Lembro que quando cismei de criar o Juro Valendo, três anos atrás, li uma matéria falando sobre o futuro dos blogs e ela não era nada otimista. Na verdade, ela previa o pior: o fim dos blogs, pela saturação do mercado, e o estouro do Youtube.
Como vídeo nunca foi a minha praia e o que gosto mesmo é de escrever, criei o blog. Não só criei, como apostei tudo nele, mesmo com todos os ventos contrários, porque, vamos combinar, morar numa cidade pequena, no interior da Bahia, onde não tem quase nada (sabe shopping, grandes lojas, cinema, aeroporto e coisas do tipo? Pois é, aqui não tem nada disso…), onde as novidades só chegam quando “já acabou a graça” e você não tem o que mostrar não é exatamente a fórmula do tal do sucesso.
Sobre o futuro dos blogs…
Eu era só uma menina normal, com uma vida mais normal ainda, que gostava de escrever, e que mesmo não entendendo nada de internet, achou aquela matéria uma bobagem por vários motivos, mas principalmente porque uma nova mídia não significa a extinção da outra, a história tá aí pra provar isso (eu sou de humanas, né? rs), e também porque pessoas diferentes têm gostos diferentes, então não dá pra generalizar, e assim como tem gente que ama vídeos, tem gente que detesta, da mesma forma que tem gente que ama e gente que não gosta de ler.
Quando, lá em 1950, a televisão começou a reinar, disseram que era o fim das revistas. Não foi, e as revistas cresceram ainda mais, inclusive com novos “formatos”, como revistas de celebridades, resumos de novelas e coisas do tipo. Aí quando a internet começou a se popularizar veio uma nova profecia sobre o fim das revistas, que novamente não vingou e ainda fez surgir as revistas virtuais. Ou seja, o que sempre existiu foi uma evolução, e o mesmo vai acontecer com os blogs, mas a evolução dos blogs não é o Youtube.
É claro que com essa evolução muita gente vai ficar pra trás, como acontece em todos os setores, mas não porque ninguém mais vai acessar os blogs, e sim porque as velhas fórmulas tendem a não funcionar mais e é preciso inovar sempre, mas num contexto reconhecível para o seu leitor.
Assim, é extremamente válido estar em todas as redes sociais e, também, no Youtube, mas nenhum deles substitui o blog ou é garantia de acessos nele, porque são coisas completamente diferentes, com públicos diferentes, e isso é fácil de comprovar analisando o índice de conversão das redes, principalmente do Instagram, e do Youtube para o blog, que é, na maioria dos casos, bem pequeno.
Claro que as redes sociais e o Youtube são vitrines extremamente fortes, que garantem identificação rápida e muito mais visibilidade, já que a pessoa fica mais “conhecida”, e isso vende muito bem, o que é maravilhoso. Mas, para que um blog cresça todos os dias isso não é suficiente, tanto que não são poucos os exemplos de canais e redes sociais imensas com blogs relativamente pequenos.
É que nas redes as pessoas tendem a ter “seguidores”, que querem ver imagens bonitas, legendas curtas e acompanhar o dia a dia das blogueiras/celebridades. Já no blog, além de conteúdo relevante, é preciso, via de regra, ter “leitores”, gente que não apenas “passe” pelo blog, mas leia o seu conteúdo e volte todos os dias porque sabe que ali vai encontrar o que quer, escrito por alguém em quem confia.
E essa é a parte mais difícil, mas bastante simples, porque pra que isso aconteça é preciso saber quem é o seu leitor, o que ele quer, do que gosta, quais suas atitudes e comportamentos. Quando você identifica isso e dá ao seu leitor o que ele quer, com o respeito e a credibilidade que ele merece, ele não só vai voltar todos os dias para ler o que você escreve como vai indicar pra todo mundo, e aí o blog cresce da forma mais “natural” possível, porque cresce sem depender de aparições em revistas, jornais, eventos ou programas de televisão, que, ressalte-se, garantem visibilidade temporária, mas não acesso constante.
Ou seja, você não depende de nada que não esteja ao seu alcance para crescer. É você, seu conteúdo e seus leitores, só.
Você não precisa seguir fórmulas, você não precisa copiar ninguém, você precisa simplesmente ter um relacionamento de verdade com o seu leitor, ter um vínculo que possibilite entender quem ele é e o que quer. Para isso, um bom painel de leitores protótipo, transformação desses protótipos em pessoas reais que você acompanha e conversa periodicamente, boa capacidade de observação e interpretação de dados estatísticos básicos, além de um pouco de intuição são mais que suficientes para “adivinhar” os desejos do leitor.
Claro que não posso generalizar e falar de todo tipo de blog, porque só tenho experiência no meu, e no meu é isso que funciona, e funciona muito bem, porque apesar de ver, vez ou outra, matérias que falam que o acesso nos blogs está caindo dia após dia, a realidade aqui é completamente diferente, e mesmo não bombando nas redes e no Youtube, e estando bem afastada de tudo, minhas visualizações de página praticamente dobraram nos últimos 3 meses.
Isso pode acontecer com tudo mundo? Não. Acontece no meu caso porque conheço o meu público, sei o que ele quer, o que ele gosta e invisto exatamente nisso. Mas, no momento em que notar que o meu leitor começou a ter outros gostos ou necessidades, que, por exemplo, vídeo, pra ele, passou a ser algo essencial, vou me adequar a isso, porque blog se faz para o leitor, quem escreve quer ser lido e ponto final.
Portanto, essa história de que os blogs vão acabar é, pra mim, falaciosa, porque enquanto existirem pessoas que gostem de ler, que queiram ler o que o blogueiro que elas gostam e confiam escreve, e que encontrem nos blogs o que elas procuram, não vejo razão nenhuma para que os blogs acabem.
Mas, se alguém tiver alguma visão diferente, divide aí, e pode falar sem fricote, viu? É com opiniões diferentes que a gente aprende e cresce! E, no fim, eu continuo sendo só uma menina do interior que entende bem pouco de internet, mas, que, cada vez mais, procura “entender de gente”.
Beijos, Ju♥
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