Dentre tantas outras coisas, escrever, pra mim, é também uma catarse. É como coloco pra fora, me analiso, procuro entender a mim e ao mundo. E hoje, depois de me olhar no espelho e soltar um “ei, Julliana, você se permite merecer?”, sentei pra escrever esse post pra tentar encontrar a resposta.
Cheguei nesse questionamento assustada, porque enxerguei ali medo e culpa. Medo por estar a um passo de realizar um sonho, e culpa por conseguir realizar esse sonho.
Deveria ser maravilhoso, é pra ser maravilhoso. Porque bodega, então, eu tô tão apavorada?
Onde foi parar a Julliana que trabalha arduamente para fazer as coisas acontecerem, enquanto repete como mantra uma dessas frases de Instagram que diz “quero dormir todas as noites na certeza de que nada em mim foi covarde“, hein?
Tava ali paralisada. Tá aqui agora com as mãos no teclado, olhando pra tela com o coração acelerado.
Tem o medo da mudança? Claro que sim. Só que esse não é um medo que me paralisa mais. Mesmo me tremendo toda, eu encaro de frente e faço o que precisa ser feito.
Não é ele que me engole.
A questão é outra… E me lembra muito o desconforto que senti durante a maior parte da vida quando era elogiada.
É como se eu não merecesse. Como se fosse errado merecer.
E aí me dou conta de como é difícil aceitar as minhas realizações e, pior, acreditar que mereço cada uma delas, porque nada foi sorte ou acaso. Foi muito trabalho, e trabalho duro. Foi empenho, esforço, comprometimento, persistência, paciência, confiança e uma fé absurda que me fez levantar dezenas de vezes, continuar e correr atrás depois de cada queda.
E mesmo tendo consciência de tudo isso, de que mereço sim, e mereço muito, me sinto culpada. E isso é muito cultural.
Não sei de onde vem ou quando começou essa coisa toda, mas o fato é que, inconscientemente, tentamos não chamar atenção, não fazer barulho e não ocupar muito espaço para que o outro não se sinta desconfortável. E, assim, a culpa por causar esse desconforto não venha.
Tentamos nos mostrar “menores” para que os outros se sintam melhores. Para, assim, evitarmos ser chamadas de arrogantes, esnobes, petulantes.
Percebe a loucura que é isso? Percebe o tamanho do problema? Porque se não conseguimos sequer aceitar elogios sem abaixar a cabeça, como iremos acreditar que merecemos tudo aquilo pelo qual lutamos?
Muitas de nós sequer entende que está tudo bem querer mais, que não é errado não se conformar com pouco, com menos do que a gente quer ou sonha.
Que sermos honestas com nós mesmas, pensarmos mais em nós, fazermos mais por nós e acreditarmos que merecemos sim, e merecemos o melhor, é o óbvio, o natural. Não tem crime nenhum, tá?
Você não tem culpa de merecer tantas coisas incríveis. Você tem é mérito. E você não só deve se permitir merecer, mas se dar o que merece. Você “fez por onde”, é seu por direito!
Vou ali seguir meus conselhos… Já conto tudo pra vocês!
Beijos, Ju♥
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