Anda muito cansativo acompanhar blogs por vários motivos, e o que não falta é gente que não tem nada a oferecer, gente que faz de tudo pra aparecer e só. Pior que isso só, de um lado, a imensidão de pessoas extremamente grossas, que transformam a internet, como já disse a Júlia Petit, no SAC do inferno, e de outro lado uma imensidão de pessoas que não sabe lidar com críticas e catalogam todas elas como recalque.
Existe recalque sim, claro, e o que não falta é gente infeliz que vive de criticar a vida alheia, mas, como já disse aqui tempos atrás, quem não aceita opiniões diferentes não está apto a viver em sociedade, simples assim.
Posso estar errada, mas o que eu acho é que um blog é feito para e com as pessoas, e você não pode trabalhar com as pessoas se você não está disposta a ouvi-las. Isso é básico, e qualquer pessoa com o mínimo de capacidade de raciocínio chega facilmente a essa conclusão.
Só que, ao invés de descer do pedestal e se dispor a ouvir as pessoas que, de forma construtiva, discordam e pensam diferente, muita gente, e isso acontece demais na “vida real”, encara a crítica como ofensa, tapa os olhos, tapa os ouvidos e sai bradando que é recalque, que é inveja, que é isso ou aquilo.
Oi? Desde quando pensar diferente é ser recalcada? Desde quando não concordar é ser invejosa? Desde quando ficou implícito que, a menos que você concorde e diga amém pra tudo, é a própria personificação do que não presta? Menos prepotência e mais humildade por favor!
As pessoas têm o direito de discordar, de não gostar e, desde que seja de forma educada (o que é raro!), de criticar construtivamente, e mesmo que não concordemos com elas, não podemos negar-lhes esse direito, porque esse, afinal, é um princípio básico da democracia e da convivência humana.
Então, antes de achar que tudo é recalque, é bom ter um pouquinho de bom senso e boas doses de humildade pra observar se aquela crítica tem fundamento, se você errou, se você se enganou ou algo do tipo, porque sim, todos nós cometemos erros todos os dias, e muitas vezes sem sequer percebermos. Ou seja, você não é Deus, não é o centro do mundo e muito menos a dona da verdade, então “baixa a bola”!
Por outro lado, as pessoas perderam completamente a noção de educação, e isso independe de cultura e de classe social. A educação que eu falo é a educação de alma, aquela que te faz ter generosidade para com o outro, com seus erros e falhas, aquela que te faz ser gentil ao criticar, aquela que não tenta ridicularizar, aquela que quer ajudar o outro a crescer e, pra isso, estende a mão.
Essa educação anda cada vez mais rara, e talvez por conta disso as pessoas tenham perdido o senso de humanidade, porque agredir gratuitamente e criticar com ferocidade, sem o intuito de gerar reflexão ou crescimento, quem você sequer conhece é um ato de grosseria profunda. E grosseria é algo muito, muito feio.
Cada um tem o direito de achar e acreditar no que quiser, mas que isso seja feito de forma educada, civilizada e gentil, porque todos os outros possuem os mesmos direitos que você.
É claro que não é sempre que a gente consegue manter o controle, e isso é normal, é claro que manter a calma diante de uma criatura que nos engana ou que nos agride gratuitamente não é fácil, é claro que críticas são sempre um tapa no ego, no orgulho e na vaidade, e o primeiro impulso é chegar de voadora, mas eu ainda acredito que ao invés de reagir a gente precisa agir construtivamente, e isso se faz tendo o que o outro não teve: educação.
Educação, generosidade, gentileza e humildade são verdadeiros remédios, os únicos, aliás, pra lidar com gente grossa, e com gente recalcada também. Portanto, uma dose e um brinde, por favor!
Beijos
Ju