Traição é fingir amor… Quem disse isso foi o Paulo Coelho numa entrevista pra revista Cláudia dessa mês, e eu concordei tanto, tanto, tanto com essa afirmação que o post “brotou”.
Sempre tive dificuldade pra definir “traição” porque não acho que “traição física”, pura e simples, seja, necessariamente, traição.
Traição, pra mim, é falta de lealdade, é expor o outro, é, simplificando, estar numa história e jogar no time oposto. Traição é estar com uma pessoa que você não ama, seja por qual motivo for. Traição é fingir pra si mesma que você ama. Traição é expor uma pessoa que você diz que ama, é viver uma história paralela que envolva sentimento e não só desejo.
Sempre que falo sobre isso com meus amigos homens é uma polêmica danada, porque eles concordam com o que eu digo, mas só pode ser válido para os meninos e não para as meninas… É, a gente vive numa sociedade tão machista que aceitar que uma mulher possa ter desejos, e, pior, “sucumbir” a eles, é o fim do mundo.
Mas temos sim, e é bom que tenhamos sempre, cada vez mais, porque quem não tem desejos não vive, não pulsa.E é bom que se saiba, aliás, que amor e desejo são coisas completamente diferentes, e que elas podem ou não andar de mãos dadas. Amar uma pessoa não significa que você é uma criminosa por desejar outra, porque nós somos humanos e os nossos sentimentos não são tão simples e “separados” como gostaríamos. A coisa, na maioria das vezes, é muito mais complicada do que previam os contos de fada.
Muitas vezes não ceder a um desejo é trair a si mesmo, e isso é traição do mesmo jeito… Qual seria a pior? Pior, pra mim, é, como bem disse Paulo Coelho, fingir amor. E ninguém está imune a isso, de, por algum motivo, fingir pro outro, ou, o que é muito pior, fingir pra si mesma. Não existe, de verdade, traição maior que essa…
Parece absurdo né? Parece absurdo falar de traição de forma tão crua, eu sei… Mas absurdo, pra mim, é a hipocrisia de querer negar o óbvio, de querer fingir que não sente o que sente, porque seria muito simples se as coisas na vida fossem “preto no branco”, se as pessoas fossem corretas ou canalhas, mas não é, é tudo misturado ao mesmo tempo, e tudo de uma vez só, porque a vida, ah, a vida é cheia de “talvez” e de “poréns”…
Assunto indigesto pra uma quarta-feira, né? Mas é bom pra que a gente reflita um pouco, e reflita observando os nossos próprios sentimentos, os nossos quereres, as nossas vontades…
Beijos
Ju