Uma (re)leitura que marcou muito meu final de ano foi Os Quatro Compromissos: o livro da filosofia tolteca, do Don Miguel Ruiz. Faz muitos anos que li esse livro e ter “me batido” com ele nesse momento foi bastante significativo.
Tenho amigos que acham muito engraçada minha vibe mais natureba e espiritualizada, mas tenho a sorte de ter por perto pessoas que, mesmo não concordando com o que eu penso e até tirando sarro às vezes, compreendem e respeitam, tanto que o PDF desse livro que vou compartilhar hoje veio da Mama (a mesma que me deu a carteira vermelha, cês lembram?), minha amiga mais cética, que não acredita em nada e acha que essa história de “acordar”, de despertar a consciência é piada pronta.
Só que eu acredito verdadeiramente nisso, eu tento, todos os dias, estar mais consciente em relação a tudo, tento ser melhor, tanto pra mim quanto pro mundo, e isso me faz bem, e se é assim eu tô no caminho certo, porque é o meu caminho.
Tem uma parte do livro, aliás, que fala do que os antigos mestres iluminados, como Buda, Osho e tantos outros, chamavam de “acordar”, mas falo disso daqui a pouco!
O livro conta a “lenda” dos toltecas, um povo sábio que viveu no México há milhares de anos atrás. Os “xamãs” toltecas acreditavam que a vida era um sonho (tipo a Maya dos indianos, um véu de ilusão), que esse mundo material que nós vivemos e todo o universo ao nosso redor não passa de luz e, portanto, de energia. Pra eles existia o sonho coletivo, formado por milhões de sonhos menores, e os sonhos individuais.
O livro fala da domesticação do ser humano, um conceito bem parecido com o que Nietzsche e Osho já falaram , e das dezenas de compromissos que nós firmamos com a sociedade, com nossos pais, família e com nós mesmos.
O problema é que muitos desses compromissos são devastadores pra nós mesmos, porque nós acreditamos neles e eles vão moldando o que nós somos, como agimos, como nos sentimos e, assim, determinando nosso futuro.
E é aí que entram os quatro compromissos que você deve fazer pra transformar sua própria vida.
1º Compromisso: A Impecabilidade da Palavra
Esse é o compromisso mais importante, porque a palavra é mágica, é o seu poder de criar (lembram que no Gênesis está escrito que “no início havia o Verbo, e o Verbo era com Deus, e o Verbo era Deus?” pois é…), e ela pode criar o bom e o ruim também, e por isso é essencial ser impecável com ela.
Como diz o livro “ser impecável com sua palavra é não usá-la contra você mesmo. Se eu o vir na rua e o chamar de estúpido, parece que estou usando a palavra contra você. Na realidade, estou usando minha palavra contra mim
mesmo, pois você vai me odiar por isso, e o seu ódio não é bom para mim. Portanto, se eu ficar zangado e com minha palavra mandar todo o veneno emocional para você, estou usando minha palavra contra mim.”
E nós, infelizmente, fazemos um péssimo uso da palavra o tempo todo. Vivemos julgando, culpando, amaldiçoando, expressando raiva, ciúme, inveja, ódio e tantos outros venenos ao invés de espalhar o melhor, o mais bonito, o amor, a alegria, a generosidade, a gentileza…
2º Compromisso: Não Leve Nada Para o Lado Pessoal
Já falei disso aqui uma vez e ó, caiu como uma luva esse “compromisso”, porque a verdade é que levamos tudo pro lado pessoal, como se tudo fosse sobre nós, e não, não é, mesmo quando parece ser.
Quando levamos pro lado pessoal, absorvemos o “veneno” alheio. Isso é um erro porque, como diz no livro, “nada do que os outros fazem é motivado por você. É por causa deles mesmos. Todas as pessoas vivem em seu próprio sonho, em sua própria mente; estão num mundo completamente diferente do que aquele no qual vivemos. Quando levamos algo para o lado pessoal, presumimos que os outros sabem o que está em nosso mundo e tentamos impor nosso mundo ao deles. Mesmo quando uma situação parece pessoal, mesmo que os outros o insultem diretamente, não tem nada a ver com você.”
É preciso entender que o que o outro diz ou faz é decorrente dos próprios compromissos dele, não tem nada a ver com você. Portanto, o que os outros pensam sobre você, o que os outros falam ou sentem em relação a você não deve ter nenhuma importância, não deve ser levado pro lado pessoal porque isso é problema deles e não seu.
3º Compromisso: Não Tire Conclusões
Nisso eu já fui mestra mestra: analisava e tirava conclusões de tudo. Tudo, claro, de acordo com o que eu via, sentia e pensava.
Isso é um absurdo porque eu só posso tirar conclusões de acordo com o meu ponto de vista, que é fruto das minhas experiências, só que cada pessoa tem um conjunto de experiências e uma mesma coisa pode ter milhões de significados.
Tem um trecho do livro que fala assim: ” Presumimos que todos enxergam a vida da mesma forma que nós. Presumimos que os outros pensam da mesma forma que nós,sentem da mesma forma que nós, julgam como nós julgamos e sofrem como nós sofremos. Essa é a maior presunção que o ser humano pode ter. Por isso, temos medo de ser nós mesmos em presença dos outros. Porque achamos que todos estarão julgando, nos vitimando, nos fazendo sofrer e nos culpando, como fazemos a nós mesmos. Portanto, antes que os outros tenham uma chance de nos rejeitar, nós já nos rejeitamos. É assim que funciona a mente humana.”
4º Compromisso: Dê sempre o melhor de si
Esse é um compromisso que eu já tenho faz tempo e quero que ele se torne ainda maior porque ele só me trouxe coisas boas, sabe?
No livro fala que sob qualquer circunstância, sempre faça o melhor possível, nem mais nem menos. Porém, tenha em mente que o seu “melhor” nunca será o mesmo de um instante para outro. Independente da qualidade, continue dando o melhor de si, nem mais nem menos. Se você se esforçar demais para conseguir seu “melhor”, irá gastar
mais energia do que é necessário, e ao final seu “melhor” não será o suficiente. Quando você exagera, esgota seu corpo e vai contra si mesmo, sendo assim necessário mais tempo para alcançar seu objetivo. Se fizer menos do que seu “melhor”, vai sujeitar-se a frustrações, autojulgamento, culpas e arrependimentos.
Tem algumas partes do livro que, claro, eu não concordo, mas isso não invalida tudo de bom que ele tem. São coisas simples, que no fundo todo mundo sabe, mas que acaba “esquecendo” .
Claro que, no início, vez ou outra a gente tropeça, até pelo hábito, mas já firmei esses “compromissos” comigo e eles só têm me feito bem!
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Alguém já leu? O que achou?
Beijos
Ju