02.02.2018

Mulher de 30: Sobre o Medo da Mudança

Perguntei ontem, lá no nosso grupo fechado do Facebook, o Mulher de 30 (tem o Instagram também, segue lá: @mulherde30)  o que vocês estavam vivendo nesse momento, quais eram seus medos, dúvidas, angústias, sobre o que gostariam que eu falasse, e o medo da mudança foi uma das respostas mais frequentes.

E como, ao contrário do que a maioria de vocês imagina, eu também tenho esse medo, escolhi falar disso hoje.

E já começo dizendo que não tenho só medo da mudança, mas de muitas outras coisas. A diferença é que esses medos já não me engolem ou paralisam como antes, porque mesmo tremendo na base aprendi e enfrentá-los, a fazer o que precisa ser feito.

Claro que isso não é fácil, sobretudo em relação as mudanças.

Toda mudança causa medo, assusta, assombra, apavora. E não poderia ser diferente, já que ela representa o desconhecido, o inesperado, o incerto, a corda bamba da vida.

E ainda quando a situação é ruim, quando a gente sabe que aquilo precisa mudar, resistimos. E fazemos isso porque mesmo sendo ruim, o cenário é conhecido, sabemos como lidar, como controlar. Porque nos sentimos, de certa forma, “seguras” naquela zona de conforto.

medo da mudança o que fazer juro valendo

E todos querem se sentir seguros, querem ter certezas, o que é uma ilusão, porque a vida é um fluxo, ela precisa e vai, você queira ou não, fluir, mudar, se transformar. E não, não adianta tentar segurar.

Aqui só existem duas opções: ou você permanece estático, conformado, deixando a vida acontecer e sendo levado pela correnteza, o que é muito confortável ou, ao contrário, começa, pouco a pouco, a encarar os próprios medos, que sempre estarão presentes, e se abrir para o novo.

Vai doer? Vai. Você vai sentir medo? Muito. Medo de dar errado, de ser julgado, de fracassar, de precisar voltar atrás, de encarar as pessoas e a si mesma, e de muitas outras coisas.

Só que cada mudança, por menor que seja, vai te dando mais coragem, mais vivacidade, mais alegria, mais energia. Você se sente mais vivo, mais forte, pronto pra começar e recomeçar quantas vezes forem necessárias.

E isso, minha amiga, não tem preço!

Em muitos momentos da vida relutei em sair da minha zona de conforto. Eu tinha tanto, tanto medo… Mas, por um golpe de sorte, que só fui entender dessa forma muito tempo depois, todas as situações que eu empurrava com a barriga e todas as mudanças que me paralisavam me foram impostas, e eu simplesmente não tive o que fazer exceto encarar.

Isso aconteceu diversas vezes, de formas diferentes, já que tudo se repete até que a gente aprenda a lição.

E um dia, calejada do meu medo de decidir e cansada de resistir, reli um trecho de um dos meus livros preferidos na vida (Mulheres que Correm com os Lobos, já falei dele aqui), escrevi esse mesmo trecho em várias folhas de papel e colei na porta no armário, no espelho do quarto, acima da tela do computador, na primeira página da minha agenda e, só por precaução, deixei uma dobradinha na minha carteira.

A minha vontade, na verdade, era sintetizar todas aquelas frases em uma cápsula de remédio e tomar todos os dias. Mas, como isso não era possível, me prometi que faria exatamente o que estava escrito ali todas as vezes em que sentisse medo.

E fiz exatamente isso por meses seguidos, até o dia em que a coisa começou a funcionar no automático, em que mesmo com medo, com muito medo, eu batia de frente e resolvia.

O trecho, pra quem tiver interesse, é esse:

“Se você tiver medo, tiver receio de fracassar, digo-lhe que comece já, fracasse se for preciso, recupere-se, recomece. Se fracassar de novo, fracassou. E daí? Comece novamente. Não é o fracasso que nos detém, mas é a relutância em recomeçar que nos faz estagnar.

Se você estiver apavorada, qual é o problema? Se você estiver com medo de que algo vá dar um salto para mordê-la, então, pelo amor de Deus, resolva isso imediatamente. Deixe que seu medo surja e a morda para que você possa superá-lo e seguir adiante. Você irá superá-lo. O medo acaba passando.”

