tendo valor terapêutico, funcionando como uma “maquiagem”. Ou seja, se a intenção é tratar de verdade, o certo é usar um óleo vegetal, já que o óleo mineral não oferece nutriente nenhum.
Existe muita polêmica sobre o uso de óleos minerais em produtos cosméticos, a Dani até fez um post aqui sobre isso, e a minha opinião, com base em todos os estudos que já li e de todas as conversas que já tive com quem trabalha com isso, é a seguinte: tudo depende da composição, porque ele funciona, também, como um veículo para os ativos de tratamento.
Assim, se a máscara tem óleo mineral mas tem uma composição balanceada e uma alta concentração de ativos que tratem os cabelos, eu vou continuar usando e gostando. Acontece que essa não é a regra e a grande maioria dos produtos contém muito óleo mineral e quase nada de ativos que tratem os fios, e nesse caso eles não passam de maquiagem.
Simplificando: o óleo mineral não trata, é fato, mas só pela sua presença em um produto não se pode afirmar que esse produto não vai tratar, tudo depende da composição e da concentração de ativos.
Resumindo: óleo não é tudo igual!
O óleo vegetal e o óleo essencial tratam de verdade, possuem potencial terapêutico e eu prefiro, claro, que um produto tenha óleo vegetal ao invés de óleo mineral, e já mostrei aqui meus preferidos.
O óleo mineral, ao contrário, não trata nada, é maquiagem, mas isso não significa, necessariamente, que ele seja tudo de ruim, pois pode ser útil pra muitas coisas.
Assim, por exemplo, se você quiser fazer umectações no cabelo ou quiser potencializar uma máscara, o certo é usar um óleo vegetal, que é um tratamento. Pode usar óleo mineral? Poder pode, mas não deve, porque sim, ele vai dar emoliência, mas não vai tratar, que é o que realmente importa, e falei disso nesse vídeo aqui.
Aí vocês perguntam: Ju, e os óleos finalizadores? Não indico usar óleo finalizador pra tratar o cabelo, com raríssimas exceções (esse da Nuxe pode!), porque quase todos são compostos por muito óleo mineral/silicones.
Então não é pra usar? Pode usar de outras formas, pra finalizar, que é a função deles, e é claro que se você puder escolher o melhor é procurar produtos que tenham alto teor de óleos vegetais pra realmente tratar o cabelo, só que a gente não pode esquecer que, infelizmente, ainda existem poucos produtos realmente livres de óleo mineral, e que eles tendem a ser mais caros, já que os óleos vegetais são mais caros, e muita gente não pode arcar com esses custos, não porque não queira, mas por não ter como mesmo.
Reduzindo o post em uma frase: quer tratar de verdade? Se jogue nos óleos vegetais. E o óleo mineral? Ele não trata nada, só maquia, mas olhe a composição e a concentração de ativos de cada produto, porque ele é usado como “veículo” para os ativos, e se esses ativos estiverem em alta concentração seus benefícios vão se sobrepor ao óleo mineral.
Beijos
Ju