05.06.2015

Mulher de 30: Por Uma Vida Sem (Tantas) Cobranças!

Não lembro de nenhum momento da minha vida onde não “esperassem” alguma coisa de mim e me cobrassem, vejam só, por coisas que eu nunca disse que queria ou prometi que faria. Pois é, as cobranças começam cedo, só aumentam com o passar do tempo, e assim que você faz algo do que acham que você deveria fazer, já tem uma novinha em folha na fila de espera.

E depois dos 30 a coisa piora, principalmente se você é do tipo que vai contra a maré e não está exatamente onde acham que você deveria estar.

Não está casada? Como assim? Aí você fala que não quer se casar e as pessoas te olham como se você tivesse dito “oi, eu sou um ET”.  E se você quer casar, mas ainda não apareceu “a pessoa”, é porque, dizem as “más línguas”, tem algo de errado de você. Ahhh, ela é exigente demais, independente demais, trabalha demais e por aí vai.

por uma vida sem tantas cobranças

E então você, casada ou não,  diz que não quer ter filhos, e não passa pela cabeça das pessoas que essa é uma escolha sua, uma opção de vida. Não, elas acham que você ainda não amadureceu o suficiente, porque, afinal, toda mulher quer ter um filho.

E quer também uma casa enorme, todos os eletrodomésticos de última geração, férias na “praia do momento”, entretenimento 24hs por dia e coisas do tipo, e se você não vê lá muita graça em nada disso,  as pessoas acham que você precisa de um psiquiatra, e com urgência, por favor!

Ah, e experimente abrir mão de uma profissão convencional, rentável e “respeitada” pra fazer algo assim meio sem definição ou sem a solidez de um salário certo no final do mês. Aí é um Deus nos acuda mesmo!

E isso sem falar que você tem o dever de ser linda, magra, divertida, bem humorada, equilibrada, boa amiga, boa filha, boa mãe, boa profissional, boa esposa e boa “todas as outras coisas”, e tudo junto ao mesmo tempo, porque né, você é mulher, já tem mais de 30 anos, e isso é o mínimo que você pode ser/oferecer.

E não, não adianta fazer tudo certinho como manda o figurino, porque as pessoas andam tão sem noção de limites que se acham no direito de, só pra dar um exemplo, te atacar porque você escolheu ter um filho de parto cesário e não normal, porque o parto alheio não é uma questão de foro íntimo, mas sim de interesse público, afinal todo mundo sabe que mãe só é mãe se “parir” normal. Isso em pleno 2015, dá pra acreditar?

por-uma-vida-sem-tantas-cobranças

Pois acreditem, e eu garanto que a coisa é muito pior.

O mundo mudou muito nas últimas décadas, mas a grande maioria das pessoas ainda não sabe lidar com escolhas diferentes, com algo que vá além do que, para elas, é o esperado. O problema é que cada um tem seu próprio caderninho de como o outro, vejam só, deve viver a própria vida, e nesse jogo todo mundo se julga e todo mundo está, aos olhos de uns ou de outros, sempre errado.

Pior, as pessoas ainda não entenderam que cada um deve cuidar da própria vida e só dela,  que as escolhas do outro são dele e não dizem respeito a mais ninguém.

Parece uma coisa simples, certo? Errado, porque somos, quase todos, censores da vida alheia, e cuidamos tanto da vida de tanta gente que esquecemos de cuidar da nossa. Ah, mas não se preocupem, sempre tem um batalhão pra cuidar por nós… E assim caminha a humanidade.

O que fazer, então? Vai por mim, amiga: tape seus ouvidos pro burburinho da opinião alheia, porque é a sua vida e você deve vivê-la a sua maneira, pra satisfazer a si mesma e não aos outros, porque já que hoje temos tanta liberdade pra escolher quais caminhos trilhar, que tenhamos a coragem de bancar essas escolhas!

+ Mulher de 30

Beijos, Ju ♥

 

22.05.2015

Mulher de 30: E o Casório, Heim?