Continuo tendo medos? Sempre. Continuo protelando mudanças? Algumas vezes, e sempre que percebo esse padrão se repetindo lembro que o melhor que posso fazer com o medo da mudança, ou com qualquer outro, é, mesmo com as pernas bambas e o coração apavorado, encará-lo de frente para, assim, superá-lo.

Para por aí? Não. Cada mudança gera novas mudanças, tira tudo do lugar e abre espaço para coisas novas – e desconhecidas. E isso também dá medo, num ciclo que parece nunca ter fim.

Só que esse é um medo diferente. Um medo que vem junto com a certeza de que estou viva, vibrando, fluindo, de que eu, como protagonista da minha vida, fiz minhas próprias escolhas e posso fazer muitas outras se preciso for.

É um medo que nos faz mais fortes, bem diferente daquele outro que nos mantinha na prisão tão segura da zona de conforto.

Então, se posso te dar um conselho, é que não espere que a vida decida por você. Esse é um privilégio seu. E quando o medo bater, e ele vai bater, levante a cabeça e encare de frente, porque o que a vida quer da gente, por mais clichê que pareça, é coragem.

Aquele segundo de coragem insana que muda tudo para sempre…Até a mudança seguinte!

Beijos, Ju♥

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23.09.2017

#MulherDe30: Do Direito Para a Gastronomia

Vocês já viram que criamos um grupo fechado no Facebook e um Instagram (@mulherde30, segue lá!) para o Mulher de 30, né? Tem sido uma troca maravilhosa, e toda semana vou publicar um “depoimento” por aqui, começando com o de Isa, que “mudou” do Direito para a Gastronomia!

do direito para a gastronomia

Mudar as vezes, para não dizer sempre, causa receio, ansiedade e muitas dúvidas, não é mesmo?

Tenho 36 anos (não tenho problema em divulgar idade, até porque me sinto muito melhor hoje que aos 20!), fiz Letras, formei em Direito, fiz Pós Graduação em Ciências Criminais pela UFBA, e “militei” um certo tempo, como estagiária, num escritório criminal (sim, criminal… amo, obrigada!) que me fez amar mais e mais a advocacia.

Podem me julgar, mas “amo o crime”! Nunca gostei dos demais ramos do Direito. Sorry.

Aí comecei a vida de concursos públicos. Sempre quis PRF ou PF, ou seja, Polícia Rodoviária Federal ou Polícia Federal. Só que chegou um tempo em que as horas de estudos não me deixavam mais feliz como antes. Porque mesmo? Não sabia…

Aí vieram as dúvidas, muitas dúvidas…

Abriam concursos fora da Bahia, muitos. Eu estudava, mas sabia que não poderia sair de Salvador… Marido? Não! Mãe. Ser filho único tem dessas. Mainha é a prioridade de minha vida (e podem me julgar mais uma vez).

do direito para a gastronomia

Minha mãe ficou cega de um olho, se tornou diabética, e tive de readaptá-la ao mundo.

Não foi fácil, tá? Não mesmo…

Então comecei a pensar em coisas que pudessem servir de alimento para ela. Sem açúcar, sem gordura e sem sal. Comecei a mexer na internet a procura de referências, e devo confessar que, com 19 anos, não sabia nem fritar ovos.

Sempre tivemos pessoas para ajudar em casa e, por ser filha única, faziam tudo para mim, mesmo meus pais me mostrando a realidade da vida.

E eis que me deparo sozinha na capital (sou de Alagoinhas, no interior, e meu pai, Antônio, faleceu há muitos anos)… E aí?

Pensando em tudo isso, comecei a raciocinar sobre comida. E porque não cozinheiro? Mas não pude, por questões financeiras… Porque não Gastronomia? Sim!

“Vai pagar pra te ensinarem a cozinhar?”. Sim! Isso implica em muita coisa, tá?

do direito para a gastronomia

Vejam lá o post sobre cozinha de verdade… Além disso, existe muito sobre forma correta de cortar as coisas, de coccionar (cozinhar, porque sou phyna)… Você nota mudança até no gás. Sim! Isso mesmo que você leu. Quando se corta de forma correta e se cozinha, ou frita, ou escalfa, por exemplo, o consumo de gás e tempo é incrivelmente melhorado.

