Perguntinha indigesta pra uma sexta-feira, hein? Mas sempre é hora de avaliar como e com qual intensidade estamos vivendo...
Andei pensando sobre isso depois de ler várias mensagens de vocês lá no Instagram. A maioria é de leitoras antigas, que me conhecem bem, e absolutamente todas falam de como eu mudei ao longo dos anos e da forma como escolhi viver nos últimos meses.
Logo eu, que detesto rótulos, achei que receberia comentários falando que tinha me tornado uma, sei lá, vó das fulô natureba chata. rs
Mas isso não aconteceu, e talvez seja porque tudo o que tenho vivido muito mais intensamente hoje são coisas que sempre abordei por aqui, e que quem me acompanha, sobretudo no Instagram, sempre viu na minha rotina.
Eu gosto de tranquilidade, de natureza, sou louca por bichos e plantas, óleos essenciais, florais, terapias naturais e, sobretudo, simplicidade e leveza.
E o movimento que vejo e sinto é de apoio e, ao mesmo tempo, de olhar, se inspirar e tentar levar algumas dessas coisas pra própria vida.
E, Deus, nunca me senti tão viva. Nunca estive tão próxima de mim como agora, a cada dia sinto mais profundidade de alma e um viver, do meu jeito, tão intenso.
E viver intensamente não tem nada a ver com viver agitadamente. Na verdade pode ser o oposto disso. Ou não.
Eu escolhi me conhecer um pouco mais todos os dias. Escutar meu corpo, minha alma, meu coração. Seguir os meus instintos e desejos, mesmo que eles pareçam absurdos pra maioria.
Escolhi não me deixar dominar por “ninharias de grande importância. Respirar fundo, estar presente em todas as coisas. Nas menores coisas. E vivê-las de verdade, não só apreciando, mas me lambuzando com tudo isso.
Sentindo prazer em cuidar das minhas plantas, dos meus tantos bichinhos (11 gatos, 2 cachorros e 2 jabutis, por enquanto… rs). Em cuidar de mim.
Trabalhar de frente pro verde, em silêncio, com dezenas de passarinhos cantando (inclusive o chantagista terrorista do bem-te-vi!).
Deixar as portas abertas sem medo, sentir o cheiro da terra, do mato, ouvir o barulhinho da água correndo, sentar na grama, ter árvores e flores de todos os tipos, andar de pés descalços, fazer fogueira no quintal (amo!).
Chupar jabuticaba do pé. Seriguela, romã, manga, pitanga, acerola e laranja também. Ver Ozzynho abraçado no pé de jabuticaba, comendo todas que encontra pelo frente (como eu sonhei com isso hahaha); Matilda pulando na água, rolando na grama, correndo pra cima e pra baixo toda suja de lama.
Bob dançando com a água que molha as plantas, meus gatos espalhados, relaxados, por todos os cantos do jardim.
Acolher meus amigos, as pessoas que amo, e realmente enxergar, ouvir e sentir cada uma delas. Sem celular, sem TV, sem distração…
Escolhi não perder horas de vida todos os dias no trânsito ou em filas quilométricas. Não ser dependente de entretenimento, nem viver correndo pra dar conta de tudo o tempo todo, viver pra pagar boletos e não ter tempo.
Tempo pra me conhecer. Tempo pra sentir. Tempo pra viver.
Ao escolher tudo isso, porque já estava no limite do limite, precisei abrir mão de uma infinidade de coisas que também são importantes pra mim.
Contudo, cada escolha nessa vida é, também, uma renúncia. E nesse momento minha qualidade de vida é mais importante que coisas como um aeroporto perto, o que facilitaria demais meu trabalho, opções gastronômicas e de lazer, livrarias incríveis, lojas de todos os tipos (pro meu trabalho é essencial), uma variedade maior de médicos e por aí vai.
Claro que o fato de trabalhar de casa facilitou a minha escolha, mas pra chegar até aqui abri mão, quase 10 anos atrás, sem ter muita noção do que estava fazendo, de absolutamente tudo pra recomeçar do zero.
E foi extremamente difícil em milhares de aspectos. Desesperador em tantos outros. Só que a vida é isso aí, e o que a gente pode fazer é pegar o que tem em mãos e fazer o melhor.
Pode ser que algum dia eu acorde pela manhã e queira tudo diferente, e aí a gente muda o que for preciso e recomeça novamente.
Mas, nesse momento, essa é a vida que faz sentido pra mim, e cada segundo dela tem toda a intensidade que sou capaz.
E não importa qual a vida que você escolheu viver, mas sim como e com qual intensidade você está vivendo… Já pensou nisso?
Beijos, Ju♥
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