22.04.2015

Eu Gosto é de Gente!

Ando sentindo falta de gente de verdade, falta mesmo, porque ultimamente, até nos meus círculos mais íntimos, só encontro os “perfeitos do mundo”, semideuses de todas as coisas.

Ninguém mais erra, paga mico, comete uma gafe, se engana ou desconhece alguma coisa. Todo mundo quer (e demonstra) ser perfeito em tudo, e nós, muitas vezes, exigimos essa perfeição.

Dia desses estava com minha turminha, que costumava ser do tipo “de bater resenha”, onde a gente não tinha medo de se expor, não tinha vergonha de mostrar nossas falhas, derrapadas e as tantas imperfeições. Na verdade, a gente ria disso tudo, e era tão bom…

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Tão bom poder se mostrar sem máscaras. Tão bom poder ser normal. Tão bom poder gargalhar dos nossos micos sem se preocupar se vão achar que somos bobos ou algo do tipo… Porque sim, somos todos bobos vez ou outra, somos todos “Macabéas” aqui ou ali, e não tem nada demais nisso.

Mas aí essa mesma turminha “mudou”… Estavam (quase) todos ávidos por mostrar que eram incríveis e bem-sucedidos em tudo. Todos ostentando o que tinham e até o que não tinham, mas fingiam ter. Todos incrivelmente inteligentes, “por dentro” de tudo. Todos com relacionamentos de sonho, numa vida daquelas de comercial de margarina.

E eu fiquei ali olhando para aquelas pessoas e me perguntando em que parte daquele amontoado de vaidade estavam os meus amigos, aqueles amigos pra quem eu podia me mostrar de cara e alma limpa. Aqueles que riam das minhas trapalhadas, e riam comigo, não de mim. Aqueles que passavam as tardes “falando besteira e dando risada”, sem a menor preocupação em serem os maiores, os melhores, os mais inteligentes, ricos e bem-sucedidos.

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Senti falta de meu amigo “cabeça“, não de Dr. Pedro, que agora parece ser advogado nas 24 hs do dia e passa todas as suas horas mostrando tudo que sabe e que tem. Senti falta do “ser” de cada um deles, daquela “coisa” que a gente é quando se despe do status, do dinheiro, do poder. Senti falta dos meus amigos, dos meus parceiros de tantas coisas boas e ruins, dos companheiros de uma vida…

Senti falta sim, senti falta deles como gente… Gente que costumava ser incrível justamente pelas imperfeições,  gente que achava graça dessa vaidade toda, que não entendia o sentido dessa guerra de egos e ria de se acabar da cafonice que é essa mania de perfeição.

Não sei vocês, mas eu cada vez mais gosto de gente, de “gente como a gente”.

Beijos, Ju ♥

 

13.04.2015

Bullying: Uma Reflexão…

Dia desses li que o bullying é a forma de violência que mais cresce na mundo, e hoje fiquei meio chocada com uma matéria do Globo sobre um menino que cometeu suicídio em decorrência do bullying, um caso que não é tão comum, mas que, infelizmente, acontece.

Acontece e a gente nunca sabe quando pode acontecer de novo, se não vai acontecer com um irmão, um primo, um filho, um amigo. E se engana quem acha que isso é uma coisa “muito distante”, porque a verdade é que ninguém é tão forte quanto parece, e não tem como saber o efeito que uma única palavra ou “brincadeira de mal gosto” pode ter na vida de uma pessoa.

Bullying

bullying

Às vezes basta tirar um único tijolo pra que tudo desmorone, e aí aquela sua palavrinha, aquele seu comportamento, aquela sua forma de “apontar” o dedo pode ser o “pingo” que faltava pra fazer com que alguém desabe, muitas vezes de forma irreversível.

Se engana quem acha que apenas a agressão física deixa marcas. A agressão moral talvez seja muito mais grave, porque muito mais profunda, porque marca por dentro, na alma, e jamais se apaga. Você pode até esquecer o tapa, mas não esquece a humilhação, as risadas de deboche, os dedos apontados, a ridicularização, a forma como o outro te reduz, te inferioriza e faz com que você se sinta pequenininho…

Isso não só não se esquece, como afeta de forma nefasta a sua autoestima e molda, de muitas formas, a sua vida. Se já não é fácil se aceitar, se amar e se respeitar estando dentro dos chamados “padrões normais”, imagine como é difícil pra quem, por qualquer motivo, não se enquadra nesses padrões.