Sempre achei divertido ver a cara de espanto das pessoas diante da minha resposta ao “E o casório, heim?”. É, acho que “não tenho interesse” não é exatamente o que se espera ouvir de uma mocinha de 32 anos.

Pois é, a verdade é que não tenho o menor interesse nessa história de casamento, e se tivesse sido bastante honesta comigo, como sou agora, saberia que esse interesse nunca existiu.

E não é medo, trauma nem nada do tipo, é só que o casamento nos moldes tradicionais, como uma instituição a ser preservada,  não se encaixa na minha vida, simples assim, o que não significa, claro, que eu seja contra o casamento. Sou super a favor, desde que não seja comigo rs.

casório

E sim, eu acredito nas relações e definharia sem amor, mas prefiro que não existam “amarras legais” e promessas futuras, porque não posso garantir que o meu sentimento será o mesmo daqui a 5 ou 10 anos, porque sim, as pessoas mudam e os sentimentos também, e não tem nada demais nisso.

Essa história de jurar o meu amor até que a morte “nos separe” me pega pelo pé, sabe? Morte de quê? A morte física ou a morte do amor, do respeito, do desejo de continuar juntos? Pode parecer besteira, mas prefiro prometer apenas o que possa cumprir…

E já que o casamento religioso não é uma opção, que tal o civil?

Não, de jeito nenhum rs! Quero que os meus vínculos sejam sempre emocionais, e não “legais”, porque  se um dia o amor acabar, quero no mesmo dia bater a porta sem ter nada que me prenda, e quero que a outra pessoa tenha a mesma liberdade.

Ah, e eu não sou virginiana e precavida, mas penso em tudo, inclusive no tanto que se perde num divórcio, e não tô falando (apenas) de dinheiro não, tô falando de perdas emocionais, de duas pessoas que já se amaram profundamente e passam a se destruir mutuamente… Isso dilacera a alma e, sim,  pode acontecer com qualquer um.

Também não me agrada a ideia de dividir o mesmo teto, todos os dias, com alguém que amo, porque nada, absolutamente nada, é tão nefasto pra uma relação como a rotina.

É raro que o amor acabe por algo “grande”. O que mata o amor são coisas pequenas que vão se acumulando,  é reclamar todos os dias da mesma coisa, é brigar por coisas pequenas, é “se acostumar” com o outro a ponto de não enxergá-lo mais.

e-o-casório

O amor morre em meio as milhões de concessões que a gente faz pra, inconscientemente, punir o outro depois. O amor morre quando as pessoas esquecem que são indivíduos, se anulam e colocam o casamento acima de todas as coisas… Porque não, o casamento não é o mais importante, o que é realmente importante é o amor, que é, pra mim, a única coisa que deveria “justificar” um casamento.

No mais, eu gosto de espaço, de ter tempo pra mim, de ficar em silêncio, e não quero abrir mão de nada disso, porque sei que pouco tempo depois começaria a sentir falta, a ficar ressentida e, de alguma forma, descontaria no outro.

Claro que isso é o que vale pra mim, pra minha forma de ver as coisas, e cada um tem o direito de pensar diferente e não ser criticado por isso, porque tudo depende do que você é, do que você quer, e o que importa é ser honesto consigo mesmo, apenas isso.

Não sei se a minha opinião será a mesma pra sempre, porque tudo muda o tempo todo, e isso é maravilhoso, porque significa que eu tô aberta pra experimentar, pra sair das minhas “certezas” e ver o mundo de muitas outras formas, como eu acho que tem que ser.

E como já sei que vocês vão perguntar o que namô acha de tudo isso, vou contar logo: ele é esperto e encontrou a solução perfeita! Nós compramos duas casas, uma ao lado da outra, e construímos uma ponte entre elas, bem no estilo Frida Kahlo, porque aí estamos perto, mas não perto demais ao ponto de sufocarmos um ao outro… Gostei da ideia!

