Tempos atrás fiz um post aqui sobre foliculite, e recentemente uma leitora comentou que tem foliculite no couro cabeludo e queria dicas de cuidados e tratamentos.
Expliquei que o correto é procurar um dermatologista para analisar o problema, porque todo tratamento precisa ser individualizado, mas prometi que faria um post sobre o assunto.
Mas o que é foliculite, afinal? É a inflamação, aguda ou crônica dos folículos pilosos, que estão espalhados por todo o corpo, exceto na palma das mãos, da “planta” dos pés e nos chamados locais de transição entre a pele e as mucosas. Ou seja, a foliculite pode surgir em qualquer lugar do nosso corpo onde existam pelos.
Mas, o mais comum é que ela apareça no rosto, nas axilas, no bumbum, nas costas, nos braços, na virilha e no couro cabeludo, que tende a melhorar com cuidados básicos de higiene, mas pode, em alguns casos, levar à perda definitiva dos pelos, além de cicatrizes que ficam pra sempre.
É importante ressaltar que o problema pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer fase da vida, mas que é mais comum quando a nossa imunidade está baixa, quando estamos acima do peso e em negros e asiáticos.
Causas e fatores de risco
São muitas as causas da foliculite, e a principal delas é a infecção pelo Staphilococcus aureus (estafilococos), mas muitas outras bactérias, vírus e fungos podem ocasionar o problema.
Os folículos do couro cabeludo são mais densos, e quanto mais eles forem danificados, mais sujeitos a foliculite eles ficam. A transpiração excessiva no couro cabeludo (eu passo por isso!), as dermatites e outras condições inflamatórias no local, bem como feridas e uso contínuo de antibióticos podem afetar os folículos e, consequentemente, ocasionar a foliculite no couro cabeludo.
No caso da foliculite superficial, as causas estão relacionadas a falta de higiene, ao atrito causado pelo uso de chapéus e bonés, bem como o uso de algum produto, geralmente pomadas e cremes para tratar outros problemas no local. A foliculite profunda, por outro lado, é causada por uma infecção intensa nos folículos pilosos.
Como tratar foliculite no couro cabeludo
O tratamento da foliculite no couro cabeludo passa por cuidados básicos de higiene e uso de antibióticos tópicos ou orais, a depender da gravidade do quadro.
Na foliculite superficial, quando a infecção está localizada na região de saída do pelo e os sintomas são pequenos pontos de pus com vermelhidão ao redor e bastante coceira, o mais comum é tratar com uma limpeza no couro cabeludo e aplicação de pomada antibiótica. Em alguns casos é indicado o uso de antibiótico de uso oral, mas essa é uma avaliação que somente um dermatologista pode fazer.
São recomendados os cuidados de higiene, como lavar os fios com regularidade e evitar o uso de bonés e chapéus, sobretudo quando há muita transpiração no local. É que esse ambiente quente, úmido e abafado é o palco perfeito para a proliferação de fungos.
O uso de compressas de água morna no local, usada várias vezes ao dia, ajuda na drenagem da pústula e acelera a recuperação. A higiene local geralmente é feita com água morna e sabonete antisséptica, e a região deve ser enxuta com uma toalha descartável.
No caso das foliculites profundas, como as decalvantes, onde é comum a presença de crostas, bolhas de pus, vermelhidão, edemas, dor, queloides e alopécia (o cabelo cai no local), o tratamento envolve, geralmente, a limpeza local e o uso de antibióticos, que vai variar a depender da bactéria que causou a infecção.
Esse tipo de foliculite pode destruir o folículo piloso, por isso a alopécia, e deixar cicatrizes. Existem casos, quando os nódulos são maiores, de drenagem aspirativa da secreção e intervenção cirúrgica.
Foliculite Dissecante
Esse é um tipo mais raro de foliculite, é crônico e apresenta um processo inflamatório intenso. É comum aparecerem nódulos, abscessos e fístulas que ocasionam a queda dos fios e o surgimento de cicatrizes hipertróficas, o famoso queloide.
O tratamento é feito com antibióticos, que serão determinados pelo antibiograma, e em alguns casos a associação com a isotretinoína apresenta bons resultados. Em alguns casos, os mais graves, há a indicação de excisão cirúrgica, drenagem e radioterapia. Aqui, a cicatrização com alopecia definitiva é, infelizmente, a regra.
O importante, em qualquer dos casos de foliculite no couro cabeludo, é procurar ajuda médica assim que os sintomas surgirem para evitar problemas maiores.
Alguém já passou por isso? Divide aí com a gente!
Beijos, Ju♥
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