Mais difícil ainda é passar por ser isso e ser agredido emocionalmente ( e muitas vezes fisicamente) dia após dia. E hoje agride-se por tudo: por ser magro ou gordo, por ser bonito ou feio, por ser rico ou pobre, por ser branco ou negro, pela sua sexualidade, pela sua raça, pela sua origem, pela sua religião,  pela sua classe social, pelas características físicas… O que não faltam são motivos pra “apedrejar” o outro em praça pública. Ou melhor, na timeline da rede social do momento.

bullying

Acha que não é nada demais? Acha que é engraçado? Garanto que não vai achar quando fizerem isso com seu filho, com sua mãe, com alguém que você ame. Tudo muda quando o “sangue que escorre” é o nosso, sabe?

Me dói profundamente ver o tanto de estrago que isso causa, ver o quanto nós, enquanto coletividade, estamos inconscientes das consequências de nossos atos e palavras na vida do outro, ver o quanto estamos nos tornando cruéis e insensíveis, ver a nossa absoluta falta de empatia, ver a perda, dia após dia, daquilo que nos faz humanos.

Não, apontar o dedo, ridicularizar, oprimir e inferiorizar o outro não vai fazer de você alguém melhor, mais bonito ou mais qualquer coisa de bom. Isso não te faz superior em nada. Ao contrário, só mostra o quanto você, que vive reduzindo o outro a nada, é pequeno. Pequeno de alma, pequeno de humanidade, pequeno do que realmente importa.

E assim como a grande maioria de vocês, eu também já apontei o dedo, já fui cruel, já cometi erros, porque  sou humana, porque a gente erra mesmo, mas eu tendo todos os dias não errar tanto, tento melhorar e tento usar as minhas palavras pra criar um mundo melhor, pra levar somente coisas boas, pra ser, enfim, “a voz” que faz diferença na vida alguém, porque sei o quanto “esse tipo de voz” já fez diferença em minha vida.

E se você quer ser melhor, mas melhor de verdade, se você quer realmente fazer diferença, use a sua voz pra espalhar o bem, estenda suas mãos pra ajudar e abra seus olhos pra compreender com amor, e não julgar.

Nós somos todos diferentes, mas essas diferenças não devem ser usadas pra nos categorizar, porque no fim somos todos uma coisa só: humanos, apenas humanos.

Beijos, Ju ♥

09.04.2015

Um Dia a Gente Cansa…

Um dia a gente cansa. Cansa de tudo um pouco. Cansa até de se cansar. E no meio dessa “canseira” toda,  resolve jogar pro ar. Liberdade maior não há!

A gente cansa das mesmas perguntas chatas. Cansa das cobranças, inclusive aquelas “berradas” em silêncio, que a gente sente só pelo olhar. A gente cansa de seguir script, de tentar agradar, de tentar se adequar.

Cansa dos amigos que não são tão amigos assim. Cansa de gente que só sabe sugar. Cansa de quem “não importa”, cansa de quem já importou e cansa até de quem “deveria” importar. A gente cansa, cansa sim. Cansa dessa mania de “boa vizinhança”, dessa diplomacia forçada, de toda essa hipocrisia fantasiada de boa educação.

A gente cansa sim, cansa muito!

um dia a gente cansa

E a gente cansa, cansa de muito mais. Cansa de se explicar, de se importar, de procurar, de aceitar, de tolerar… Cansa do “mais ou menos”, do que é morno, do que não faz o coração vibrar.

E quando a gente cansa, aí é hora de jogar tudo pro ar! As conveniências vão pelo ralo e só fica mesmo o que for bom, o que faz bem. A gente muda de vida, muda o mundo se preciso for, mas joga mesmo pro ar.

Troca de emprego, troca de “amigos”, muda de casa, de cidade ou de país,  aprende a dizer não, a dizer “basta”, a sustentar um “comigo não”! A gente muda e foca no que é realmente  importante. Olha pra dentro, bem fundo pros próprios quereres, e aprende a se respeitar.

E quem se respeita, mas se respeita de verdade, não se importa com todo o julgamento de quem (ou o que) foi “jogado pro ar”. E não, isso não é arrogância nem surto, é o “encontro” mais bonito que há: o encontro entre a “pessoinha de fora” com o gigante que mora dentro e que precisava se “libertar”.

E é desse encontro que nasce, depois de toda essa canseira, a melhor coisa que há: a integridade de ser o que se é, fazer o que quiser e construir, sem máscaras nem personagens, a vida que a gente quer.

P.S: que você se canse, com toda força do mundo, de tudo aquilo que não seja bom, que não seja bem, que não seja o que você é, o que você quer.

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Beijos, Ju ♥

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