No fim, é isso: o que vale é ser feliz, cada um do seu jeito, porque o amor, ahh o amor, sempre será maior que papéis, cerimônias, rótulos ou roteiros de qualquer tipo!

P.S: tem mais posts do “Mulher de 30”, que agora é uma tag semanal aqui no blog, e pra conferir é só clicar aqui.

Beijos, Ju♥

08.05.2015

Aprendendo a Viver…

O post de hoje é  a “cópia” de uma parte da carta (sim, eu ainda escrevo cartas, tá?rs) que enviei pra Marcela, minha amiga de trinta e poucos anos que chegou aqui numa segunda calorenta e desabou no meu colo porque não se encaixava na vida incrível que tinha construído pra si e resolveu jogar tudo pro ar.
                                                                                ♥
aprendendo-a-viver

Vá Ma, vá e “pinte” uma nova vida, uma vida que seja muito maior do que você já sonhou. Uma vida onde você seja livre pra ser quem realmente é, sem rótulos nem julgamentos.

Viva tudo o que você sempre quis, tenha coragem. Coragem pra assumir o que quer e o que não quer, coragem pra viver o que você é.

E tenha força, minha amiga, força pra segurar a responsabilidade de ser livre e não ter mais a quem culpar.

Acabou a época de “se adequar”, você não é mais aquela pobre menina rica assustada, então vá, vá e não tenha medo de ser julgada por ter jogado tudo pro ar. Não olhe pra trás e, por favor, esqueça o que os outros vão pensar…

E pare, você também, de julgar. Cada um é o que é, o que quer ou, na maioria dos casos, o que der. E, afinal, quem é você pra julgar? Você não precisa estar certa o tempo todo, você não tem que tentar provar que os outros estão errados. Cada um, do seu jeito, só tenta fazer o melhor, e a verdade, ahhh a verdade, ela jamais será uma só.

Não tente mudar os outros, você não tem esse direito. Ao invés disso, olhe pra cada pessoa com os olhos da compreensão, inclusive pra seus pais, que foram cruéis sim, que tentaram te “moldar” de todas as formas, mas que só estavam reproduzindo o que aprenderam, fazendo o que acreditavam ser o melhor.

Faça isso amiga, perdoe, mas perdoe por você, porque esse é um peso que você não precisa (nem deve!) carregar.

aprendendo-a-viver

Vai amiga, vá e viva seus sonhos, todos eles, até a última gota. E não, você não precisa mais ter medo de falar sobre eles, muito menos de vivê-los. Você só precisa realizá-los, e você pode, e pode agora.

Não precisa ter medo, você tem todo o direito de pedir tudo o que quiser, de dizer “sim” ou “não” quando, onde e quantas vezes desejar.

E aprenda, sobretudo, a se respeitar. Respeite suas vontades, seus desejos, seus quereres. Respeite, inclusive, o que você acha que não merece respeito em você. Não rejeite nenhuma parte sua, se aceite, e não tenha mais medo de ser rejeitada… Porque se você se aceita, não há o que temer!

Você merece todo o amor do mundo, mas precisa, primeiro, aprender a se amar. E precisa dar o seu amor ao mundo, sem medo e sem vergonha.  Ame, e ame só por amar.

Ande sempre de coração aberto, assuma o risco e não se feche por medo de se machucar.  Vá Ma, saia da bolha, faça as pazes com a vida, sorria pro mundo, pinte cores lindas (não foi isso que você sempre quis?) e explore esse mundão que chama por você.

Vá amiga, existe uma vida incrível lá fora esperando por você, e ela te espera de braços (e coração!) abertos!

Beijos e uma uma vida incrível pra todas nós! ♥

P.S: Um dia, se vocês quiserem, posso contar a história da Ma… Uma menina que queria ser pintora, virou “empresária de sucesso” e que, no meio disso, foi abrindo mão de “sonho por sonho” pra viver o que achavam que era o certo. Até o momento em que resolveu jogar tudo pro ar…

O que você acha do JV?
Fiz a escova da Marie Luise e amei. Só faço ela.
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