E o vídeo desse domingo, feito com perguntas de vocês, é sobre uma daquelas coisas que todo mundo passa na vida, mas não gosta nem um pouco: traição!
É, é um tema difícil, eu sei, mas quis falar justamente porque esse é um daqueles assuntos em que mais vejo hipocrisia, sabe?As pessoas não só têm medo de falar sobre, mas de assumirem o que acham de verdade, o que fizeram, o que fariam, o que gostariam de fazer, e eu até entendo, porque, infelizmente, vivemos numa sociedade extremamente machista, onde mulher de verdade tem que, mais que ser, parecer santa.
Mas ó, tenho pudor nenhum de falar sobre isso e de contar as minhas experiências, inclusive as não tão corretas, porque eu sou humana, cometo erros e meto o pé pelas mãos, assim como todas vocês, e não vejo razão pra não dividir isso aqui, sabe?
E ó, vocês jogaram duro nas perguntas: perguntaram se eu já traí, se já fui traída, como reagi, se “perdoei” ou não, e muito mais! E eu, como sempre, falei, faleiii, faleiiiii! Falei tudo o que eu acho, contei histórias, coisas que vivi e senti, e tudo sem filtro nenhum, como acho que tem que ser.
Falando nisso, aliás, o vídeo ficou imenso, mas né, não tem como falar de traição, esse tema tãooooo legal (hahaha) em 5 minutos, ô! Me deixa falar, oxeeee!
Espero que vocês gostem do vídeo, que se inscrevam lá no canal e deixem mais sugestões de temas, e quanto mais “cavernosos”, melhor, porque acho é bom que a gente converse sobre tudo, né? E não esqueçam: toda quarta-feira e todo domingo às 20 hs tem vídeo novo lá no canal. Quero todo mundo assistindo, rai ai!
E já fiz alguns posts aqui sobre traição, quem quiser dar uma olhada é só clicar nos links abaixo:
Enquanto a grande maioria, inclusive eu, comemora o dia dos namorados hoje, um grupo de amigas vai comemorar o “dia das solteiras”, data que, aliás, é comemorada por nós faz é tempo e que costuma ser mais constante do que o tal do dia dos namorados. É, uma ou outra sempre tá namorando, mas a fidelidade ao que chamo de “solteirice terapêutica” sempre fala mais alto.
Tempos atrás esse mesmo grupo, que hoje brinda ao fato de estar “bem consigo mesmo”, seria taxado de o grupo das encalhadas, mas a coisa mudou, o mundo evoluiu e a cada dia que passa noto que a necessidade de ter alguém ao lado diminui. A vontade existe, e vai existir sempre, eu acho, mas a necessidade, ainda bem, vem reduzindo a passos largos. Que bom!
Não posso falar pelo mundo porque ele é vasto demais, mas posso falar pelo meu mundo e pelo que vejo ao redor, e o que vejo é que estamos cada vez mais exigentes, só que no bom sentido, e isso é ótimo porque significa que ao invés de nos contentarmos com qualquer coisa só pra não estarmos sozinhas, queremos o melhor.
Comecei a namorar tarde, acho que com 19 anos, já estava na faculdade, e apesar de todas as coisas boas achei que aquilo era meio que um cerceamento (voluntário) da minha tão amada liberdade. Depois do primeiro namoro, fiquei mais de um ano solteira e achei aquela fase a oitava maravilha do mundo, mas eu ainda era carente e, depois disso, segui colecionando uma série de histórias que, na grande maioria, não passavam de “tapa buraco”.
Com todo mundo é assim? Não, mas eu caí várias vezes no erro que achar que era “gostar” o que na verdade era carência, e o resultado disso foi que me perdi de mim mesma, de modo que anos depois eu já nem sabia mais quem eu exatamente era. Até que um pouco antes dos 30 (acho que tinha 28…) fiquei solteira de novo e jurei pra mim mesma que antes de tentar entrar em alguma história iria me redescobrir.
Foi uma das melhores coisas que fiz na vida, e disso veio uma espécie de “trato” comigo mesma: eu só abriria mão da minha liberdade, que, pra mim, é sim extremamente importante, se valesse muito a pena. Jurei que não me envolveria mais por “carência” ou algo do tipo, porque eu, de verdade, gosto de ficar só, tenho essa necessidade, aliás.
E essa fase de solteirice terapêutica foi um divisor de águas em minha vida, porque aproveitei pra dedicar a mim mesma todo o meu amor, a minha atenção, a minha energia… E, meu Deus, como cresci, como amadureci, como eu, finalmente, me conheci! E conhecer a mim mesma, as minhas necessidades, vontades e quereres foi essencial pra que eu pudesse estabelecer qualquer tipo de relação com outras pessoas.
