25.04.2016

O mundo é um lugar que faz eco…

E a lei do karma é implacável...

Sempre acreditei naquele ditado que diz que “o que a gente planta, a gente colhe”, porque pra mim parece bastante óbvio que o mundo é um lugar que faz eco, de modo que, como bem diz o Osho, “tudo o que damos o mundo retorna e ressoa.”

Então, sempre que percebo que o que estou recebendo não é exatamente o que eu queria, trato de dar uns passinhos para trás e, sem vestir a roupinha de vítima, observar as minhas atitudes, o que ando pensando, fazendo e falando.

Esse não é um exercício fácil, porque a nossa primeira tendência é procurar logo alguém pra colocar a culpa. E aí a gente finge acreditar que a culpa é do outro, ou do acaso, quem sabe, e que nós não fizemos nada de errado. Ou, quando chegamos ao ponto de admitir que erramos, colocamos logo um “mas” e dizemos que fizemos aquilo porque determinada pessoa nos tratou assim ou assado.

Engraçado como sempre nos colocamos no papel de vítima, né? E sim, é verdade que nós somos, não raras vezes cruéis, más e tratamos os outros de forma errada, muitas vezes sem querer ou até sem perceber, mas como eu já li numa dessas frases que rodam muito na internet, “a forma como as pessoas nos tratam é o karma delas. A forma como reagimos é o nosso.”

Quem disse isso foi Kyabje Trulshik Rinpoche, e embora eu bata o pé muitas vezes para isso que ele disse, porque sangue de barata é uma coisa que não tenho e acho que é muito justo dar umas 10 patadas em quem, de alguma forma, me trata mal, sou obrigada a concordar com ele, justamente porque o mundo é um lugar que faz eco…

A Vida é neutra, ela não julga, ela simplesmente devolve o que você deu. Então, se você der raiva, mesmo estando cheio de razão, é isso que vai voltar pra você. Da mesma forma, se você der gentileza, amor, perdão ou qualquer outra coisa, é isso que, cedo ou tarde, você vai receber.

E quando falo em dar, não estou falando só no que você fala e faz, porque a Vida é sábia,  sabe decifrar tudo aquilo que você tenta esconder e jamais deixa de ver o que se passa no seu coração. Portanto, não tente manipular a Vida, ela sabe o que você emana, e é isso que vai voltar para você.

É por isso, aliás, que as antigas escolas de mistérios diziam que pra receber algo você precisava dar primeiro. Se é amor que você quer, ame a si mesmo e ao outro. Se o que você almeja é felicidade, proporcione isso a outras pessoas. Se é paz que você deseja, dê isso ao mundo.

Dê, apenas dê e confie, pois na hora certa tudo o que você semeou será colhido. Pode não vir da forma que você desejou, mas virá, e virá da melhor forma possível, e mesmo que você fique bravo por um tempo, lá na frente você vai entender…

Porque você não está aqui por acaso, e mesmo que não “escute a Vida”, ela sabe e sempre soube o que é melhor para você.

Beijos, Ju♥

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17.04.2016

A vida não é um conto de fadas… Ainda bem!

É muito melhor que isso!

Não que seja culpa da internet, mas é fato que as redes sociais (principalmente o Instagram e seu mundo perfeito) são, em grande parte, meio que responsáveis pela “glamourização da vida”, pela venda de um conto de fadas que simplesmente não existe, mas que a gente, no fundo, sonha e talvez até acredite.

A gente sonha com um eterno verão, onde tudo é lindo, onde tudo é riso, onde tudo é festa, e esquece que a vida é feita de estações, e que pra ter significado, pra ter profundidade, pra ser vivida de verdade, a gente precisa passar por cada uma delas.

A vida pode (e deve) ser maior que qualquer conto de fadas!

Precisa porque a vida é cíclica, e as estações da alma (e da vida) vão se repetindo sempre, mas de forma diferente, num eterno vai e vem, e se a gente não vive e respeita cada uma delas até a última gota, se a gente tenta “pular” a estação que julgamos não ser tão boa assim pra viver eternamente em outra, a gente não cresce, não amadurece, não “anda”, fica aprisionado no tempo.

Não se vive só de riso, assim como não se vive só de choro. Cada dia tem um tom, e se é pra celebrar, vamos lá. Se é pra chorar, a gente chora. Se é pra plantar, a gente planta e espera a colheita, que, tenha certeza, na hora certa vai chegar. Na hora certa a gente vai amar, vai deixar de amar, vai separar, e vai começar tudo de novo.

Tem época pra manter os pés no chão, épocas onde o peso é tão grande que a gente não consegue nem sonhar. Onde falta força, falta coragem, falta vontade de realizar. Mas, não mais que de repente, chega o momento de sonhar os sonhos mais lindos, de correr atrás, de não ter mais medo, de confiar cada vez mais na vida, de botar pra quebrar.

Tudo é fase, cada uma traz um aprendizado, e a gente precisa aprender a viver tudo isso com beleza, com leveza, porque uma vida não é feita só de verão.

É preciso viver o inverno, da vida e da alma, muitas e muitas vezes. É preciso passar por perdas, por lágrimas, por dores, por limitações e por todas as coisas que a gente não deseja, porque essa é a fase onde a gente mais cresce e aprende, inclusive sobre nós mesmas. E dela a gente sai muito mais forte, e forte não só pra recomeçar, mas pra saber apreciar a primavera que logo chega.