Existiram julgamentos? Sim. Questionamentos? Muitos. Dúvidas? Também. Mas, faz parte.

O que posso dizer é que estou muito mais feliz hoje do que era antes, e isso não tem preço.

E se posso dar uma dica, é essa: mesmo com medo, mudem, se permitam mudar. Mudar por dentro, mudar por fora, mudar a vida, mudar de vida.

Comecem as mudanças dentro de vocês. De dentro para fora. Essas são as melhores, as mais profundas.

Quanto a mim, estou me realizando. Feliz e perto de minha mãe.

A Isa me enche de orgulho, sempre, e espero que a história dela possa, de alguma forma, inspirar vocês!

P.s: estou fora de casa, mas o áudio do post já sobe.

Beijos, Ju♥

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20.03.2017

Quando As Mudanças Não Acontecem…

A imensa maioria das pessoas que conheço, inclusive eu, clamam por mudanças nos mais diversos níveis, mas não são raras as vezes em que essas mudanças não acontecem, em que tudo permanece exatamente o mesmo e a gente continua com os mesmos desejos e frustrações, sem saber como e por onde começar.

A verdade é que, na teoria, nós sabemos que precisamos mudar, ou o que fazer para que as coisas mudem. Mas, somos criaturas de hábitos, nos acomodamos com o que estamos acostumados, mesmo que aquilo não seja bom, não seja o que queremos, não nos leve para o caminho desejado.

Mudanças? Sim, mas nem tanto… Né?

Na teoria e superficialmente, nós queremos a mudança. Mas quando ela envolve revirar a nossa rotina e alterar hábitos lapidados durante uma vida inteira quase sempre damos um passinho pra trás e nos escondemos atrás de tudo aquilo que nos faz sentir seguros.

Mas segurança, nesse caso, é bloqueio, é estagnação, é mais do mesmo.

Quando As Mudanças Não Acontecem...

Porque só existem dois caminhos: ou você segue em frente e pega a estrada desconhecida, irregular e, quem sabe, assustadora rumo a vida que você quer ter e a pessoa que você quer ser, ou você permanece na viela conhecida, que não é o que você quer, mas é “confortável”, é conhecida, e, se tem perigos, são aqueles com os quais você já sabe lidar.

Pra quê correr riscos, não é mesmo? Pra quê começar tudo de novo, dando um salto no desconhecido, podendo se machucar, perder tantas das coisas que a gente valoriza e até, quem sabe,  nos perder de nós mesmos? Isso, com certeza, vai doer. E dores novas sempre doem mais.

Melhor, então, continuar no aconchego do que é conhecido. É tão mais fácil, né? É. Por um tempo. Para alguns por uma vida inteira, quem sabe. Mas pra mim não, não mais.

As mudanças não acontecem porque não estamos dispostas a, diariamente, pagar o preço.

Eu fiz isso por muito tempo, até que me dei conta de que aquilo era uma forma silenciosa de desistir de mim. E eu não posso fazer isso, não mais, não dá.

Se quero que alguma coisa mude, qualquer coisa, isso tem que começar em mim, porque a mudança, como bem disse Terry Neil, “é uma porta que só pode ser aberta por dentro”.

Uma porta que a gente precisa abrir com força, mas cujo caminho se caminha lentamente, porque as mudanças só acontecem quando mudamos nossos hábitos diários, aqueles que, sem que a gente perceba, constroem (ou destroem) as nossas vidas e moldam o nosso destino.

Portanto, se a mudança não está acontecendo é porque não estamos fazendo, todos os dias, o que é preciso fazer. Não é o destino, não é a vida, não é Deus e não são os outros. É você.

Hoje decidi encarar mais uma mudança, uma daquelas que já tentei milhões de vezes. E falhei. E não posso, humana que sou, garantir que não vou falhar novamente, mas prometo que, todos os dias, vou dar o melhor de mim. Até o fim.

Daqui  há alguns dias, quando tudo estiver mais organizado, a gente conversa sobre isso, tá? E fiquem tranquilas que é mais uma coisa que, muito além de compartilhar, vou viver com vocês.

E, juntas, vamos fazer a mudança acontecer.

Ah, e pra ver mais textos como esse é só clicar em Comportamento e  em Mulher de 30.

Beijos, Ju♥

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