No dia do post da Glamour, várias meninas levantaram a questão do “ser feliz sem ter uma carreira” e achei que seria legal falar disso por aqui, já que, afinal, o que é felicidade pra um pode não ser para o outro, e não tem nada de errado nisso.
Errado é querer rotular as pessoas, é querer dizer o que elas devem fazer ou sentir, como elas devem viver. Errado, pra mim, é o tal do “você tem que…”. Porque, se as pessoas são diferentes, e todas elas são, como é que se pode tentar fazer com que elas se encaixem no mesmo padrão e queiram as mesmas coisas? Não dá!
O que me parece é que, por termos chegado tão longe em relação às gerações passadas, por termos conquistado tanto, e em tantos aspectos, espera-se que todas nós desejemos uma carreira, que nos dediquemos loucamente a ela e que ela seja prioridade em nossas vidas.
E espera-se também que sejamos excelentes esposas, mães exemplares, irmãs, filhas e amigas maravilhosas e por aí vai. Esperam mesmo, e esperam muito mais.
Só que nem todo mundo quer uma carreira, assim como nem todo mundo quer casar ou ter filhos, e felicidade, nesses casos, é justamente isso. Se pra você, workaholic assumida, a carreira é prioridade absoluta e felicidade suprema, pra vizinha aí do lado impossível mesmo é ser feliz sem ver os filhos crescerem, acompanhando todas as fases, todos os dias, enquanto pra amiga da porta da frente felicidade é uma profissão estável, um casamento feliz, filhos crescendo e cachorros brincando.
Tudo é questão de ponto de vista, e a coisa é bem simples mesmo, viu? É bem aquilo que já falei por aqui: cada ponto de vista é o ponto de vista de um ponto (Leonardo Boff, a Águia e a Galinha). Ou seja, o que é felicidade pra um não é, necessariamente, pra outro, porque né, o que seria do verde se todo mundo gostasse de azul?rs
Tenho uma amiga, advogada, que jamais exerceu a profissão porque nunca quis, porque o sonho dela era casar e ter filhos, e ela é muito feliz assim. Tenho amigas que amam suas profissões e nem pensam em deixá-las de mão ( e tenho outras que detestam também rs). Tenho amigas, duas, que jogaram tudo pro ar, e enquanto uma foi se dedicar ao projeto mais importante da sua vida, criar sua filha, a outra, a Ma (lembram dela?), foi estudar arte pelo mundo. Tenho amigas que trabalham por dinheiro e só. E tenho um amigo (sim!) que trabalha pelas férias, porque o que ele quer é viajar o mundo, e é isso o que ele faz há alguns anos.
E todos eles estão, dentro de suas realidades, bem felizes com suas escolhas.
Mas, o julgamento alheio não deixa de existir, e cada um deles é julgado de uma forma. Ou porque trabalha demais, ou por só pensa em férias, ou porque deixou de trabalhar para cuidar dos filhos, ou porque não pensa em filhos, ou porque se dedica demais ao relacionamento, ou porque não tem tempo para o relacionamento e por aí vai.
As pessoas julgam mesmo, inclusive eu e você, e vão julgar sempre, mas o que os outros falam é problema deles, porque fruto das experiências deles, não tem nada a ver com você e não deve servir de farol pra pautar a sua vida e as suas escolhas.
Essas, aliás, devem ser feitas de acordo com os anseios do seu coração. E só!
Beijos, Ju♥