E como chega bonita, hein? E chega bonita porque a gente aprendeu, porque cresceu, porque agora o desabrochar tem muito mais força e beleza. Porque depois de conhecer a tristeza, a alegria é muito mais intensa, e a felicidade também. Essa é a fase da colheita externa, onde tudo parece dar certo, onde a gente realiza muito, sonha e faz acontecer.

E aí vem o verão, a época da celebração, do nosso auge, do nosso conto de fadas pessoal. Aqui parece que nada pode nos atingir, e tudo o que importa é se divertir, é aproveitar e realizar, realizar, realizar.

Mas essa fase também passa, porque tudo, até as melhores coisas, um dia cansam e precisam de evolução, e aí a inquietação vem e começamos a nós questionar e a questionar o mundo ao redor. É o outono da vida, a época do “mudam-se os quereres, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança: todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades”, como bem dizia Camões.

Apesar dos conflitos internos e de tantas, tantas dúvidas, o outono é das estações mais lindas, porque nos impulsiona a mudar, e é mudando que a gente cresce. E querendo coisas novas voltamos a sonhar e a plantar, pra depois do inverno, onde nada parece dar muito certo, mas onde, na penumbra, tudo ganha força, podermos ver muitos deles brotar, se realizar.

E só se realizam, plenos e cheios de significado, porque vivenciamos todas as estações, porque mergulhamos fundo, aprendemos e crescemos com cada uma delas.

E só depois disso entendemos que conto de fadas é pequeno, é raso, é pouco demais pra uma vida de verdade, e a gente merece muito, infinitamente mais!

Beijos, Ju♥

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14.04.2016

Como lidar com as críticas?

Passando por cima!

Sempre que faço posts de comportamento por aqui vocês deixam comentários e enviam e-mails com algumas perguntas, e nesse último recebi o e-mail da Anna Paula questionando como eu conseguia lidar com as críticas, tanto na vida pessoal quanto aqui pela net, e achei que a coisa valia um post.

Como quase todo mundo, passei boa parte da vida “preocupada” com o que os outros achavam de mim, com medo de errar, assustada com o peso do julgamento alheio, até que um dia, depois de uns bons anos de terapia, entendi que “você, pra mim, é problema seu”, que o que você pensa sobre mim não tem nada a ver comigo e que não preciso me preocupar com isso.

Eu não estou falando de críticas construtivas feitas por pessoas que gostam de mim e querem o meu bem, de pessoas que têm o cuidado gastar o próprio tempo, a própria vida, pra me observar, pra observar o meu trabalho e dar “toques” quando achar necessário. Essas são essenciais e eu quero sempre, porque me ajudam a crescer, a ser melhor, a ser maior.

A crítica que falo aqui, e que não me interessa, é a de quem não está interessado em ajudar, de quem não faz nada além de julgar, de quem anda tão contaminado pela inveja e por sentimentos ruins que não faz outra coisa a não ser despejar tudo isso no outro.

E gente assim é o que mais tem, mas procuro sempre mantê-las bem longe de mim, porque o que a gente escuta tem um impacto enorme no nosso ser, mesmo que a gente não perceba, sabe?

São mais de 10 anos de meditação e a plena consciência de que o que quer que as pessoas pensem de mim tem a ver com a imagem que elas têm de mim, e essa imagem não sou eu, é uma projeção delas, e não posso levar pro lado pessoal.

Não posso porque o que cada um fala ou pensa sobre mim (e sobre você) tem a ver, na verdade, com seus próprios sentimentos, crenças e opiniões, com o mundo no qual vive, não tem nada a ver comigo, e justamente por isso não é problema meu.

Acontece que nós somos complexos demais, e muitas vezes ter consciência não é o bastante, porque a partir do momento em que a gente começa a ouvir e internalizar tanta coisa ruim, esse veneno toma conta da gente, e é por isso que bato na tecla de que crítica eu só escuto e levo em consideração se for de alguém que goste de mim.

como-lidar-com-as-críticas

Porque sim, eu já errei muito e vou errar ainda mais. Vou meter o pé pelas mãos mesmo, vou ser injusta muitas vezes, vou exagerar, falar demais quando não deveria, falar de menos quando deveria abrir a boca, ser ridícula, idiota, vil, covarde, mesquinha e tantas outras coisas ruins.

Farei tudo isso e muito mais porque eu sou humana, não sou um semideus, e porque o sentido de estar aqui é evoluir, e pra evoluir a gente tem que passar por tudo isso mesmo, não tem nada de errado.

Errado, pra mim, é colocar tudo isso embaixo do tapete, vestir a roupinha da perfeição e, com toda a hipocrisia do mundo, julgar, apontar o dendo e criticar os outros por coisas que, veja só, eu também faço, e talvez faça pior.

Então, seja no mundo real ou virtual, eu tento absorver só o que for bom, só o que for construtivo. O que for vazio, o que tem o intuito de machucar, de ferir, de ridicularizar e de não gerar crescimento eu tento passar por cima, e mesmo que em algum momento alguma dessas coisas me magoe, eu logo entrego pra Vida, a maior de todas as escolas, aquela que, não raras vezes, te faz passar pelas mesmas coisas que você fez os outros passarem.

Beijos, Ju♥

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