E hoje eu namoro por isso, porque a pessoa e a história valem muito a pena, porque sei o que quero e o que não quero não só em relação ao outro, mas o que quero pra mim e pra minha vida. E também porque não me sinto cerceada de forma alguma, porque tenho a liberdade de ser quem sou, com todos meus defeitos, manias e qualidades, sem precisar camuflar nada, sabe?
O que quero dizer é que relacionamento só compensa só for pra acrescentar, e acrescentar muito, porque não existe razão plausível pra levar uma história adiante, gastando tempo, energia e vida simplesmente pra “não estar só” (ops, e tem solidão pior que essa?).
Sabe, a gente precisa parar com essa ilusão boba de que “é impossível ser feliz sozinho” (foi mal aí poeta!), de que um príncipe encantado (tem coisa mais chata? Eu morreria de tédio!) vai surgir um dia e transformar nossas vidas num conto de fadas e que seremos felizes para sempre.
Porque? Porque pra ser feliz com quem quer que seja você precisa primeiro ser feliz consigo mesma, não existe outra opção, e quando você é feliz consigo mesma o que vem é pra somar, pra compartilhar, pra crescer… E se você ainda não aprendeu a ser feliz sozinha, não tem príncipe encantado ou conto de fadas que faça o milagre!
É incrível como nós somos condicionados ao apego, e isso desde sempre. Não doamos “aquela roupa” porque podemos precisar pra uma viagem que sequer planejamos, não doamos aquela bolsa porque podemos usar um dia, quem sabe quando a “moda voltar”, não doamos o que não precisamos mais e, pior, não doamos nem o que nos faz mal.
Quantas vezes você deixou de abrir mão de uma relação, de uma pessoa ou de uma história por puro apego? O apego é confortável, e mesmo a situação sendo ruim, e quase sempre é, nos acostumamos com aquilo, que passa a ser um terreno seguro, que é ruim mas não pode nos surpreender negativamente (assim pensamos…), que sabemos, afinal, lidar, levar, aceitar.
Isso acontece com todo mundo, das mais diversas formas. Às vezes é uma relação que já não está boa ou nunca foi boa, mas você “não solta” pra não perder o que não teve e nem vai ter, mas que acha que tem, às vezes é um emprego, um amigo ou tantas outras coisas.
E porque as pessoas, inclusive eu, agem assim? Pelo medo da perda. Ninguém quer perder, e por mais que a gente peça, quase ninguém quer de verdade o novo, porque o novo sempre assusta, já que a gente nunca sabe o que vem.
O problema disso é que, por mais clichê que pareça (e é!), nada na vida é permanente e ninguém tem garantia de coisa nenhuma. Todas as coisas, histórias e situações não passam de bolhas de sabão, que o tempo leva pra onde quer e estoura quando quiser. E já que é assim, pra que se apegar? Já falei isso por aqui algumas vezes, mas vou repetir: em tudo na vida é preciso “deixar o viver o que deve viver e morrer o que precisa morrer”, senão vamos passar a vida apegadas a coisas, pessoas e situações que não contribuem em nada pra nossa história, que não nos traz felicidade e que não nos faz bem.
Eu acho que a gente precisa viver todas as coisas e, sim, ter todas coisas, desde que você possua, mas não seja possuído, desde que você use, mas não seja usado. Muita gente acha que desapego é renúncia e isso é muito errado. Eu não sou a favor da renúncia, porque eu acho que a gente tem que desfrutar de todas as coisas que a vida nos dá, mas de forma livre, senão ficamos dependentes e acabamos escravizados por nossos apegos.
Nada de diferente vai acontecer na sua vida se você não soltar o passado e não aprender a fluir com a vida. Seja lá o que for, solte, deixe ir, encontre um novo caminho, uma nova forma de caminhar, olhe as coisas de forma diferente e viva de uma forma mais leve, mais solta e mais verdadeira com você. Solta a raiva, solta o medo, solta a dor, solta essa insegurança que te impede de andar, solta esse ódio que te envenena. Solta, vai!
Não precisa ter medo, porque quando a gente “solta” a vida acontece, porque o novo só chega quando o velho vai embora. E não é difícil, e se dói, dói só no começo, mas depois é libertador.
Deixe ir o que não te serve mais, tira essas amarras dos pés e se abra pra vida, que pode e vai ser muito melhor. Depende só de você!